ASL disponibiliza uma década de Suplementos Literários na internet

A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL) acaba de disponibilizar em sua home page na internet os Suplementos Culturais literários produzidos pela Instituição e publicados na última década. São mais de 400 arquivos nos quais se multiplicam crônicas, contos, poesias, trechos de livros etc, todos textos escritos por seus acadêmicos, com o melhor da literatura regional. O endereço para acesso é www.acletrasms.org.br, no menu Matérias > Suplemento Cultural.

Como forma de incentivar o bom hábito da escrita e da leitura, o Suplemento é veiculado ininterruptamente desde o ano de 1972, portanto há 48 anos, pelo jornal Correio do Estado, sempre aos sábados. Além de entreter e propor ricas viagens a novos mundos, o caderno literário também retrata um período marcado por importantes fatos históricos, incluindo a criação de Mato Grosso do Sul e a origem de várias cidades, como a Ponta Porã dos guavirais, a Coxim dos bororós e as monções de Corumbá.

“Antes da internet, o acesso à informação não era, digamos, tão democrático. A forma de comunicar era outra, quando os meios de massa principais eram a televisão, o rádio e a mídia impressa; hoje, vivemos um novo tempo com o acesso à web”, explica o presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, o escritor acadêmico Henrique Alberto de Medeiros Filho. “O objetivo da Academia é facilitar o acesso à produção literária da Academia também através da internet, incentivando o público em geral a conhecer mais da literatura que é produzida no Mato Grosso do Sul. Os Suplementos Culturais da ASL em nosso site são belíssimos exemplos disso”, finalizou.

Segundo o acadêmico Geraldo Ramon, responsável pela ASL na coordenação do Suplemento Cultural, a iniciativa de levar literatura para o jornal impresso em Mato Grosso do Sul surgiu de reuniões acadêmicas com o saudoso jornalista e também acadêmico e ex-presidente da ASL, Prof. J. Barbosa Rodrigues, que incluiu em seu Jornal Correio do Estado a página “Suplemento Cultural”, com objetivo de divulgar a produção líterocultural dos acadêmicos da ASL – o que vem sendo respeitado e preservado desde então.

Nos idos de 1972, a ideia da criação do caderno literário semanal com o título de Suplemento Literário – que depois, com o mesmo formato, teve sua mudança de título para Suplemento Cultural – surgiu em reunião dos acadêmicos Demóstenes Martins, José Couto Vieira Pontes, Antônio Lopes Lins, Hugo Pereira do Vale, J. Barbosa Rodrigues, Ulysses Serra, Paulo Coelho Machado, Inah Machado Metello e Henedina Hugo Rodrigues. Nesse encontro, o Prof. Barbosa Rodrigues imediatamente aprovou a iniciativa e abriu as páginas do Correio do Estado à literatura do Estado. Sua única condição foi de que apenas textos de acadêmicos da ASL fossem lá publicados. E tem sido assim, ininterruptamente, desde a primeira publicação. Essa iniciativa levou o Correio do Estado a publicar o caderno literário mais longevo da imprensa nacional. Até hoje publicado, todos os sábados no Caderno B, incentiva a literatura e o conhecimento da cultura literária acadêmica sul-mato-grossense, contribuindo e incentivando a difusão da educação, da leitura e conhecimento.

Para o secretário-geral da ASL, acadêmico Rubenio Marcelo – também um dos responsáveis pela elaboração do Suplemento Cultural -, “os acadêmicos disponibilizaram ecléticas participações neste caderno ao longo das décadas, como J. Barbosa Rodrigues, Ulysses Serra, Germano Barros de Sousa, Hélio Serejo, Maria da Glória Sá Rosa, Elpídio Reis, Otávio Gonçalves Gomes, Jorge Antonio Siufi, Paulo Coelho Machado, Oliva Enciso, Rui Garcia Dias, Hildebrando Campestrini, Abílio de Barros, Arassuay de Castro e tantos outros, com seus estilos originais”.  Segundo Rubenio, além de trazer notícias sobre a literatura em âmbito estadual e reflexões sociais abordando temas como a importância do estudo literário nas escolas, a página histórica do Suplemento Cultural constituiu-se, ao longo do período, uma ferramenta para ajudar a vencer a inanição cultural que ainda assola parcela significativa das comunidades.

Entre os inúmeros autores, todos imortais da ASL, e temas que os leitores vão descobrir ao buscar os Suplementos Culturais no site da ASL, destaque também para Manoel de Barros – que ocupou a cadeira de número 1 da Academia – e sua maneira peculiar de escrever sobre a natureza pantaneira. Já Ulysses Serra, acadêmico autor de “Camalotes e Guavirais”, um dos fundadores da ASL, é reconhecido como motivador desta popularização da literatura ao ter tido a iniciativa da criação da Academia, isso muito antes da chamada “produção de conteúdo”, característica inerente da era digital.

release: ASL assessoria – www.acletrasms.org.br