Abílio de Barros, cujo trabalho literário é considerado essencial para a preservação da memória histórica e cultural pantaneira, é o acadêmico saudoso que será homenageado na Roda Acadêmica deste mês da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras nesta quinta-feira, dia 28, às 19h30min, em atividade presencial no auditório da sede da instituição, na avenida 14 de julho, 4653, nos Altos do São Francisco – com entrada gratuita. O projeto é uma parceria da ASL com apoio da Setesc – Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura – pela Fundação de Cultura de MS – FCMS.
Abílio de Barros é o saudoso acadêmico que será tema da Roda do mês da ASLOs acadêmicos Américo Calheiros, Marisa Serrano e Raquel Naveira
Escritor, advogado, filósofo e pecuarista, Abílio deixou um legado de sensibilidade e compromisso com a cultura regional. Sua obra é marcada por crônicas, memórias e reflexões sobre o Pantanal e a vida interiorana, com estilo direto, observador e profundamente humano. Ocupou a cadeira 32 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. A Roda Acadêmica sobre o escritor terá apresentação dos acadêmicos Américo Calheiros, Marisa Serrano e Raquel Naveira.
ADELAIDE BARBOSA MARTINS E ANA OITICICA
Essa quinta-feira marca também a participação da Confraria Sociartista nas atividades mensais da ASL, com o projeto “Arte na Academia”, com artes visuais ao vivo que irá abordar a produção de duas integrantes, as artistas Adelaide Barbosa Martins e Ana Oiticica.
Pela Confraria SociArtista estarão se apresentando Ana Oiticica e Adelaide Barbosa Martins
Adelaide Barbosa Martins é pintora e ceramista, com suas raízes nas tradicionais famílias sul-mato-grossenses Baís e Barbosa Martins, tendo sido desde criança – movida por grande senso criativo – levada a gostar de arte, participando de teatro e apresentando música, violão e voz nos circos de Campo Grande. Aos 20 anos passou a fazer teatro, no O Tablado. Também teve programas musicais na Rádio Educativa. Desde os 20 anos expõe suas obras em Campo Grande, com exposições no Brasil e no exterior e é uma das fundadoras da Confraria Sociartista.
Ana Oiticica é professora aposentada e artista com uma trajetória multifacetada, destacando-se nas linguagens da pintura em tecido, estamparia em tecido e na criação de bonecos, entre outras expressões artísticas. Participou de diversas exposições individuais e coletivas. Esse contexto evidencia como Ana Oiticica transita entre diferentes suportes e técnicas, imprimindo caráter, expressão e variedade nos seus objetos artísticos. A pintura em tecido e a estamparia dão base visual e sensorial à criação, enquanto os bonecos trazem dimensão, volume e um potencial narrativo/performático.
UFMS: RAFAEL SALGADO
O músico Rafael Salgado, que se apresentará pela UFMS no “Música Erudita e suas Fronteiras”
O reconhecido projeto Movimento Concerto, da UFMS, com sua vertente “Música Erudita e suas Fronteiras” – realizado em parceria pelas ASL e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – terá neste mês apresentação com a participação será de Rafael Salgado, Doutor em música pela UDESC e Mestre em música pela UNESP. Atualmente é Técnico-Músico da UFMS atuando com projetos de extensão ligados ao ensino e produção artístico-musical. Realiza pesquisa com ênfase nos processos de preparação em música de câmara. Desde 2010 integra o quarteto de violões Toccata, que em 2018 laçou álbum com obras inéditas de compositores brasileiros para a formação. É integrante do duo Entrecordes junto ao cellista William Teixeira desde 2021, em que além do repertório tradicional para a formação, explora novas composições de compositores contemporâneos.
A RODA
No foyer, haverá música instrumental com Alvani Calheiros
Participantes desta Roda, os imortais Américo Calheiros, Marisa Serrano e Raquel Naveira analisaram e estudaram a vida e obra de Abílio de Barros para apresentação de sua trajetória de vida e sua importância na ASL. Realizados no auditório da ASL, na rua 14 de julho, 4653, os Chás Acadêmicos e as Rodas Acadêmicas de 2025 têm suas apresentações de março a novembro, sempre nas últimas quintas-feiras de cada mês. Após a palestra, haverá apresentação no foyer do músico Alvani Calheiros, que já participou em diversos grupos, shows e gravações de DVD de compositores locais, bem como fundou o grupo de estudos da música instrumental chamado JazzLab, em Campo Grande. A Academia Sul-mato-grossense de Letras – a mais alta e representativa entidade literária estadual –, no próximo mês de outubro, comemorará 54 anos de fundação.
SERVIÇO
Roda Acadêmica da ASL “Abílio de Barros” (pelos acadêmicos Américo Calheiros, Marisa Serrano e Raquel Naveira)
Dia 28 de agosto de 2025, às 19h30min (Com os projetos “Música Erudita e suas Fronteiras”, com a UFMS; e “Arte da Academia”, com a Confraria Sociartista)
Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco)
Entrada gratuita, evento presencial
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2025/08/25ASL-RLS-Mes-08-Roda-Abilio-Convite.jpg1014794Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2025-08-27 10:46:132025-08-27 11:33:19Abílio de Barros é o imortal da Roda Acadêmica da ASL do mês de agosto
O contista Dalton Trevisan, “O Vampiro de Curitiba”, é o escritor que será homenageado em Leituras & Conversas pela ASL neste mês de agosto, nesta quinta-feira, dia 14. A entrada é gratuita, em atividade presencial no auditório da instituição, às 19h30min. As acadêmicas Lenilde Ramos, Maria Adélia Menegazzo e Sylvia Cesco estarão presentes coordenando o evento; o convidado do mês – que fará a palestra sobre Trevisan – será o presidente da Academia: escritor, publicitário e jornalista Henrique de Medeiros.
Acadêmicos Maria Adélia Menegazzo, Henrique de Medeiros, Sylvia Cesco e Lenilde Ramos
Dalton Jérson Trevisan, nascido em Curitiba em 1925 e falecido em 2024, é considerado um dos maiores contistas da literatura brasileira. Formado em Direito, abandonou a advocacia para se dedicar à escrita, revelando desde cedo uma linguagem concisa e intensa. Recebeu prêmios Jabuti, da Academia Brasileira de Letras – ABL e o prêmio Camões, entre inúmeros outros. Trevisan ficou conhecido como o “Vampiro de Curitiba”, apelido que reflete seu estilo sombrio e sua personalidade reclusa. Seus contos abordam temas como solidão, violência e loucura, sempre com personagens comuns e ambientações urbanas.
Escritor Dalton Trevisan
“A moça de vestido branco, sentada no banco da praça, lê um livro. Ele se aproxima devagar, como quem não quer nada. Quando ela levanta os olhos, já é tarde.”
Dalton Trevisan, “O Vampiro de Curitiba” (Prêmio Jabuti, 1965)
SERVIÇO
Leituras e Conversas na ASL “contista Dalton Trevisan”
Dia 14 de agosto de 2025, às 19h30min
Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco)
Entrada gratuita, evento presencial, traje esporte
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2025/08/ASL-Convite-Evento-Dalton-Trevisan.jpg1014794Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2025-08-12 11:41:122025-08-12 11:41:13“Clube de Leitura” da ASL apresenta Dalton Trevisan nesta quinta-feira
O imortal Jorge Caldeira, ocupante da cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, estará palestrando neste mês de julho, na quinta-feira, dia 31, em evento do projeto “ABL na ASL: Palestras Imortais”, realizado pela Academia Sul-Mato-Grossense de Letras em parceria com a Setesc – Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura, por meio da Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul.
Sob o título “As perspectivas do Brasil no Mercado de Carbono Neutro”, a palestra será baseada na obra Brasil, Paraíso Restaurável, lançada por Caldeira em 2020, em parceria com Júlia Marisa Sekula e Luana Schabib (nascida em Campo Grande e que deverá estar presente no evento). A proposta é discutir o papel do Brasil na economia de carbono neutro.
Imortal da ABL, Jorge Caldeira
Segundo Jorge Caldeira, “será dada especial atenção à velocidade que a mudança na direção do carbono neutro está adquirindo no Brasil. Basta ver o caso de Mato Grosso do Sul, onde, a partir de 2022, a gestão Eduardo Riedel transformou um Plano de Carbono Neutro em peça central do planejamento do estado”.
O evento será presencial, com entrada franca e traje esporte, no auditório da ASL, localizado na Rua 14 de Julho, nº 4653, em Campo Grande, às 19h30. As atividades contam com parcerias da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), por meio do projeto “Música Erudita e suas Fronteiras”, inserido no “Movimento Concerto”; e da Confraria Sociartista, através do projeto “Arte na Academia”.
A palestra também abordará as oportunidades de negócios que surgem com a consolidação do cálculo do balanço de carbono como fator para decisões de investimento. Segundo a consultoria McKinsey, o potencial de investimentos de curto prazo pode chegar a US$ 40 bilhões. Será apresentado, na medida do possível, o cenário mundial de investimentos baseados em carbono neutro — atualmente o mais abrangente do planeta.
Finalizando a noite, haverá confraternização no foyer da ASL, com apresentação instrumental com o músico, produtor e diretor musical Otávio Neto.
JORGE CALDEIRA
Historiador e escritor, Jorge Caldeira é imortal da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 16. É uma figura central na renovação da literatura histórica brasileira. Doutor em Ciência Política e graduado em Ciências Sociais pela USP, construiu uma trajetória marcada pelo rigor acadêmico e pela ousadia narrativa.
Autor de obras que revisitam criticamente a formação econômica e social do país, como História da Riqueza no Brasil (2017), destacou-se também por Mauá, Empresário do Império (1995), referência nos estudos sobre empreendedorismo no Brasil Imperial, e A Nação Mercantilista (1999), que trata das raízes estruturais da economia brasileira.
Organizador da coleção Formadores do Brasil, publicou volumes sobre José Bonifácio e Diogo Antônio Feijó.
Teve também ampla atuação editorial — como publisher da revista Bravo! e editor em veículos como Exame, IstoÉ, Revista da Folha e Ilustrada da Folha de S.Paulo, além de consultor da TV Globo no projeto Brasil 500 Anos. Recebeu a Ordem do Mérito Cultural (2018) e é também membro da Academia Paulista de Letras. Segundo Celso Lafer, é um autor que “traz uma nova visão sobre o Brasil, com múltiplos olhares e profundidade analítica”.
SÔNIA POSSI E ANDRÉA LUZ
A pintura ao vivo de julho pela Confraria Sociartista terá duas técnicas diferentes, com os trabalhos visuais de Andréa Luz e Sônia Possi.
Pela Confraria SociArtista, Andréa Luz
Andréa Luz é artista visual e arquiteta, com diversas exposições individuais e coletivas em Mato Grosso do Sul e no Brasil. Integra a Confraria Sociartista e, desde o início da carreira, retrata a vida indígena, a flora e a fauna do Pantanal, utilizando técnica mista de pastel seco, tinta acrílica e carvão.
Pela Confraria SociArtista, Sônia Possi
Sônia Maria de Medeiros Possi desenha mandalas intuitivas e, a partir dessas criações, começou a estudar e praticar outras técnicas como desenho com grafite, lápis de cor e tinta a óleo sobre papel. Atualmente dedica-se aos retratos, criando rostos de pessoas e motivos sacros.
GABRIEL DOS SANTOS E PEDRO IRINEU
Realizado mensalmente pela ASL em parceria com a UFMS, o projeto Movimento Concerto, dentro da vertente “Música Erudita e suas Fronteiras”, traz em julho os músicos Gabriel dos Santos e Pedro Irineu. No repertório solo: Turégano, de Federico Moreno Torroba – Gabriel dos Santos. La Catedral (3º movimento), de Augustin Barrios – Pedro Irineu. No repertório em duo: Opus 34 nº 02, de Ferdinando Carulli – Gabriel e Pedro.
Pela UFMS, a presença do violonista Gabriel dos Santos
Gabriel dos Santos é violonista e educador musical, com formação técnica pelo Conservatório Musical de Campo Grande e graduação em Música pela UFMS (em conclusão). Participou da Camerata Madeiras Dedilhadas, do Festival Mais Cultura UFMS e foi finalista do XV Concurso de Violão da FITO. Sua atuação se destaca pelo compromisso com a valorização da música como instrumento de expressão e inclusão.
Pela UFMS, a presença do violonista Gabriel dos Santos
Também pela UFMS, o violonista Pedro Irineu
Pedro Irineu é graduando em Licenciatura em Música pela UFMS, estudou com o professor Pieter Rahmeier e participou de apresentações locais e concursos como o XI Concurso Nacional de Violão Fred Schneiter (RJ). Participou de masterclasses com músicos renomados como Everton Gloeden, Gilson Antunes e Daniel Morgade. Atualmente integra a Camerata de Madeiras Dedilhadas.
INSTRUMENTAL COM OTÁVIO NETO
Músico Otávio Neto se apresentará no foyer
Após a palestra, na confraternização, haverá apresentação instrumental de Otávio Neto. Cantor, músico, produtor e diretor musical, é natural de Campo Grande (MS) e filho de um índio terena com uma mineira. Iniciou sua trajetória na música ainda na infância. Na adolescência, mudou-se para Curitiba, residindo na casa do maestro Misael Passos e de seu filho Misa Jr., quando teve os primeiros contatos com produção musical e arranjos. Ao retornar para Campo Grande, aprofundou-se na Soul Music e passou a atuar como arranjador e assistente técnico em estúdios. Fundou o projeto Aldeia Black e assinou arranjos para diversos artistas. Otávio Neto soma quase 70 CDs produzidos, abrangendo diferentes estilos musicais, além de DVDs e participações em shows realizados em várias regiões do país.
SERVIÇO
Chá Acadêmico
“ABL na ASL: Palestras Imortais”
Palestrante: Jorge Caldeira Tema: “As perspectivas do Brasil no Mercado de Carbono Neutro”
Dia: 31 de julho de 2025 Horário: 19h30 Local: Auditório da ASL – Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco), Campo Grande – MS
Parcerias
UFMS – projeto Música Erudita e suas Fronteiras Confraria Sociartista – projeto Arte na Academia
Entrada franca | Evento presencial | Traje esporte
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2025/07/Cha-ASL-Jorge-Caldeira-ABL-Convite.jpg1014794Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2025-07-29 14:00:002025-07-29 10:59:21Chá Acadêmico de Julho da ASL traz imortal da ABL Jorge Caldeira a MS
Textos que saíram de cabeças, idades e realidades sociais diferentes, porém criativos e singulares, únicos para cada inspiração. A educadora, o artista, o ativista, a operária – enfim, uma composição plural de gêneros e de ocupações adornou na noite de quinta-feira, 24, na premiação aos 10 primeiros colocados no Concurso de Poesias “Oliva Enciso”. Promovido pela ASL (Academia Sul-Mato-Grossense de Letras), com a parceria da Setesc – Secretaria de Estado de Turismo, Desporto e Cultura (através da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul – FCMS), o concurso foi instituído em 2012 para ampliar os canais de fortalecimento cultural, com incentivo à produção autoral.
Os autores e autoras receberam certificados de participação. Os três primeiros classificados ganharam também prêmios em dinheiro nos valores de R$ 3.000,00, R$ 2.000,00 e R$ 1.000,00. A poesia vencedora, “Padilhas e Mulambos”, é de Rayanne Jarcem de Oliveira. Em 2º lugar ficou “Aguada”, de Márcia Regina Scherer; e em 3º, “A Parte que Falta”, de Ibelize Santos.
Acadêmicos e Premiados do Concurso “Oliva Enciso”
Completam a relação dos 10 vencedores – 4º lugar: Júlio Oliveira Costa, de Campo Grande (“Bixa-Terra”); 5º: Renata Boeira, de Dourados (“Hoje Escrevi Uma Matéria”); 6º: Angélica Cardoso Rodrigues, de Jardim (“Esperança”); 7º: Tácito Lourenço Batista, de Dourados (“Alvorada no Pantanal das Palavras”; 8º: Jurema Cristaldo, de Campo Grande (“Entre Dois Mundos”); 9º: Keyla Coelho, de Bandeirantes (“O Amor Respira por Aparelhos”); e 10º: Fabiano Baumgardt, de Campo Grande (“Nas Vielas do Presente”). À exceção de |Renata Boeira e Tácito Batista, todos se fizeram presentes.
As poesias e os prêmios foram declamados e entregues pelos imortais da ASL Henrique Medeiros, Fábio do Vale, Sylvia Cesco, Sérgio Cruz, Rubenio Marcelo e Elizabeth Fonseca. Os elogios à qualidade das poesias foram unânimes. Para os acadêmicos Marisa Serrano – que conduziu a apresentação – e Rubenio Marcelo, mais uma vez o concurso demonstrou sua importância no fomento, na resistência e na produção literária em Mato Grosso do Sul .
Acadêmicos, familiares e amigos dos participantes animaram a noite de premiações na sede da Academia. O presidente da ASL, Henrique de Medeiros, definiu o concurso como “um chamado aos talentos de todas as épocas, sobretudo para quem não teve sua obra contemplada com a justa visibilidade e quem, por timidez ou outro tipo de relutância, demora a colocar para fora sua capacidade de criação”.
O presidente da ASL, Henrique de Medeiros, e o secretário-geral, Rubenio Marcelo, premiam Rayanne Jarcem
1º
Padilhas e Mulambos Rayanne Jarcem de Oliveira
Você achou que a carne negra era mais barata. Ouviu na boca do açougue que devia levar, mas desconsiderou que era dura de engolir. Começou a me fazer na panela errada, sem cuidado, sem dengo. Nem lembrou que carne de África se faz com ervas e oração, se faz com sal fino, com licença ancestral. Ficou ensebando com coisas erradas, usou desamor, pitada de cinismo, e o pacto de me fazer morrer. Me pegou de qualquer jeito, não pensou em prato especial, cozinhou em banho maria. Mas não contava que minhas Marias eram outras. Eram Padilhas e Mulambos, era a família que reza meia noite na encruza enquanto sai para trabalhar. Maria que bota lingerie chique, batom vermelho e bate no peito da negritude que lateja. Aqui ninguém nos mata de novo. Mesmo que tenha quebrado meus ossos com saliva quente, mesmo que separasse cada estilhaço para não mais juntar. Esqueceram de te falar. Carne preta se junta no faro. Nossos ancestrais deixaram mapas em padês, tranças e sambas. Veja bem. Juntei meus ossinhos na força das marés. África me fez reexistir e nunca mais parar de dançar. Hoje, quando escutar o ranger dos dentes por aí é o meu fantasma. Minha carne preta é pó da noite. Ela treme e se esparrama por todo lugar.
Henrique de Medeiros e Rubenio Marcelo premiam Marcia Scherer
2º
Aguada Marcia Regina Scherer
Houve um tempo em que as águas chegavam Como num turbilhão de pensamentos Inundavam Mentes férteis, ora ocas, ora secas Vertiam reflexões. Gotejavam
Nesse tempo água era que nem vida Tinha gosto e cheiro d’alma Transparente Como brisa mansa Gingando a rede com calma
Há de haver o tempo em que as águas voltarão Caudalosas de riso frouxo Arrastando morte e secura Levando canoas para o longe Afogando mágoas de quem se cura
Nesse tempo, eu rio Caudalosamente Em direção ao mar
Rubenio Marcelo e Raquel Naveira premiam Ibelize Santos
3º
A parte que falta Ibelize Santos
Surgiu de um sonho Nasceu de um plano Cresceu num redomo
Fez parte em nós Encheu nossos anos Teceu nossos nós
Faltou devagar No meio da dor Testada na sorte Deixou-se vagar
Em tanto existir Tornou-se banal Morreu nos assuntos Virou trivial
Largada num fundo Talvez virou sobra Juntada a outras tantas Deixadas pra fora
Mas toda essa falta Um dia deságua Na face que escorre A dor que se narra
Acadêmica Elizabeth Fonseca premia Julio Cezar Oliveira Costa
4º
Bixa-terra Julio Cezar Oliveira Costa
Sou raiz que teima em brotar na beira da cerca, fruto que não coube no curral da norma. Entre Pantanal e poste, danço com as mariposas no cio da noite sem perdão.
Meu corpo é território em disputa, que muito cedo fincou bandeira. Não sou invasão. Sou retomada. Minha pele guarda o barro dos que vieram antes.
Aqui, onde o cerrado arde devagar, sou canto torto de passarinho sem gaiola. Chamam de pecado o que é só flor em outra estação. Não sou lenda urbana… Sou memória viva!
Nasci entre o sussurro das onças e o grito calado dos guarani-kaiowá. Sou bixa no sul do centro do mundo, só isso já é revolução.
Os bois olham torto, o padre me nega, mas minha reza é de tambor, minha missa é no brejo, meu evangelho é o beijo que dei escondido.
Sou o que não se ensina nos livros da escola, mas se aprende quando o mato fala. Se me apagarem daqui, vou virar estrela, daquelas que orientam caminho.
Sou sul, mas nunca silêncio. Sou brilho, mas também cicatriz. E se me perguntarem de onde venho, aponto o coração e digo: daqui.
5º
Hoje escrevi uma matéria Renata Aparecida Boeira de Oliveira Costa
Hoje escrevi uma matéria sobre um poeta que faleceu faz tempo. Ele está na minha tatuagem, nos bilhetes de amor, em buquês de rosas, nas leituras dos solitários, na pupila dos amantes que gozam juntos nas madrugadas. No bater de portas dos casais que se despedem do afeto. No sorriso das crianças e nas notícias que se esqueceram de ser boas. Nas ruas, nos bares, nos copos dos pessimistas da vida. Nos hospitais, nas delegacias e nos funerais que acontecem ao meio-dia. Em ônibus, aviões, bicicletas, nos pés no chão. Nos telefonemas de saudade, nas mensagens que morrem no orgulho. Nas distâncias assinadas em contrato, na vontade guardada. Na descrença total da felicidade ou na fé violenta pela vida — no amor. Esse poeta me sussurra que continua vivo. E eu acredito. Porque, em alguns momentos, eu posso abraçá-lo.
Acadêmica Elizabeth Fonseca premia Angélica Cardoso
6º
Esperança Angélica Cardoso Rodrigues
Ainda que o amargor do café lembre o gosto cru dos dias sem cor, ainda que o belo canto dos pássaros se dissolva no lamento abafado do mundo, ainda que o vapor das máquinas se confunda com as densas nuvens, ainda que as noites tempestuosas não tragam apenas a chuva, teus olhos de menina, indomáveis como o primeiro desejo que não se diz, me retêm na quina entre o ontem, o agora e o incerto amanhã. As linhas que se espalham como ramas no rosto, tatuagens invisíveis do tempo invencível, são trilhas de um mapa que só o viver decifra. E mesmo quando eu despenque num abismo voraz e silencioso, como um castelo de cartas derrubado pelo sopro impiedoso de uma criança inquieta, tu ainda me restas — chama escandalosa que insiste em pulsar em meu peito. E por te ser, me incendeio.
7º
Alvorada no Pantanal das Palavras Tácito Loureiro da Silva Lourenço Baptista
Amanhece nas entranhas do barro úmido, onde sílabas brotam como rebentos. O tuiuiú de metáforas rasga o céu anil, e o voo esculpe versos no ar denso. O Paraguai, rio-caderno ancestral, carrega folhas de histórias submersas — cada onda, um verso sem adeus, cada remanso, um ponto de reflexão.
O vento vira páginas do capim dourado, libélulas grifam os hífens do tempo. No lodo da memória, o passado acende: peixe-espelho que na corrente se esvai. Aqui, o poeta tece a trama do verbo, arreando rimas soltas na vasta planície. Sob os cascos do tempo, o silêncio fala: raízes que bordam a língua da terra.
O sol, cururueiro de ouro incandescente, pousa na copa vazia do cambará. O gado das horas pasta a luz do verde-cálice, rumina sonhos em tons de anil profundo. O rio que transborda o leito estreito é o mesmo que corre nas veias da escrita — cantando a saga dos que dormem em versos, sonhos que a terra guarda nas raízes.
Como o trovador das águas esquecidas, minha voz busca o eco dos primeiros nomes: palavras que o vento não apagou, mas guardou nos sulcos do horizonte. E à noite, quando o brejo entoa cânticos de vida, e as raízes ascendem ao céu em espiral de essência, o poema nasce: semente alada que planta futuros no solo do agora.
Acadêmico Sergio Cruz premia Jurema Cristaldo
8º
Entre Dois Mundos Jurema Cabral Cristaldo
Nasci da mistura de tempos antigos, do encontro forçado de histórias partidas, trazendo na pele a dúvida eterna: quem sou eu, se sou metade de tudo e inteiro de nada?
Muito branca para ser preta, muito preta para ser branca, flutuando entre olhares que me julgam, entre vozes que me nomeiam sem permissão. “Morena jambo”, “cor de suja”, tantos nomes, e nenhum que me caiba.
Na escola, no bairro, na vida, não bastava existir, era preciso escolher. Mas como se escolhe uma cor, quando a pele muda com a luz?
Sou mais clara no inverno, mais escura no verão, o bastante para nunca ser suficiente. Elogios que ferem: “Cabelo bom, mas nem tanto”, “Traços finos, que sorte”.
Meu reflexo é uma interrogação, minha cor, uma incógnita. Sou preta quando convém, branca quando interessa, mas nunca o bastante para ser qualquer uma.
Sou mistura que resiste, sou a história em tom mestiço, a dúvida que insiste em existir.
Acadêmico Fábio do Vale premia Keyla Alves Coelho
9º
O Amor Respira por Aparelhos Keyla Alves Coelho
Há um soro invisível pingando no peito da gente, remédios coloridos tentando curar o que é ausência. As crianças trocam o chão de terra pela tela azul, e esquecem como é sujar os joelhos de esperança.
Os olhos não se encontram, só deslizam… dedos nervosos em telas frias, em conversas vazias. Religiões de curtidas, orações por emojis, e a fé… a fé, coitada, internada em estado terminal.
Lá fora, as sirenes tocam — não de ambulâncias, mas de guerras travadas com palavras cortantes. Aqui dentro, nas salas de estar, batalhas silenciosas: casamentos esvaziados, filhos órfãos de pais vivos.
Cada notificação é um tiro de ansiedade, e o café da manhã virou comprimido com água. Nos noticiários, bombas; nos lares, silêncios. O mundo inteiro respira, mas com ajuda de máquinas.
E o amor? Ah, o amor… entubado, cercado de alertas vermelhos, mantido vivo por um fio de memória, esperando que alguém, um dia, desligue o wi-fi… se reconecte com a própria humanidade, e descubra, enfim, que o único recomeço possível ainda pulsa… ainda luta… ainda resiste, mesmo que respirando por aparelhos.
Acadêmico Fábio do Vale premia Fabiano Baumgardt
10º
Nas vielas do presente Fabiano Rocha Baumgardt
Nas vielas do presente, onde as sombras altivas. Se erguem, e a luz se esconde, pouco viva. Um povo vagueia, perdido em revoltas internas, Emaranhados em problemas e tramas tão ternas.
Caminham para um destino em nevoeiro envolto, Na era da incerteza, onde o medo tem seu voto. Erguem-se das cinzas do desespero, como as que padecem, Buscando respostas em sonhos e anseios que se mexem.
Dos dias de desespero profundo, à falta de amor, Da justiça cambaleante à moral sem fulgor. Marcham, os heróis do presente, em estradas tortuosas, Enfrentando desafios com bravura corajosa.
Das torres altas de marfim onde a ganância se revela, Aos sombrios becos onde a miséria se acotovela, Lutam e perseveram, em meio ao caos que os cerca, Onde a esperança vacila, mas ainda se arqueja.
Nos anais da história, a narrativa se repete, Injustiças e vidas entrelaçadas, história que se compete. Em batalhas invisíveis, e em conquista sem som, A humanidade prossegue, em sua jornada em tom.
A vice-presidente da ASL, acadêmica Marisa Serrano, conduziu a solenidade.Fábio do Vale, Sylvia Cesco, Rubenio Marcelo, Henrique de Medeiros, Raquel Naveira, Elizabeth Fonseca e Sergio Cruz foram os acadêmicos que formaram a mesa oficial da cerimônia de premiação.
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2025/07/Academicos-e-Classificados-Poesias.jpg8101080Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2025-07-28 14:33:002025-07-29 18:14:04Poesias premiadas revelam e confirmam talentos da literatura em MS
Nesta quinta-feira, 24, a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras entrega os prêmios aos autores que se destacaram no Concurso de Poesias “Oliva Enciso”, iniciado em junho com o objetivo de estimular a produção literária no Mato Grosso do Sul. O evento é aberto ao público e oferece certificações e prêmios em dinheiro aos vencedores: 1º lugar, poema “Padilhas e Mulambos”, de Rayanne Jarcem de Oliveira; 2º lugar, poema “Aguada”, de Marcia Regina Scherer; e 3º lugar, poema “A parte que falta”, de Ibelize Santos; além de certificação até o décimo colocado.
“Você achou que a carne negra era mais barata. Ouviu na boca do açougue que devia levar, mas desconsiderou que era dura de engolir. Começou a me fazer na panela errada, sem cuidado, sem dengo. Nem lembrou que carne de África se faz com ervas e oração, se faz com sal fino, com licença ancestral.”
(trecho de um dos poemas classificados – que serão revelados na Noite -)
Os dez poemas classificados pela Academia serão interpretados na noite de quinta-feira por Acadêmicos, durante a premiação e certificação. O Concurso teve apoio da Secretaria de Estado de Turismo, Desporto e Cultura, pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul – FCMS. Conforme as regras divulgadas, os valores dos prêmios são: R$ 3.000 para o primeiro colocado, R$ 2.000 para o segundo e R$ 1.000 para o terceiro. As inscrições foram estaduais e gratuitas, com ampla divulgação, e permitiu o uso de pseudônimos, garantindo imparcialidade na escolha dos textos. Cada participante pôde enviar um único poema, sendo obrigatório residir no Estado e ter ao menos 18 anos.
“Nesse tempo água era que nem vida Tinha gosto e cheiro d’alma Transparente Como brisa mansa Gingando a rede com calma”
(trecho de um dos poemas classificados – que serão revelados na Noite -)
A seleção dos poemas selecionados foi feita por uma Comissão composta por membros da ASL — escritores que ocupam cadeiras imortalizadas na entidade. “Foram considerados critérios como originalidade e domínio da linguagem, em meio a cerca de quatro centenas de poesias enviadas de vários municípios sul-mato-grossenses”, comenta o presidente da ASL, Henrique de Medeiros. “Reforçamos nosso compromisso em ampliar o acesso à literatura e divulgar o talento local”, reiterou. Segundo Henrique, o certame é uma forma saudável de fortalecer autores experientes, revelar novas vozes e estimular o gosto pela leitura e escrita.
“Sou o que não se ensina nos livros da escola, mas se aprende quando o mato fala. Se me apagarem daqui, vou virar estrela, daquelas que orientam caminho.”
(trecho de um dos poemas classificados – que serão revelados na Noite -)
O Concurso de Poesias “Oliva Enciso” homenageia a saudosa acadêmica da ASL — corumbaense que foi uma pioneira da participação feminina na educaçação, cultura e política do Mato Grosso do Sul. O concurso mantém sua missão: reconhecer quem já contribui com as Letras sul-mato-grossenses e descobrir novas vozes literárias para o futuro.
Serão apresentados, também, os poemas: 4º lugar, “Bixa-terra” (Júlio Oliveira Costa, Campo Grande); 5º, “Hoje escrevi uma matéria” (Renata Boeira, Dourados); 6º, “Esperança” (Angélica Cardoso Rodrigues, Jardim); 7º, “Alvorada no Pantanal das palavras” (Tácito Lourenço Baptista, Dourados); 8º, “Entre dois mundos” (Jurema Cristaldo, Campo Grande); 9º, “O amor respira por aparelhos” (Keyla Coelho, Bandeirantes); e 10º, “Nas vielas do presente” (Fabiano Baumgardt, Campo Grande).
SERVIÇO
Concurso de Poesias “Oliva Enciso” Noite de Premiação e Apresentação
Dia 24 de julho de 2025, às 19h30min
Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco)
Entrada gratuita, evento presencial, traje esporte
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2025/07/25ASL-Mes-07-Noite-Poesia-2025.jpg1014794Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2025-07-22 10:30:002025-07-22 12:57:13Entre “carne negra mais barata” e “água era que nem vida”, ASL divulga e revela poemas vencedores de Concurso
Foi divulgada hoje pela Academia Sul-Mato-Grossense de Letras – em seu site oficial – a classificação do Concurso de Poesias “Oliva Enciso”, promovido para incentivar a produção literária no Estado. O Concurso foi aberto aos escritores sul-mato-grossenses e ofereceu prêmios de R$1.000,00 a R$3.000,00, com inscrições gratuitas e apoio da Secretaria de Estado de Turismo, Desporto e Cultura, pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul – FCMS. O Concurso de Poesias “Oliva Enciso” presta homenagem à saudosa corumbaense que ocupou a cadeira 22 da ASL.
Na edição 2025, as poesias premiadas e classificadas em primeiro, segundo e terceiro lugar foram: 1º lugar, poema “Padilhas e Mulambos”, de Rayanne Jarcem de Oliveira; 2º lugar, poema “Aguada”, de Marcia Regina Scherer; e 3º lugar, poema “A parte que falta”, de Ibelize Santos. Os poemas (todos de residentes em Campo Grande) serão divulgados e declamados no dia 24 de julho, em evento para entrega dos prêmios no auditório da ASL, às 19h30min.
O julgamento foi efetuado por duas bancas compostas por Acadêmicos da ASL. O presidente da ASL, Henrique de Medeiros, destacou a grande participação estadual e o fato de que o Concurso teve procura democrática de novos nomes no cenário literário estadual. Na premiação no dia 24 de julho, aberta gratuitamente ao público, serão apresentados e interpretados por Acadêmicos as obras dos 10 primeiros colocados e premiados os três primeiros ─ receberão os respectivos prêmios em dinheiro: R$ 3.000 (1º lugar); R$ 2.000 (2º lugar) e R$ 1.000 (3º lugar).
A comissão decidiu completar ordem de classificação não premiável financeiramente a mais estes sete poemas, em reconhecimento à sua qualidade literária (receberão diploma de classificação):
4º lugar, poema “Bixa-terra”, de Júlio César Oliveira Costa (Campo Grande).
5º lugar, poema “Hoje escrevi uma matéria”, de Renata Aparecida Boeira de Oliveira Costa (Dourados).
6º lugar, poema “Esperança – Ainda que o amargor do café”, de Angélica Cardoso Rodrigues (Jardim).
7º lugar, poema “Alvorada no Pantanal das palavras”, de Tácito Loureiro da Silva Lourenço Baptista (Dourados).
8º lugar, poema “Entre dois mundos”, de Jurema Cabral Cristaldo (Campo Grande).
9º lugar, poema “O amor respira por aparelhos”, de Keyla Alves Coelho (Bandeirantes).
10º lugar, poema “Nas vielas do presente”, de Fabiano Rocha Baumgardt (Campo Grande).
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2025/07/Poesias-Oliva-Enciso-02.jpg6091080Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2025-07-14 09:00:002025-07-11 17:55:09ASL divulga os vencedores do Concurso de Poesias Oliva Enciso
A obra do escritor sul-mato-grossense Augusto César Proença será abordada nas Leituras e Conversas que a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras realiza, nesta quinta-feira, dia 10, com entrada franca no auditório da instituição, às 19h30min. Lenilde Ramos, Maria Adélia Menegazzo e Sylvia Cesco são as imortais que apresentam e coordenam, na ASL, as edições do “clube de leitura” que a Academia promove ao público.
Como convidada, a corumbaense e professora da UEMS Suzylene Araújo participará do evento, contribuindo com análises sobre a obra de Proença. Segundo o presidente da ASL, escritor e publicitário Henrique de Medeiros, Proença foi “muito ligado à cultura e história pantaneira retratando a vida, a cultura e a sua natureza, sempre com um estilo realista e regionalista, abordando personagens e situações típicas da região”. Para Medeiros, Proença “buscou, também, resgatar a memória e a identidade pantaneira, valorizando suas tradições e sua diversidade”.
AUGUSTO CÉSAR PROENÇA
Augusto César Proença ocupou a cadeira nº 28 da ASL. Professor, contista, historiador brasileiro e pesquisador da cultura pantaneira e regional, Proença era natural de Corumbá (MS) e formado em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras da Região dos Lagos (Cabo Frio, Rio de Janeiro). Foi membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, da Academia Corumbaense de Letras e do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, sendo que, durante décadas, colaborou com o Suplemento Cultural (Caderno B) do Jornal Correio do Estado (Campo Grande/MS); e para a Revista da ASL.
Entre suas obras publicadas, estão “Snackbar” (1979), “Raízes do Pantanal” (1989), “A Sesta” (1993), “A condução” (1995), “Pra qualquer lugar” (1995), “Nessa poeira não vem mais seu pai” (1996), “Pantanal: gente, tradição e história” (1997), “Corumbá de todas as graças” (2003) e “Memória Pantaneira” (2004); foi roteirista e diretor do curta-metragem “A poeira”, baseado no seu conto “Nessa poeira não vem mais seu pai”. Participou também de várias Antologias nacionais.
Augusto César Proença recebeu várias premiações, entre elas o Concurso de contos “Ulisses Serra” (Campo Grande / MS), Prêmio de Edição Concurso Academia Valenciana de Letras e Contos “O Tio” (Valença / RJ); Prêmio de Edição Concurso da Editora Litteris Conto Paz e Amor (Rio de Janeiro / RJ) e 1° lugar no Grande Concurso de Contos e Poesia do Brasil Editora Litteris (Rio de Janeiro / RJ). Bastante participativo culturalmente, Augusto César Proença se fez presente e participou de inúmeros Encontros, Festivais, Congressos e Simpósios relativos a atividades literoculturais. A Cadeira 28 da ASL pertenceu anteriormente ao saudoso acadêmico Lécio Gomes de Souza.
SERVIÇO
Leituras e Conversas na ASL
“Augusto César Proença”
Dia 10 de julho de 2025, às 19h30min
Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653
(Altos do São Francisco)
Entrada gratuita, evento presencial, traje esporte
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2025/07/25ASL-RLS-Mes-07-Leituras-sobre-Proenca-na-ASL-Proenca-Convite.jpg1014794Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2025-07-08 08:33:002025-07-07 18:37:59Augusto César Proença é tema de Leituras e Conversas na ASL
Hernâni Donato, escritor premiado e reconhecido nacionalmente como um dos expoentes da nossa literatura, é o saudoso acadêmico da ASL a ser homenageado nesta quinta-feira, 26 de junho, no auditório da sede da Academia, na Rua 14 de Julho, 4653, às 19h30min. A atividade é presencial, a entrada é franca e o traje, esporte. Os acadêmicos Marcos Estevão, Paulo Nolasco e Samuel Medeiros serão os responsáveis pela abordagem sobre a vida e a obra de Hernâni Donato.
Os Chás e Rodas Acadêmicas são realizados pela ASL em parceria com a Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Cultura do Estado, contando com a participação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul — com o projeto Música Erudita e Suas Fronteiras, desenvolvido dentro do “Movimento Concerto” — e da Confraria Sociartista, com o projeto conjunto Arte na Academia, que apresenta artes visuais. Após a palestra, durante a confraternização, haverá apresentação instrumental no foyer da Academia.
Escritor Hernâni Donato
HERNÂNI DONATO
O escritor, historiador, jornalista, professor, tradutor e roteirista Hernâni Donato, que ocupou a cadeira nº 1 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e a cadeira nº 20 da Academia Paulista de Letras, demonstrou vocação literária desde muito jovem. Aos 11 anos, escreveu em coautoria seu primeiro romance infantil, O Tesouro. Estudou na Escola de Sociologia e Política e cursou dramaturgia na Escola de Arte Dramática, em São Paulo.
Um dos grandes nomes da literatura e da historiografia brasileiras, foi autor prolífico, com mais de 60 livros publicados, além de obras traduzidas para o guarani, espanhol, italiano, japonês, polonês, tcheco e romeno. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Jabuti, Afonso Arinos (ABL) e Joaquim Nabuco (ABL). Foi também presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e membro de diversas instituições culturais e acadêmicas.
Escreveu romances, contos, títulos infantojuvenis, biografias, ensaios e obras históricas, além de traduções e roteiros cinematográficos. Entre suas obras estão Chão Bruto, Babel, as biografias José de Alencar e Casimiro de Abreu, e o Dicionário das Batalhas Brasileiras. Como roteirista, destacam-se Chão Bruto, O Caçador de Esmeraldas e Selva Trágica. A crítica enalteceu sua capacidade de unir rigor histórico com força romanesca. Menotti Del Picchia considerou Chão Bruto “a maior criação novelística que a inteligência de São Paulo deu até agora ao Brasil”, enquanto Wilson Martins o comparou a Zola, e Fernando Góes destacou a potência sinfônica de Selva Trágica. Até seus últimos anos, manteve ritmo editorial com lançamentos como História dos Usos e Costumes do Brasil, e continuou atuante como conferencista e colaborador intelectual.
OS ACADÊMICOS
Acadêmicos Samuel Medeiros, Marcos Estevão e Paulo Nolasco
Os imortais Marcos Estevão, Paulo Nolasco e Samuel Medeiros — participantes desta Roda — estudaram e pesquisaram a vida e a obra de Hernâni Donato para a apresentação de sua trajetória.
Marcos Estevão (dos Santos Moura) é natural de Belém do Pará e reside em Campo Grande desde 1993. Ocupa a cadeira nº 24 da ASL. Escritor, palestrante, médico psiquiatra, psiquiatra forense e hipniatra, é graduado em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA), mestre em Psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em Psiquiatria e Psiquiatria Forense pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB), entre outras especializações. Possui vasta produção literária e técnica, com livros autorais e participações em coletâneas. Transita entre a poesia, o conto e a escrita técnica com fluidez. Sua obra literária é marcada por observações sensíveis do cotidiano; já sua produção técnica contribui para o debate sobre saúde mental e dependência química.
Paulo Sérgio Nolasco dos Santos é natural de Dourados (MS). Escritor, professor universitário, pesquisador e crítico literário, ocupa a cadeira nº 20 da ASL. Sua produção intelectual é voltada à crítica literária, literatura comparada e estudos culturais. É um respeitado estudioso da literatura comparada no Brasil, com forte atuação acadêmica e cultural em Mato Grosso do Sul. Graduado em Letras – Português/Inglês pela UFMS, possui mestrado em Teoria da Literatura pela Universidade de Brasília e doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais. Tem bibliografia composta por livros autorais e organizados, artigos e ensaios. Seus temas centrais incluem literatura comparada, estudos de fronteira, regionalismo, identidade cultural e crítica literária contemporânea.
Samuel Xavier Medeiros ocupa a cadeira nº 26 da ASL. É escritor, advogado, gestor cultural e membro do Instituto Histórico e Geográfico de MS. Possui diversas premiações literárias, tendo sido vencedor do Concurso de Contos Ulysses Serra, promovido pela ASL. Escritor de tendência memorialista, tem vários livros publicados. Desde cedo conciliou a carreira jurídica com a paixão pela literatura e pela história regional, com obras que resgatam personagens e episódios marcantes da história do Centro-Oeste brasileiro. Já presidiu a União Brasileira de Escritores – UBE-MS e o Conselho Municipal de Cultura de Campo Grande.
PROJETO ARTE NA ACADEMIA
A beleza das artes visuais levará a Arte Naif à ASL neste mês, por meio do projeto com a Confraria Sociartista, com participação das artistas visuais Agnes Rodrigues e Patrícia Helney, que realizarão trabalhos de pintura ao vivo no foyer da ASL.
Artistas visuais Patrícia Helney e Agnes Rodrigues
Agnes Rodrigues realizou inúmeras exposições individuais e coletivas desde a década de 1990 até os dias atuais. Suas obras continuam a encantar o público com sua liberdade de expressão. Mesmo com formação acadêmica, produz Arte Naif em um processo pictórico que expressa sua realidade individual, livre de influências acadêmicas. Com intuição e emoção, constrói formas, espaços e cores que expressam suas vivências e seu imaginário.
Patrícia Helney é uma artista Naif com mais de 40 anos de trajetória, sempre levando a cultura do Mato Grosso do Sul a exposições nacionais e internacionais. Premiada em diversos salões, como o MIMAN de Paraty, o Museu da Guarabira na Paraíba, o ENANCO em Goiânia, o Museu de Arte Popular em Diadema e o Museu de Arte Naif de Batatais. Patrícia tem sua obra publicada em livros didáticos e é uma ativa representante das artes visuais do Mato Grosso do Sul.
Músico Hudson Campos
UFMS CONCERTO
A vertente Música Erudita e Suas Fronteiras, projeto em parceria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) com a ASL, dentro do Movimento Concerto, terá neste mês a participação de Hudson de Souza Campos, natural de Campo Grande (MS). Cursou Licenciatura em Música pela UFMS, pós-graduação (especialização) em Arte e Cultura Regional de Mato Grosso do Sul pela Faculdade Novoeste e é mestre em Artes pela UFMS, pelo ProfArtes. É professor efetivo de Arte na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande e músico colaborador nas ações da Banda Sinfônica da UFMS desde sua primeira formação, em 2011. Como clarinetista, atua no Trio Ars Nova (violoncelo, clarinete e piano), Camerata Madeiras Dedilhadas UFMS, Sexteto Ivan Cruz e Duo Carandá (piano e clarinete). Participou de gravações com o violonista Ivan Cruz e do CD Crianceiras, do artista Márcio de Camillo.
INSTRUMENTAL NO FOYER
Após a apresentação da Roda Acadêmica, durante a confraternização no foyer da Academia, haverá apresentação instrumental. Realizados no auditório da ASL, na Rua 14 de Julho, 4653, os Chás Acadêmicos e as Rodas Acadêmicas ocorrem de março a novembro, sempre nas últimas quintas-feiras de cada mês.
SERVIÇO
Roda Acadêmica da ASL “Hernâni Donato”
Dia 26 de junho de 2025, às 19h30min
Com os projetos: Música Erudita e Suas Fronteiras, com a UFMS Arte na Academia, com a Confraria Sociartista
Auditório da ASL – Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco)
Entrada franca – Evento presencial – Traje esporte
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2025/06/25ASL-RLS-Mes-06-Roda-Hernani-Donato.jpg1017794Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2025-06-24 15:42:092025-06-24 15:51:00Roda Acadêmica de junho da ASL homenageia Hernâni Donato
Com abordagens sobre a obra do escritor e poeta chileno Pablo Neruda, o projeto Leituras e Conversas na ASL terá sua sessão de junho nesta quinta-feira, dia 12, com entrada franca no auditório da instituição, às 19h30min. O “clube de leitura”, coordenado na Academia pelas imortais Lenilde Ramos, Maria Adélia Menegazzo e Sylvia Cesco discutirá a obra de um autor seminal na literatura latino-americana e mundial, que publicou aos 20 anos sua obra “Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada” – um marco da literatura hispano-americana.
As imortais Lenilde Ramos, Maria Adélia Menegazzo e Sylvia Cesco coordenam o projeto da ASL
Prêmio Nobel de Literatura, Prêmio Internacional da Paz, entre tantas outras premiações, Neruda teve carreira diplomática sendo cônsul em países – entre outros – como Indonésia, Argentina e Espanha, além de embaixador do Chile na França. A obra de Pablo Neruda é vasta e multifacetada, transitando entre o lirismo amoroso, o engajamento político, a exaltação da natureza e o experimentalismo.
É considerado um dos mais reconhecidos poetas do século XX; sua obra influenciou diversas gerações de escritores e leitores ao redor do mundo, com um estilo que abrange desde o verso livre e inovador, com influências surrealistas, até formas mais clássicas, como os sonetos.
“Para nascer, nasci, para cerrar meus olhos e abrir os olhos do mundo, nasci para aprender a vida, para aprender a amar, nasci para ver o sol e sentir a terra sob meus pés.” (Pablo Neruda)
SERVIÇO
Leituras e Conversas na ASL
“poeta Pablo Neruda”
Dia 12 de junho de 2025, às 19h30min
Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653
(Altos do São Francisco)
Entrada franca, evento presencial, traje esporte
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2025/06/25ASL-RLS-Mes-06-Leituras-sobre-Pablo-Neruda-na-ASL-Convite.jpg1014794Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2025-06-10 12:10:322025-06-10 12:16:05Em junho, “Clube de Leitura” da ASL revisita a obra de Pablo Neruda no dia 12
O Concurso de Poesias “Oliva Enciso”, da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, está aberto aos escritores sul-mato-grossenses com a edição 2025, voltado à produção literária poética do Estado. Com prêmios de R$1.000,00 a R$3.000,00, as inscrições serão gratuitas até o dia 15 de junho de 2025, sendo os textos poéticos enviados exclusivamente pelo link www.acesse.one/asl-poesias. O Concurso tem apoio da Secretaria de Estado de Turismo, Desporto e Cultura, pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul – FCMS.
Cada candidato poderá inscrever uma poesia sobre qualquer tema, original e inédita, com no máximo 30 linhas (versos) escritos em uma única lauda, não se considerando como linhas os espaços entre estrofes. O presidente da ASL, escritor e publicitário Henrique Alberto de Medeiros, reiterou o trabalho da Academia através de seus concursos para o “estímulo de novos talentos e incentivo ao trabalho de autores que produzem aqui”. Medeiros destacou que o Concurso é aberto apenas a autores residentes em Mato Grosso do Sul.
A iniciativa da ASL fomenta a literatura em Mato Grosso do Sul e atende uma das funções básicas da entidade, que é a defesa da língua e das atividades literárias. Para participar é necessário morar em Mato Grosso do Sul e ter 18 anos de idade ou mais. O regulamento e o link de Inscrição estão disponíveis no site oficial da Academia (acletrasms.org.br), junto a demais detalhes. O uso de pseudônimo é exigência básica, para garantir lisura à seleção dos textos pela Comissão Julgadora.
RESULTADO
O resultado será divulgado no dia 14 de julho e a premiação será realizada no dia 24 de julho às 19h30min no auditório da ASL, em evento aberto ao público – quando serão lidos os poemas dos 10 primeiros colocados e efetuada a premiação aos três primeiros colocados. Os premiados receberão os respectivos prêmios em dinheiro: R$ 3.000 (1º lugar); R$ 2.000 (2º lugar) e R$ 1.000 (3º lugar). O Concurso de Poesias “Oliva Enciso” presta homenagem à saudosa corumbaense que ocupou a cadeira 22 da ASL.
Serviço
Concurso de Poesias “Oliva Enciso”
Inscrição: até 15/06 (gratuita)
Resultado: 14/07
Premiação: Evento dia 24/07
Regulamento e Link: acletras.org.br/concurso-de-poesias-oliva-enciso
1º lugar: R$ 3.000 (três mil reais)
2º lugar: R$ 2.000 (dois mil reais)
3º lugar: R$ 1.000 (hum mil reais)
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2025/06/ASL-Concurso-Poesias-2025.jpg8101080Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2025-06-02 18:18:082025-06-02 18:18:09Academia de Letras lança Concurso de Poesias 2025 estimulando autores locais