Já está sendo distribuído o número 10 da Revista da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Esta edição traz como tema a cidade de Campo Grande, que comemorou, neste agosto p.p., cento e sete anos de emancipação política. A ASL, com esta publicação, além de homenagear a capital de Mato Grosso do Sul, deseja também registrar – em textos literários – o depoimento de seus acadêmicos e de outros escritores selecionados.
Esta edição nº 10 da nossa Revista conta com textos de Paulo Coelho Machado, Abílio Leite de Barros, Maria da Glória Sá Rosa, Raquel Naveira, Hildebrando Campestrini, Reginaldo Alves de Araújo, Ulisses Serra, Zorrillo de Almeida Sobrinho, Guimarães Rocha, Rubenio Marcelo, Rosário Congro, Arlindo de Andrade Gomes, Armando da Silva Carmelo, Tertuliano Amarilha e Nelly Martins.
O escritor homenageado neste número é Paulo Coelho Machado, o “cronista-mor desta vila de Campo Grande”. Foi ele quem quem mais pesquisou e escreveu sobre nossa cidade.

   OBS: Para ter acesso (aqui no site) à Revista nº 10 da Academia, clique no link a seguir:
Revista nº 10 da Academia

A Coluna Café Literário do Jornal do Brasil, JB on line, destacou em primeira página, na semana de 23 a 29 de janeiro/2006, um conto do escritor sul-mato-grossense José Pedro Frazão, intitulado “Admirador Secreto”.
Esta narração literária em estilo amazônico também foi premiada em 2004 no concurso de contos da Região Norte, promovido pela UFPA, mas agora ganha destaque nacional num dos maiores jornais brasileiros.
Apenas o nosso acadêmico e consagrado cronista corumbaense Augusto César Proença havia tido o privilégio de se tornar colunista da semana do JB, com a bela crônica “O Menino do Lixão”. Agora, mais um confrade da nossa Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, J. P. Frazão, classificou seu conto Admirador Secreto em primeiro lugar e ganhou uma semana de destaque na página.

   

____________________________________________________________

   

   

Admirador secreto

J. P. Frazão

O dia chegou chuvoso.
A taberna onde Manoel Cascudo costumava prosear acordou molhada, com as horas se espreguiçando na parede durante toda a manhã.
Pela vidraça úmida os olhos do balcão seguiam, em silêncio, guarda-chuvas que singravam buliçosos o curso da calçada. Os de Manoel corriam pelas mesas solitárias à caça implacável do jornal do dia que um menino encharcado atirara pela janela.
Manoel aparentava estirpe nobre, era bem-falante e apessoado, mas quase um miserável, sem emprego fixo e de mal com a sorte. Morava por aí. Costumava ganhar tablóides lidos dos fregueses que invariavelmente também lhe pagavam
uma xícara de pingado. Mas naquele dia de nuvens negras, nenhuma branca alma havia para lhe aplacar a vontade que estava de esquentar as tripas, conquanto a chuva deixara o dono do Café com cara de poucos amigos.
O jeito foi sair com o jornal na cabeça e a chuva na calça de mescla azul, em direção à praça, para onde o relógio o empurrava célere, na ânsia de cumprir o combinado das nove horas. Ali, num banco de cimento, entre gotas de água e de letras, encarou vento frio e soletrava as quentes do jornal com o olho morno na rua. Incontinenti, uma freada brusca de pneus lhe arrancou de susto o tablóide do rosto ensopado, e do carro de luxo desceram dois saltos altos de andar atraente, que estancaram diante do par de alparcatas, com ar de interrogação e dilúvio:
– Manoel?!
– Maria?!
A pororoca foi inevitável. Os corpos molhados se encontraram bravios. O jornal, indefeso, quedou carregado pelo vento insano, decompondo-se na água morta do chão. Mãos se procuravam, perdidas de desejo, e braços se encontravam em redemoinho. Lábios colidiam ofegantes sob trovoadas de
corações em chama. A rua espreitava tudo. Olhos masculinos se atiravam feito boto nas ondas sedutoras do vestido molhado; os femininos, de través, desdenhavam a fusão ardente. As águas que despencavam forte eram figurantes
celestes daquele inusitado encontro, até que os dois mergulharam exaustos no carro que esqueceu a praça.
No último domingo de verão, um chofer engravatado estacionou na porta da Matriz e o casal deixou a igreja com os convidados em festa. O choro de um menino avisou que a primavera enchia de felicidade o lar de Manoel e Maria.
O destino havia cumprido sua tarefa, de tal forma que o macaréu se fazia permanente naquele rio-mar de paixão.
Maria das Dores, formosa e delicada, tinha fartura nos lábios, a cor do entardecer e olhos e cabelos da noite. Era órfã e herdeira de invejável seringal amazonense. Aquele era o primeiro homem da sua vida e com quem dividia o coração e a lida empresarial que se ampliava pela crescente produção de borracha, sorva e castanha-do-pará.
Manoel Cascudo nunca mais reclamou da sorte. Casara-se com a fortuna e a beleza. Sua vida mudara completamente. Apenas tornava-se áspero no trato com a esposa quando ela, aos dengos, lhe cobrava palavras poéticas e românticas.
Maria sentia falta das doces mensagens de amor que outrora lhe traziam os misteriosos bilhetes perfumados do seu “Admirador Secreto” Manoel.
Certa feita, ele encontrou, às escondidas, os bilhetes apaixonados que ela guardava como relíquia no fundo de um baú de aviamentos. Também comprou no Regatão o perfume que embebia as mensagens. Para ele foi a chave do problema: quando ela soltava os cabelos e ficava com cara de pororoca, ele recorria à fragrância e às palavras dos tais bilhetes, repetindo-as, ainda que um tanto quanto prosaico. Assim, o romantismo voltava a reinar, o amor entrava em redemoinho e Maria se amoldava febril em seus braços como no encontro sob a chuva. Aos domingos, ela dava folga aos seringueiros e se transformava em mãe-d`água, nos igapós, com o seu encantado Manoel declamando os versos achados no baú. Sentia-se outra vez cortejada, delirando a cada palavra e toque aromatizado do marido. Com sorriso manchado
de açaí, a volúpia dos seus lábios ecoava na floresta excitando a mata virgem. Era uma deusa flutuando entre vitórias-régias, vivendo a magnitude do amor com que tanto sonhara na clausura dos pais.
No inverno, com os armazéns transbordando, Manoel fez sua primeira viagem de negócios, levando no navio a imagem do filho e a lembrança da boa esposa.
Nesse período em que administravam o seringal, tinham como único meio de comunicação a correspondência flumínea. Mas ela, porém, afeita à criança e ao trabalho, contentava-se com a recordação da praça, do jornal ao vento, do
encontro das águas, do banho no igapó e dos versos que ainda borbulhavam em seus ouvidos.
A distância trouxe tristeza e saudades. O tempo, para Maria das Dores, tornou-se inimigo do amor, obstáculo da paixão. Suas noites se davam à releitura dos bilhetes. Manoel, porém, a bordo de sua longa viagem, vestido em cambraia, deleitava-se em prosa com uma garçonete que conhecera na
embarcação e que lhe fez prazerosa companhia – como era costume dela, especialmente em se tratando de emergente seringalista.
Bastaram quatro palavras, “Você é uma rosa”, que Manoel decorara num dos bilhetes, para que a jovem se derramasse em pétalas.
– E você é um cravo – respondera a donzela, enquanto lhe servia delicioso creme de cupuaçu.
– É a única rosa que tem todo o aroma da floresta; seiva da seringa que o hálito dos meus beijos defuma – rebuscou.
– Estou encantada com suas palavras e atraída pelo cheiro da borracha, que me excita – revelou a mulher.
Manoel acordava com a cabeça em Maria e o corpo nos braços da Rosa, que migrara para o seu camarote, de mala e cuia, meiguices e perfumes. O coração do seringalista abrigava, agora, dois amores. Cedera aos encantos da mulher
do rio e preservava as lembranças da mulher da chuva.
As viagens tornaram-se freqüentes e longas, como as noites da esposa e os dias do filho. As frases dos bilhetes segredados que aprendera eram armas infalíveis com que abatia suas rosas, margaridas e mariposas. Em cada porto,
plantava em coração solitário sementes de amor etéreo, e, no navio, as marcas do admirador secreto abundavam os segredos das madames viajantes.
Na solidão do seringal, dia do seu aniversário, data em que estava mais ansiosa por uma carta, Maria recebeu um buquê de flores e um bilhete, com estilo bem familiar. Num frenesi de amor e saudades, com as mãos trêmulas e o coração palpitante, devasta o papel que em letras douradas declara: “Dona Maria, perdoe-me. Mas preciso confessar-lhe. Compareci ao nosso encontro, na praça, às sete horas conforme combinado. Eu a esperei até oito horas, debaixo de chuva. Depois, desiludido, voltei para o recolhimento da minha solidão. Vossa Mercê sumiu por um tempo e agora vejo que está casada e certamente feliz. Não posso esconder que continua linda e que eu a amo muito. Quis manter-me secretamente e acabei perdendo o grande amor da minha vida. Estou indo embora para muito longe, tentando esquecê-la, mas deixo-lhe meus votos de felicidades. Com muito amor, carinho e respeito. Feliz aniversário. Assina: O seu eterno admirador secreto, Manoel”. Lágrimas de amargura sulcaram o rosto confuso de Maria durante noites passadas em claro. No navio, o marido contemplava as ondas do Rio Negro confortado nas curvas de Rosa, que se tornou sua acompanhante oficial. A lembrança da esposa era chuva fina esvaecida pelo calor da amante. A viagem de trabalho, diversão e luxúria. A brisa do rio entorpecia o casal, que em risos e beijos numa rede de seda balançava a relva do barranco. Era Rosa quem ouvia, agora, as palavras de amor que Manoel transportava dos bilhetes do baú aos corações flutuantes.
Cartas de Manoel não avistavam terra. Bilhetes e flores eram fantasmas na casa triste. Apenas difamantes notícias corriam por água para afogar o coração de Maria das Dores, que numa acertada decisão saiu em busca do marido errante. Não foi difícil lográ-lo no camarote com a outra – um vexame
que fez naufragar o casamento.
Na vã tentativa de reconciliação, Manoel se ausentou das viagens, mas encontrou fechados coração e casa. Só lhe restou o abandono e a opção de curar-se nos braços de Rosa, que deixara em prantos no navio. E foi para lá
que se largou, investindo seu último dinheiro numa passagem de terceira.
Como um condenado que alimenta a esperança de salvar-se, palmilhou toda a embarcação a procura da amante, seu refúgio final. O desespero foi aumentando a cada resposta negativa sobre o paradeiro da mulher do camarote, até que o dedo da cozinha apontou furtivamente para o porão do navio,
indicando que ela estava no convés. Esperançoso, desceu a escada do tombadilho, que o levou até à grande máquina por um corredor escuro e barulhento que exalava pitiú de tambaquis e pirarucus dependurados. Mais adiante, sobre um fardo de cernambi, entre latas de graxa e sacos de estopa,
seus olhos vidrados encontraram o corpo de sua amada. Ela refletia a luz de um candeeiro na pele alva e sedosa; estava bela e despida; seu dorso banhado de suor e carapanãs. Era pura flor desabrochada; era lontra gemendo, iara contorcendo-se em delírio, peixe-mulher cavalgando aos gritos e risos
ofegantes, balbuciando palavras doces que aprendera com Manoel. E sob ela vociferava feliz o gigante e rude maquinista do navio.
Os espinhos da Rosa traspassaram o coração debilitado de Manoel Cascudo, que saiu feito vendaval escada acima até atingir o toldo do navio. Naquele instante, a embarcação também era traída pela tempestade e pelo banzeiro.
Ele hesitou por alguns minutos agarrado ao mastro, admirando a pororoca e o rebojo deixado por um cardume de botos vermelhos que iniciava a piracema. Os gemidos da água se confundiam com os que vinham do porão. As imagens da
amante, da esposa e do filho eram lâminas que lhe cortavam a pele de seringueiro para extrair o látex da vida. Sem que ninguém notasse, atirou-se atrás dos botos na turbulência das águas negras.
A viúva dedicava-se inteiramente ao filho e ao trabalho. Seu coração magoado nunca mais se enamorou. Mesmo tendo passado um ano da separação e sentindo-se levemente atraída sem maiores arroubos por um arigó que acabara
de contratar, mantinha firme sua opinião de que todos os homens são iguais: admiradores, secretos e traidores. Mas aquele humilde seringueiro, de rosto sofrido, tímido, e de porte físico atraente, a incomodava a ponto de fazê-la sentir-se vulgar. Às vezes, seus olhos inebriados o seguiam até a prancha do rio, onde tomava banho. Ele tinha algo diferente; não sabia o quê. O jeito, a confiança, o sotaque nordestino, o olhar, talvez. Parecia-lhe que era antigo conhecido. Não entendia o desejo que não desejava, por isso passou a evitá-lo.
No aniversário da patroa, o arigó entregou-lhe uma carta de demissão subscrita por Manoel Tapajós. Ela fez a leitura em silêncio, de frente para o homem que se despedia com palavras sábias e caligrafia que a fizeram recorrer às mensagens guardadas no baú. Colocou todos os bilhetes, o cartão de aniversário e a carta sobre a mesa e perguntou, embaraçada:
– O que significa tudo isso? Quem é você, afinal?
– Perdoe-me, Maria! Sou apenas um arigó sofrido. Esses bilhetes foram escritos com o mais puro sentimento, mas preciso ir embora. Não quero que sofra mais por causa deles.
– Então é você o meu admirador secreto?
– Sim, mas eu lhe peço perdão pelo desencontro, por amá-la tanto e por não ter tido a coragem de me revelar desde o início.
Ela guardou os bilhetes, rasgou a carta de demissão e ficou imóvel diante do homem entorpecido. O silêncio trazia de longe a algazarra dos seringueiros e o canto indolente das cigarras. O sol, feito borracha flamejante, boiava do
outro lado do rio, colorindo ondas e espantando mutucas e borrachudos. E quando perceberam, já estavam abraçados, entre afagos involuntários.
Mãos se encontraram sôfregas e vozes murmuraram na boca da noite. O céu chegou trazendo a lua e o chão fugiu dos pés. A alma de Maria confessou ser aquele o abraço que esperava receber na praça, no dia da chuva. Era aquele
homem secreto que seu coração pedia e que somente agora se revelara para fazê-la viver de verdade. Lágrimas e corpos se fundiram rebocados pela madrugada e reencontrando-se todos os dias como dois rios fazendo renascer a vida.
Maria cancelara as viagens de negócio e comercializava seus produtos no próprio porto, onde o novo marido comandava o embarque, junto com os estivadores. A simplicidade e a fineza de Manoel Tapajós fizeram aumentar a freguesia no seringal, assim como suas palavras doces e a admiração pela esposa irradiavam amor pela casa, estradas e igapós, quase sempre com bilhetes apaixonados.
Manoel pegava navio apenas uma vez por mês para depositar dinheiro na cidade, de onde tornava com presentes para a mulher e o menino. E foi numa dessas curtas viagens que ele ficou amigo de uma garçonete educada e extrovertida que a bordo lhe servia creme de cupuaçu dizendo-lhe frases
bonitas, semelhantes às que ele costumava escrever. A jovem simpática demonstrou-se profunda admiradora de Manoel Tapajós, o que revelou num bilhete secreto e enaltecedor de suas qualidades de homem culto, simples e com irresistível cheiro de borracha. Ele leu o bilhete e riu da inocente
moça. Foi dormir envaidecido, porque nunca fora antes cortejado, e sonhou a noite inteira com a esposa em seus braços, ardendo de desejo.
O dia chegou chuvoso. O camarote onde Manoel Tapajós viajava acordou perfumado, com as horas sonolentas se arrastando no barulho da chuva e do navio. Os olhos da cama pousaram embaçados e curiosos na formosa silhueta da
moça do cupuaçu, que, buliçosa, sentara-se ao leito, com os cabelos soltos, o olhar de Iara e o corpo como veio ao mundo.

Glossário:
Arigó (migrante rústico, sem estudo)
Carapanã (mosquito; pernilongo)
Cernambi (resto de látex coagulado da seringueira)
Macaréu (pororoca)
Pitiú (cheiro forte de peixe)
Pororoca (encontro das águas dos rios com o oceano)
Regatão (barco usado como mercearia; mascate)
Taberna (mercearia; bar)

   _______________________________________________________________________
José Pedro Frazão, 50, é jornalista, professor e escritor, natural de Belém-PA. Estudou em Porto Velho-RO onde trabalhou na ECT e no jornal “O Guaporé”. Em 1982, fundou o jornal “O Porta-voz”, em Anastácio-MS.
É autor de diversos poemas, músicas, crônicas, contos, com destaque para os romances ecológicos “Nas águas do Aquidauana eu andei” (UFMS – 1999, com 3 edições) e “Tuiuiú, my Brother” (UCDB – 2000, com indicação ao Prêmio Jabuti em 2003), que lhe renderam o título de “Escritor Defensor do Ecossistema Pantaneiro” entregue por Zuenir Ventura (Campo Grande – 2003) sob a outorga do Circuito Cultural Banco do Brasil; recebeu o título de “Contista da Amazônia” com dois contos premiados em concurso pela UFPA: “O Guia de Cego” (2003) e “Admirador Secreto” (2004). Ingressou na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, em 2002, ocupando a cadeira nº 29.

 

A ACADEMIA SUL-MATO-GROSSENSE DE LETRAS (ASL), instituição que tem finalidade exclusivamente literária e cultural, defensora e cultora do vernáculo e das letras (voltada mormente para a essência da Literatura do Mato Grosso do Sul) COMUNICA que:
1 – NÃO pertence nem é vinculada a nenhum tipo de federação ou associação, bem como não reconhece qualquer organização superior do gênero que não seja a Academia Brasileira de Letras (ABL);
2 – NÃO delega poderes a nenhum representante, físico ou jurídico, exceto a seus membros efetivos; e ninguém está autorizado a solicitar, em nome da Academia, qualquer benefício para si ou para a instituição, exceto quando por via documental previamente extraída de reunião da diretoria;
3 – NÃO está desenvolvendo nenhum projeto em parceria com outras entidades. Seus parceiros tradicionais são o Instituto Histórico e Geográfico de MS, as universidades e instituições educacionais e de cultura oficiais. As parcerias, quando firmadas, são previamente noticiadas neste suplemento;
4 – NÃO oficializa convite a qualquer ‘candidato’ para ter assento na instituição; todos os eventuais pretendentes a Cadeira serão inscritos conforme edital a ser publicado neste suplemento, sendo os mesmos posteriormente avaliados através de sua produção autoral (considerando-se valores éticos, morais, sociais, idiomáticos e consistência lingüístico-literária das obras publicadas). Esta criteriosa avaliação é realizada por Comissão interna específica (de acordo com o estatuto deste Sodalício Literário).

Nesta terça-feira, 4 de outubro, às 15h30, aconteceu – em assembléia geral na sede da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras – a eleição da nova Diretoria para o triênio 2005/2008 (tudo conforme o art. 23, parágrafo único, inciso I, do Estatuto da ASL). Após os trâmites legais, a chapa “Democracia e Trabalho” foi aclamada eleita regularmente, conforme manda o regimento do Sodalício Literário.
O acadêmico Zorrillo de Almeida Sobrinho, que foi nomeado coordenador eleitoral, acompanhou todo o cronograma estabelecido no Edital próprio e observou os procedimentos relativos à presente eleição. Zorrillo fez um relatório do presente processo eleitoral da ASL, e – ao final – juntamente com os demais confrades saudou a jovem diretoria regularmente eleita, desejando sucesso e êxito na jornada.
Os membros desta Diretoria possuem uma característica comum (todos são escritores com várias obras lançadas).
A chapa que comandará os destinos da maior entidade literária do MS, pelos próximos três anos, é formada pelos seguintes integrantes/acadêmicos:

Presidente – Reginaldo Alves de Araújo;
Vice-Presidente – José Pedro Frazão;
Secretário-Geral – Rubenio Marcelo;
Secretário – Geraldo Ramon Pereira;
Tesoureiro – Antônio Alves Guimarães (Guimarães Rocha);
Segundo-Tesoureiro – Augusto César Proença.

   

__________________________________________

ARASSUAY GOMES DE CASTRO

(Por José Pedro Frazão)

 

   Acróstico algum teria a medida para

Realçar o nome de tão alto mestre:

Aquele que hoje deixa esta seara,

Separando-se do corpo terrestre;

Sem adeus, partiu pro mundo indolor,

Um escriba sábio de real valor:

Arassuay, que foi com sublime Amor

Ilustrar as Letras do Livro Celeste.

 

Gênio sem ventura, como diz Olavo,

O imortal partiu singrando mares d`anjos;

Morreu nele apenas o servil escravo

Em que doença torpe encontrou arranjo.

Sim, mas com a Maria José, sua deusa,

 

   Deixou alegrias curando tristeza,

E feliz descansa entre mil arcanjos.

 

   Confrade, amigo e exemplar esposo,

Acadêmico ilustre sul-mato-grossense,

Semblante sisudo, mas em verve novo,

Tem no Olimpo o gozo que só lhe pertence;

Restando a nós o imortal consolo:

Ouvir sua voz num eco de suspense.

Com profundo pesar, comunicamos o falecimento do nosso confrade Arassuay Gomes de Castro.
Ex-presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, titular da Cadeira 24, faleceu, no início da noite de 17/08, aos 79 anos de idade, em Campo Grande (MS), o acadêmico Arassuay Gomes de Castro.
Natural de Cuiabá (MT), foi assessor de Gabinete da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul. Era articulista da importante Revista Destaque, além de colaborador assíduo do Jornal Correio do Estado, Jornal do Brasil Central, A Crítica, Folha de Campo Grande, Edição Extra e outros órgãos de imprensa. Era também membro da União Brasileira de Escritores (UBE/MS).
Professor aposentado de língua portuguesa e latina, Arassuay Castro deixa três livros publicados: “Manual dos concursos públicos”, “A Previdência Social por perguntas & respostas”, e “Infrações e Penalidades do ICM”.
Casado e pai de três filhos, o acadêmico Arassuay Castro dizia sempre ser uma pessoa realizada na vida: “Continuo produzindo materiais como, por exemplo, artigos para o informativo do Fiscosul e Sindifisca. Minha vida é diferente de muitos aposentados que se consideram improdutivos. Gosto de tudo que fiz e faço até hoje”.

   O corpo foi velado na Capela Monte Fugi, na avenida Mato Grosso em Campo Grande, de onde saiu, às 11:00h, para sepultamento no cemitério Memorial Parque.

   

ASL
A Diretoria

 Acadêmico é homenageado no Dia do Escritor – Hélio Serejo recebeu, da Fundação Municipal de Cultura – FUNDAC, uma placa de homenagem pelo conjunto de sua obra literária exuberante e ímpar, abrangendo temas regionais e fronteiriços. Na ocasião, a FUNDAC – sob a presidência do também acadêmico Américo Calheiros – homenageou ainda os demais escritores de nosso Estado, com a inauguração da “Estante da Literatura Sul-Mato-Grossense”, agora parte do acervo da Biblioteca Pública Municipal (situada no Horto Florestal), o que vem ressaltar a importância da nossa Literatura e, sobretudo, das bibliotecas no âmbito sócio-cultural.
Estante, que recebeu o nome do ilustre acadêmico escritor e autêntico historiador Hélio Serejo, possui um acervo de mais de 1.000 volumes de obras resgatando – em verso e prosa – a nossa produção literária regional.
No concorrido evento, que – dentre tantas autoridades – contou com a presença do prefeito Nelsinho Trad, o presidente da FUNDAC, acadêmico Américo Calheiros, afirmou com sabedoria: – “Promover a leitura e a informação é o primeiro passo para se consolidar a cidadania e desenvolver o senso crítico”.
O prefeito de Campo Grande enfatizou que “A leitura é uma ferramenta para se chegar ao conhecimento e à cultura através das obras produzidas pelos nossos escritores”.
Representando a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, o presidente Reginaldo Alves de Araújo lembrou que a primeira biblioteca foi datada de três milênios atrás, construída pelos faraós, e a primeira biblioteca pública consta da época de Júlio César na Grécia Antiga: – “Desde esses tempos o livro é tido como um amigo do homem”.
Já Helita Lemos Serejo Fontão, filha do homenageado, leu a placa concedida a Hélio Serejo destacando, emocionada, a poesia do pai: “A velhice me alcança, mas para dizer do meu amor encerro em versos”.
A Biblioteca Pública Municipal está aberta aos visitantes de terça a sexta-feira, das 7h30 às 18 horas; na segunda-feira, das 13 horas às 17 horas, e também aos sábados no período matutino, das 8 horas às 12 horas.

 

ASL
A Diretoria

Com o Espaço Cultural da Academia lotado, em noite memorável, foi lançada a Revista da ASL nº 7. O evento foi aberto pelo Secretário-Geral da Entidade, escritor Rubenio Marcelo, que proferiu um forte discurso enfocando a importância da Revista (e de outros projetos acadêmicos) e destacando a função da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras para a sociedade em geral.Em seguida, a palavra foi passada para o Presidente, escritor Reginaldo Alves de Araújo, que também discursou e deu continuidade à programação.
Houve grandes apresentações artísticas e também uma homenagem especial à saudosa acadêmica Oliva Enciso, falecida recentemente. No local foi montada uma exposição de pertences e homenagens/medalhas recebidas pela escritora, bem como algumas das suas principais obras.
Homenagearam Oliva Enciso os acadêmicos Geraldo Ramon Pereira e Maria da Glória Sá Rosa. Foram instantes marcantes e dosados de muita emoção, principalmente quando uma representante da família Enciso (que compareceu em peso) agradeceu – em prantos – as homenagens prestadas pela Academia.
Discursaram também o ex-presidente da ASL, Dr. Leal de Queiroz (que foi o responsável pela criação da Revista e pela atual modernização da Academia), e Heliophar Serra (acadêmico irmão de Ulisses Serra – este, fundador da Academia).
Além dos membros da ASL e seus familiares, marcaram presença diversas autoridades culturais, educativas e jornalísticas, bem como outros convidados.
Ao final, além da entrega gratuita das revistas, foi servido um coquetel para todos os presentes, que também aproveitaram o ensejo para conhecer as dependências da imortal “Casa Luiz Alexandre de Oliveira“.
Foi realmente uma noite de sucesso, marcada com muito brilho e digna de registro nos anais desta mais alta e representativa Entidade Cultural do nosso estado, a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.

Os italianos vão saber como a natureza é sábia, como ela enfeita o Pantanal, como auxilia seus irmãos e também como se defende de seus agressores. É o que mostra o romance ecológico Tuiuiú, my brother, do acadêmico José Pedro Frazão, a ser traduzido e editado na Itália através de projeto universitário da pesquisadora italiana Francesca Faillare.
O livro novelesco, quase uma epopéia que celebra a aventura heróica protagonizada por um pequeno tuiuiú (ave símbolo do pantanal), mostra muito mais beleza e atrativos da flora e fauna pantaneiras, mas não se omite de denunciar as agressões humanas contra a natureza, inclusive tráfico de animais e o mau exemplo ecológico dos “brothers” norte-americanos.
Em apenas um dos capítulos a fábula foge propositalmente à linha do maravilhoso para narrar com detalhes uma bizarra e verossímil cena em que uma cobra sucuri devora um caçador.
Tuiuiú, my brother, o segundo livro do gênero do escritor José Pedro Frazão, foi editado em 2001 pela editora da Universidade Católica Dom Bosco/MS e será lançado em toda a Europa, iniciando pela Itália em 2006.
Em 2002, o livro foi colocado pela UCDB em circuito nacional abrangendo 180 universidades, inclusive universidades católicas de Portugal e Espanha, além de ter sido inscrito pela instituição para o prêmio Jabuti/RJ em 2003. O autor, que é membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e que também escreveu o romance “Nas águas do Aquidauana eu andei”, com três edições, esteve recentemente no Paraná participando de debate sobre sua obra com alunos do curso de turismo. Frazão também está ultimando o romance “O filho do Padre Mário” – obra inédita prefaciada pelo escritor Viriato Moura, a ser lançada em Porto Velho, em parceria com a Academia Rondoniense de Letras.
Sobre o Tuiuiú my brother, a novidade é que o texto em italiano deverá mostrar a prosa sul-mato-grossense, as belezas ecológicas sob a ótica do imaginário pantaneiro em todo o território da Itália, no estado do Vaticano, na república de San Marino, parte da Suíça e na ilha francesa da Córsega, regiões onde o idioma italiano é mais falado. Segundo a professora Francesca Faillace, pesquisadora responsável pelo projeto, já existem editoras italianas interessadas nos direitos da obra de José Pedro Frazão, pois é grande o interesse de seu país pela literatura brasileira. Para ela, que veio ao Brasil em 2004 e está publicando sua monografia sobre o pantanal, através de intercâmbio universitário binacional, a nova edição de Tuiuiú, my brother poderá ser difundida, além da Itália. Em boa parte da Europa e também no continente americano, inclusive nos Estados Unidos, Canadá e Argentina, são numerosos os imigrantes italianos que ali se fixaram.
O escritor José Pedro Frazão disse estar muito contente e surpreso com a repercussão do seu trabalho fora do Estado e com o vôo internacional do “Tuiuiú”. Ele enfatizou que esse projeto de pesquisa da professora Francesca se antecipa à proposta de tradução americana do livro junto à Universidade Estadual do Texas e é bom porque o Italiano é uma língua neolatina, ou seja, deriva da evolução do latim vulgar, tal como o francês, o castelhano e o português. “O que era apenas um dialeto toscano florentino passou a ser chamado “italiano” e acabou tornando-se língua nacional graças à influência de Dante Alighieri, que lhe deu foro de língua literária através de sua famosa obra A Divina Comédia” – concluiu.
O forte apelo ecológico e o estilo narrativo de Tuiuiú my brother, que tem ilustração fotográfica de Sirnay Moro e arte de capa da artista Anelise Godoy, vêm chamando a atenção da crítica e, aos poucos, ganhando dimensão internacional. A primeira edição do romance está esgotada (restam apenas alguns exemplares no recanto Pantaneiríssimo, em Aquidauana) e a segunda edição, que seria destinada às escolas públicas, em projeto cultural sugerido pela então deputada Simone Tebet e elaborado pelo teatrólogo e acadêmico Paulo Correa de Oliveira, continua aguardando sinalização positiva do Fundo de Investimento Cultural de Mato Grosso do Sul – FIC/MS para 2006.
Enquanto aguarda a 2ª edição de Tuiuiú my brother, o leitor poderá encontrar exemplar da obra nas bibliotecas. Em Campo Grande, nas bibliotecas da UCDB, ASL e UNIDERP.
À guisa de curiosidade, publicamos – a seguir – um dos 21 capítulos deste romance da autoria do acadêmico J. P. Frazão:

   

Capítulo V
ABANDONADO NO NINHO

   Numa tarde em que saíra para pescar lambaris no Rio Nioaque, o velho tuiuiú desapareceu para nunca mais voltar. O jovem filhote ficou uma semana sem comer, triste e pensativo. Não tinha forças nem para continuar a ginástica e exercitar suas asas, nem sabia qualquer notícia do pai. No galho da peúva, a solidão do abandonado causava dó. O tempo passava vagaroso como uma pena solta ao vento. Durante o dia, para se distrair, ele acompanhava o movimento dos pássaros gorjeando ao sol; à noite, conversava com a lua, que, no seu cortejo entre folhas e nuvens, iluminava aquele ninho órfão.
No fim da tarde, quando a boca da noite engolia lentamente o sol, o canto indolente de uma cigarra misturava-se ao zumbir das abelhas; um distante uivo do lobo guará cortava a mata, até confundir-se com o temível crocitar do gavião; e o insistente coaxar dos sapos vinham lá de baixo para dizer que o mundo não se acabara. O pensamento do jovem tuiuiú, indiferente a este barulho, planava longe, até evolar-se em reminiscências. Seu triste gazear evocava a presença do pai, procurando-o, em vão, pelas frestas do ninho. E de uma janelinha que fizera com o bico, corria os olhos em direção às árvores vizinhas. Perguntava em silêncio ao pé de cedro, à aroeira e a um florido ipê amarelo, se eles não sabiam onde estava o seu pai. Nem a primavera, portadora de tanta alegria, dava-lhe a boa-nova.
Se pelo menos soubesse voar, colocaria em prática todo o conhecimento recebido do seu genitor. Mas como não tinha essa habilidade, dava asas à sua imaginação e ficava pensando como sair dali, obter alimento e defender-se dos perigos da vida. Ouvira do pai, que aprender é viver; pensar é como voar; mas voar não é como pensar. Nesse aprendizado, concebeu a idéia de que acima do conhecimento está a imaginação – a mola propulsora da criação. E para sobreviver no pantanal é preciso ter intuição, conhecimento, instinto naturalista, e, sobretudo, muita imaginação.
O filhote se lembrava de todas as lições de vida ensinadas pelo pai. Mas havia um segredo que ele não teve tempo de aprender. O velho lhe prometera contar quando ele ficasse maior, pois se tratava de um assunto de vital importância para o pantanal. Uma fórmula mágica de defesa dos animais contra o homem opressor. A única arma com que poderiam derrotar o inimigo. Este segredo, porém, o pequeno não sabia, a menos que seu pai voltasse para revelar-lhe.
Mesmo com fome e muito fraco, o tuiuiú resolveu cumprir a sua aula de ginástica naquele dia, quando, de repente, ao escurecer, chegou uma Coruja, que se acomodou num galho acima do ninho e falou, com desdém:
– Vejam que disparate! Só porque é símbolo do pantanal, esse pirralho quer ser melhor que os outros. Não consegue nem mexer as asinhas, de tão mortiço. Quem quer ser diferente da própria natureza, não merece fazer parte do paraíso ecológico. Não sabes que a lei da selva é “cada macaco no seu galho”? – zombou o pássaro noturno, referindo-se ao esforço do tuiuiú em fazer ginástica.
– Lutar para aperfeiçoar o seu dom não significa deixar de aceitar a vida como ela é – devolveu o tuiuiú, seguro de que estava faminto de comida mas bem nutrido de seus ideais.
– Quero ver como vai se virar agora, sozinho. Beleza não enche barriga – escarneceu a coruja, desesperançada de jantar aquele esperto filhote.
Dizendo isso, a intrusa saiu em perseguição a um passarinho errante, para encher o papo. O privilegiado instinto do jovem tuiuiú começou a dizer-lhe que não poderia mais contar com o pai, que não viera dormir, deixando-o sozinho na noite fria, à mercê da própria sorte. Não sabia onde adquirir forças nem para salvar a própria pele, quanto mais para levar avante o plano do pai. Ele nem imaginava que o seu velho fora pego por caçadores humanos – os mais perigosos inimigos da floresta.
A impiedade e a ganância dos marginais não levaram em conta a fragilidade e a beleza do tuiuiú, nem a sua missão de cuidar do único filho, que já era órfão de mãe. Longe dali, numa feira clandestina de Campo Grande, o pai amargava a saudade de sua última cria, a quem tanto amava. Na solidão do cárcere, procurava entender a maldade humana, mas perdoava a ignorância dos caçadores que o venderam por algum mísero dinheiro. Em silêncio, rezava ao deus Pã invocando proteção para o tuiuiuzinho. Quanto à sua própria pena, dizia-se conformado com a triste sorte: perdera a esposa baleada, um filho foi devorado pela cobra e o outro estava prestes a morrer de fome, sozinho no ninho, porque os homens quebraram a corrente da sobrevivência sadia dos animais. O seu plano de transformar o herdeiro num supertuiuiú também tinha desabado, com a tirania dos homens, e o triste pai agora só rezava para que o pequeno abandonado sobrevivesse. Os caçadores estavam destruindo o sonho de uma inofensiva ave que só queria aperfeiçoar o vôo de sua raça e melhorar a imagem do pantanal.
Preso e vendido juntamente com outras aves, o tuiuiú foi confinado num quintal urbano, onde se tornou a maior atração visual do terreiro de uma pousada. Os bichos serviam para embelezar o ambiente e distrair pessoas, numa espécie de zoológico particular para turistas em trânsito. Nas esporádicas refeições, davam a ele pedaços de peixes congelados. Suas asas foram podadas para que não fugisse. Porém, o que mais lhe doía era a saudade do filho.
Certa feita, em pleno delírio de dor e angústia, bateu as asas do pensamento e teve uma visão esplêndida que o acalentou: ele viu o seu filhote bem adulto, forte e bonito, fazendo uma decolagem impecável, jamais realizada por nenhuma outra ave do pantanal. As imagens voavam em sua mente, mostrando-lhe o pequeno tuiuiú como o rei do espaço aéreo. Naquele instante, esboçou um sorriso de satisfação e desfaleceu de fraqueza, acreditando que deus Pã o tinha ouvido e certamente cuidaria de seu filho. Restava-lhe a convicção de que a natureza sempre cuida dos seus desvalidos. Sempre quando se via em dificuldades ou se lhe faltava algo, tuiuiú costumava dizer “Deus proverá”, e os seus objetivos sempre eram alcançados, milagrosamente, por força daquelas palavras.

Acadêmico Reginaldo Alves de Araújo comanda festa do 5º aniversário do Jornal Arauto:
Em noite de gala, o atual presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, acadêmico Reginaldo Alves de Araújo, comandou a festa do 5º aniversário do Jornal Arauto, que é um órgão literário editado pela ANE/MS (Associação dos Novos Escritores de MS), cuja entidade também é presidida por Reginaldo.
O evento, que outorgou diplomas a 21 sócios beneméritos do referido Jornal Cultural, aconteceu na ACP (Campo Grande) na noite de 05.03.2005, e além da presença de grandes personalidades, contou com o show musical de Rubenio Marcelo, Geraldo Espíndola, João Fígar, Adir Guimarães e Délio (da dupla Délio e Delinha). O acadêmico Guimarães Rocha e o poeta Ruberval Cunha também fizeram performances literárias.