O escritor e artista plástico Humberto Espíndola foi empossado pela Academia Sul-Mato-Grossense de Letras como novo integrante entre os imortalizados pela literatura. Sua diplomação foi em sessão solene realizada na noite de 16 de dezembro na sede da ASL, considerada a mais alta e representativa entidade literária e cultural do Estado. Humberto Espíndola passa a ocupar a Cadeira nº 38, em sucessão ao acadêmico, escritor e ex-governador Wilson Barbosa Martins, falecido em fevereiro de 2016.

Para o acadêmico empossado, a consciência da importância da arte em sua vida se deu “quando fui morar em Curitiba para cursar Jornalismo na Universidade Católica do Paraná. Já formado, retornei a Campo Grande em 1965, trazendo na bagagem vivências com poesia, teatro e pintura”. Segundo Espíndola, seus irmãos “fortaleceram meus laços genéticos com a arte, desafiando-me a compor, a cantar e a enfrentar o palco. Hoje estão aqui, compartilhando comigo esse momento especial, cada um com suas histórias, sua fantástica produção artística. Esse título de ‘imortal’ que recebo da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras simbolicamente pertence a todos os meus irmãos: Valquíria, Sérgio, Geraldo, Tetê, Celito, Alzira, Jerry, Tania e Franklin”.

Humberto Espíndola foi saudado pela acadêmica Raquel Naveira; em seu pronunciamento, ela destacou o lado poeta de Humberto, que “despontou no livro Pintura e Verso”. Segundo Raquel, “quando jovem, Humberto já havia publicado poemas em periódicos de Curitiba, participado no Teatro Guaíra da Noite da Poesia Paranaense e agora, na outra ponta da vida, o poeta aflorou com a força da memória, da inventividade madura, do balanço de uma arte depurada por décadas”.

O presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, o escritor e publicitário Henrique Alberto de Medeiros Filho, ressaltou a relevância do novo acadêmico no que diz respeito à Cultura de Mato Grosso do Sul e mesmo do país, e destacou que a posse na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras é um reconhecimento à sua obra de vida e literária. A solenidade de posse foi conduzida pelo secretário-geral da ASL, Valmir Batista Corrêa, e o presidente Henrique de Medeiros – que comentou sobre a definição do nome de Humberto para a vaga na ASL, cuja escolha representou a maioria dos votos entre os acadêmicos que compõem a entidade – que conta com 40 cadeiras vitalícias, aos moldes da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Humberto Espíndola assina sua posse na ASL (foto Maurício Costa Jr)

Humberto Espíndola foi conduzido para sua posse por Lenilde Ramos e Rubenio Marcelo, ao som de berrantes e sinfônica. A solenidade contou também com a presença de imortais da Academia Mato-Grossense de Letras, os escritores Ernani Pedroso Calháo – representando a AML – e Eduardo Mahon – ex-presidente da AML e membro correspondente da ASL junto à AML -, que prestigiaram a solenidade da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras nesta posse de Humberto Espíndola.

Foi encaminhada e lida pelo cerimonial da Academia uma mensagem da classe artística, feita pelo cantor, compositor e artista Paulo Simões em nome da categoria, e cuja nota entre outras citações, eleva a atitude de Humberto Espíndola “como artista, desafiando a mentalidade da sociedade no que diz respeito a comportamentos. Por isso, compartilho com a classe artística a honra de contar com Humberto Espíndola na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, desejando a ele uma exitosa imortalidade artística”.

O novo imortal – Residente em Campo Grande, onde nasceu em 1943, Humberto Augusto Miranda Espíndola é escritor e artista plástico, primeiro Secretário Estadual de Cultura de MS (1987/90), detentor de relevantes prêmios culturais e artísticos. Autor do livro “Pintura e Verso” (Ed. Entrelinhas) e organizou o livro “MACP – Animação cultural e inventário do acervo do MACP da UFMT”, com Aline Figueiredo (Ed. Entrelinhas). Em 2019 foi agraciado pela UCDB e pela UFMS com o título de Doutor Honoris Causa, pelos relevantes serviços prestados à arte e à cultura. É formado em jornalismo pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica do Paraná. Também crítico de arte, é membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Representou o Brasil na 10ª e 11ª Bienal Internacional de SP (1969-1971), 2ª Bienal de Medellín (Colômbia, 1972), 36ª Bienal de Veneza (Itália, 1972), 1ª Bienal Ibero-americana (México, 1978), 1ª Bienal de Havana (Cuba, 1984) e 2ª Bienal de Cuenca (Equador, 1989). Suas obras integram acervos de museus e coleções no Brasil e no exterior. Foi Gestor artístico do Museu de Arte Contemporânea de MS, 2002/2005; Coordenador de Artes Plásticas do 1º, 2º e 3º Festival América do Sul, Corumbá/MS.

Humberto Espíndola recebe o colar acadêmico de Carlos Marques Medeiros (foto Maurício Costa Jr)

Sobre a ASL – A Academia Sul-Mato-Grossense e Letras foi fundada no dia 30 de outubro de 1971, comemorou este ano seu Cinquentenário. Com uma atuação marcante, é voltada à defesa da língua portuguesa e cultivo da arte literária e todas as expressões artísticas, zelando e incentivando as derivações da cultura nacional e estadual. Constitui uma das casas culturais de maior representação no cenário sul-mato-grossense, reunindo os maiores escritores de Mato Grosso Sul. Maiores informações sobre a ASL e seus acadêmicos encontram-se no site www.acletrasms.org.br .

O diploma acadêmico da ASL foi entregue a Humberto Espíndola pela sua irmã Alzira Espíndola (foto Maurício Costa Jr)

Os atuais membros da ASL são: Abrão Razuk; Altevir Soares Alencar; Américo Ferreira Calheiros; Antonio João Hugo Rodrigues; Augusto César Proença; Elizabeth Fonseca; Emmanuel Marinho; Enilda Mougenot Pires; Francisco Leal de Queiroz; Geraldo Ramon Pereira; Guimarães Rocha; Henrique Alberto de Medeiros Filho; Humberto Espíndola; Ileides Muller; José Couto Vieira Pontes; José Pedro Frazão; Lenilde Ramos; Lucilene Machado Garcia Arf; Maria Adélia Menegazzo; Marisa Serrano; Orlando Antunes Batista; Oswaldo Barbosa Almeida; Paulo Corrêa de Oliveira; Paulo Sérgio Nolasco dos Santos; Paulo Tadeu Haendchen; Pe. Afonso de Castro; Pedro Chaves dos Santos Filho; Raquel Naveira; Reginaldo Alves de Araújo; Renato Toniasso; Rubenio Marcelo; Samuel Xavier Medeiros; Theresa Hilcar e Valmir Batista Corrêa. Ana Maria Bernardelli foi eleita e aguarda solenidade de posse.

Assessoria da ASL

Durante o ano de seu Cinquentenário, a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras irá homenagear pessoas que ao longo dessas décadas contribuíram e tiveram destacada participação e presença no desenvolvimento da instituição. Durante a solenidade comemorativa dos seus cinquenta anos, foram entregues as primeiras homenagens a importantes amigos e partícipes desta Casa de Cultura. Para isso, a ASL teve a elaboração de uma estatueta produzida exclusivamente para a ocasião.

Sua criação foi inspirada na obra O Pensador (em francês, Le Penseur), uma das mais famosas do escultor francês Auguste Rodin. Retrata um homem em meditação soberba, lutando com uma poderosa força interna. Originalmente chamado de O Poeta, a peça era parte de uma comissão do Museu de Arte Decorativa em Paris para criar um portal monumental baseado na Divina Comédia, de Dante Alighieri. Cada uma das estátuas na peça representava um dos personagens principais do poema épico. O Pensador originalmente procurava retratar Dante em frente dos Portões do Inferno, ponderando seu grande poema. A escultura está nua porque Rodin queria uma figura heroica à la Michelangelo para representar o pensamento, assim como a poesia.

Baseado nesta filosofia e inserindo o livro em mãos de um pensador, essa estatueta comemorativa da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras foi criada pela Slogan Publicidade, através de seu designer gráfico Edmilson Luchese, e transformada em arte pelo amigo desta Academia, o escultor Marcos Rezende, autor também do busto em bronze de nosso fundador Ulysses Serra, que temos no hall de entrada desta Casa. Ao longo do ano e de nossas atividades, serão concedidas sequencialmente, a outras personalidades, a estatueta.

O Cinquentenário da ASL teve várias iniciativas comemorativas. Preservar a memória e imortalizar a história tem sido uma das metas da ASL. Assim, demarcando especialmente os seus 50 anos, aconteceu o lançamento oficial do Hino da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (Canção “Luz das Letras”), recém-criado pelos acadêmicos compositores: Rubenio Marcelo (autor da música) e Henrique Alberto de Medeiros Filho (autor da letra).

Nessa parceria, a obra enfocou os aspectos culturais e históricos da ASL, celebrando desde nomes de seus fundadores até a tradição e metas da entidade, tudo tendo a inspiração do dístico “Litterarum Lumen” (Luz das Letras) – que integra oficialmente o brasão da ASL.

A composição timbra sua proposital cadência e harmonia rítmica/musical com natural caracterização do moderno e fluência próprias dos desígnios da arte contemporânea – desarraigando-se do habitual ‘semblante militarizado/marcial’ costumeiramente empregado em obras do gênero -, e sem renunciar ao lírico, enaltecendo as vibrantes energias renovadoras do pensamento artístico e o engajamento necessário.

O Hino pode ser acessado na aba Hinos MS e ASL, neste site. Ou pelo link: HINO DA ASL – ACLETRAS (acletrasms.org.br)

“Aqui, as manifestações artísticas são muito bem-vindas”, afirmou o presidente da ASL – Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Henrique de Medeiros, durante seu pronunciamento na comemoração do Cinquentenário da instituição, em solenidade realizada na sede em Campo Grande. Para ele, a ASL está sempre aberta para as pessoas que “compreendem que a leitura e o conhecimento forjam uma pessoa melhor. E isso se reflete nas sociedades que pretendemos e entendemos como necessitadas de evolução constante.”

Em evento que teve abertura do instrumentista e compositor Marcos Assunção; apresentação de minidocumentário sobre os 50 anos da Academia; lançamento de hino oficial da ASL; homenagem com estatueta criada para a ocasião a destacadas personalidades que tiveram importância para a instituição ao longo dessas décadas, a tônica da solenidade comemorativa foi o destaque da educação e cultura no fortalecimento do humanismo e do desenvolvimento da sociedade.

Para a vice-presidente da ASL, Marisa Serrano, “a Academia participa e contribui ativamente para a vida cultural sul-mato-grossense com suas atividades”. Segundo Marisa, os programas e eventos que compõem a agenda Literocultural da ASL fazem diferença no estímulo à produção cultural no Estado. Essa essência cultural ficou evidente no documentário comemorativo dos 50 anos da Academia, que deu grande enfoque ao aspecto educativo da Casa e teve apoio da Secretaria Estadual de Cidadania e Cultura e Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul.

A família do criador e fundador da ASL, Ulysses Serra, foi homenageada com a entrega da estatueta pelo acadêmico Samuel Xavier Medeiros a Ulisses Serra Neto.

HINO OFICIAL E BELAS ARTES

A poeta e acadêmica Raquel Naveira destacou que “a ASL busca, com suas ações dentro do cenário literário e das artes no Mato Grosso do Sul, fomentar o desenvolvimento das manifestações artísticas em geral”. Lembrou que a Academia foi pioneira no Estado em Campanha de Angariação e Distribuição de Livros, e criou Estante de Mato Grosso do Sul, com autores exclusivamente de nosso Estado.

O Hino-canção Oficial da Academia, “Luz das Letras”, foi recém-criado pelos acadêmicos compositores: Rubenio Marcelo (autor da música) e Henrique Alberto de Medeiros Filho (autor da letra). Nessa parceria, a obra enfoca os aspectos culturais e históricos da ASL, celebrando desde nomes de seus fundadores até a tradição e metas da entidade. A composição timbra sua proposital cadência e harmonia rítmica/musical com natural caracterização do moderno e fluência próprias dos desígnios da arte contemporânea – desarraigando-se, de acordo com Rubenio Marcelo, do habitual ‘semblante militarizado/marcial’ costumeiramente empregado em obras do gênero.

Membro da Diretoria da ASL, o acadêmico Samuel Xavier Medeiros destacou as disponibilizações dos Suplementos Culturais e Revistas da Academia, que estão liberados para acesso gratuito no site oficial acletrasms.org.br . “Essas publicações contribuem em muito para o conhecimento do que se produz em Mato Grosso do Sul através de sua literatura”, frisou o escritor. Américo Calheiros ressaltou a estatueta desenvolvida especialmente para o Cinquentenário, que adapta a escultura O Pensador, de Rodin, para adaptação com o livro – criada pela Slogan Publicidade através do designer Edmilson Luchese e transformada em arte pelas mãos do escultor Marcos Rezende -, destacando que ela resume a “força da leitura para o pensamento e a formação da personalidade das pessoas”.

ESTATUETAS E HOMENAGENS

As homenagens prestadas pela Academia honraram nomes que acompanharam e apoiaram ao longo dos anos a história da ASL. Foram homenageados os fundadores Ulysses Serra e Germano Barros de Souza in memoriam, através de suas famílias com a presença de Ulysses Serra Neto e Deborah Passarelli Barros de Souza, e José Couto Vieira Pontes – o único fundador a receber a estatueta em vida –.

O governador Reinaldo Azambuja – representado pelo Secretário de Estado de Cidadania e Cultura, João César Mattogrosso – e o ex-governador André Puccinelli foram homenageados e receberam as estatuetas, respectivamente, dos acadêmicos Marisa Serrano e Américo Calheiros. O IGHMS – Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul também foi laureado com a estatueta, bem como a educadora Reni Domingos dos Santos, que recebeu a homenagem pelas mãos do acadêmico Pedro Chaves dos Santos Filho.

Receberam homenagens ainda in memoriam Wilson Barbosa Martins e Inah Machado Metello, através de suas famílias. O Jornal Correio do Estado e o Prof. J. Barbosa Rodrigues também receberam a homenagem, e apoiadores da Academia: o Conselheiro Jerson Domingos, o engenheiro Jary Castro, Manfredo Alves Corrêa, Átila Teixeira Gomes e Sinval Martins de Araújo.

Fotos da solenidade podem ser acessadas pela aba Fotos, no menu principal: https://acletrasms.org.br/solenidade-do-cinquentenario-da-asl/