A celebração da obra do saudoso confrade da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, poeta Manoel de Barros, bem como a relembrança de sua posse na ASL e outros detalhes descontraídos serão tema da homenagem que será feita àquele que ocupou a Cadeira 01 da ASL, nesta quinta-feira, 31 de outubro, às 19h30min, no auditório da sede, na rua 14 de Julho, 4653, nos Altos do São Francisco. Os acadêmicos Elizabeth Fonseca, Henrique de Medeiros e Rubenio Marcelo serão os participantes das leituras e conversas sobre a vida e obra de Manoel de Barros.

Os acadêmicos Henrique de Medeiros, Elizabeth Fonseca e Rubenio Marcelo

Poeta que é referência para o Pantanal e Mato Grosso do Sul, Manoel de Barros terá sua poesia celebrada e sua presença na Academia relembrada. A atividade é presencial, a entrada é franca e o traje, esporte. Os Chás e Rodas Acadêmicas neste ano de 2024 envolvem parceria entre a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e a Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura de Mato Grosso do Sul pela Fundação de Cultura do Estado, tendo a participação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e da Confraria Sociartista.

Pelo projeto “Música Erudita e suas Fronteiras”, realizado em parceria pelas ASL e a UFMS dentro do projeto “Movimento Concerto”, a participação este mês será do virtuoso violonista Marcelo Fernandes, e a Confraria Sociartista ─ com o projeto conjunto “Arte na Academia” apresentará exposições de artes visuais com as artistas Gisele Mendonça e Tanara Renck. Após a palestra, na confraternização sempre realizada no foyeur da ASL, haverá participação instrumental do músico, arranjador e compositor Giovani de Oliveira.

Realizados no auditório da ASL, na rua 14 de julho, 4653, os Chás Acadêmicos e as Rodas Acadêmicas de 2024 têm suas apresentações de março a novembro, sempre nas últimas quintas-feiras de cada mês.

ASL homenageia Manoel de Barros

MANOEL DE BARROS

Nascido em Cuiabá/MT e sempre se dizendo um Corumbaense, vivenciando o Pantanal, Manoel de Barros é autor de inúmeras obras poéticas e detentor de importantes premiações culturais (dentre as quais, dois Prêmios Jabutis: 1989 e 2002) e incontáveis homenagens. Manoel começou a publicar seus livros de poemas em 1937 (livro “Poemas Concebidos Sem Pecado”). A sua extensa e aplaudida obra tem sido objeto de teses, ensaios, filmes, peças de teatro e vídeos.

Manoel de Barros cresceu no ambiente rural do Pantanal, o que influenciou profundamente sua poesia, repleta de elementos regionais e uma espécie de surrealismo pantaneiro. Sua obra é marcada por uma linguagem singular e uma profunda conexão com a natureza e o humanismo. Sua escrita desafia as convenções gramaticais e explora novas formas de expressão, refletindo sobre a existência e a simplicidade da vida. Foi reconhecido e consolidou-se como um dos principais poetas contemporâneos do Brasil.

OS ACADÊMICOS

Participantes desta Roda, os escritores e imortais Elizabeth Fonseca, Henrique de Medeiros e Rubenio Marcelo estiveram presentes à posse de Manoel de Barros na ASL, e os três acadêmicos, sendo poetas, têm forte conhecimento e contato com sua obra. Estarão levando um pouco de sua trajetória de vida e sua importância e ingresso na ASL.

Elizabeth Fonseca: é poeta, cronista e declamadora, fundadora e professora do “Curso Arte de Dizer Castro Alves”. Ocupa a Cadeira nº 25 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. É autora das seguintes obras: Sonhos Azuis (poesias e crônicas), 1991; Retalhos da Vida, 1999; Além da Janela, 2008; Contexto poético de Castro Alves e Thiago de Mello – Subsídios para uma declamação comentada; Vertentes: Nossos Poemas (poesias, em coautoria), 2020; e mais recentemente o livro  infantil “Pedro Pato no Pantanal” (2023).

Henrique Alberto de Medeiros Filho: é poeta e escritor nascido em Corumbá, MS. Após infância, adolescência, estudos universitários e atividades profissionais como jornalista e publicitário em SP e RJ, tornou-se partícipe da cena artística e cultural principalmente do Brasil Central. Graduado em Comunicação Social pela Universidade Gama Filho – RJ, exerce atividades criativas, multimídia, editoriais e empresariais. É autor de livros de poemas, contos, crônicas, outros escritos e biografia; faz parte, ainda, de diversas antologias e coletâneas, tendo participação em inúmeros festivais e bienais literárias. É atual presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ocupa a Cadeira 10).

Rubenio Marcelo: é poeta, escritor, ensaísta e compositor. Foi Conselheiro Estadual de Cultura/MS, é membro e atual secretário-geral da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (Cadeira 35). Autor de mais de dezena de livros publicados e 3 CDs, destacam-se nas suas obras mais recentes os livros “Horizontes D’Versos”, “Voo de Polens”, “Palavras em Plenitude”, “Caminhos”, “Almar” e “Vias do Infinito Ser” (poemas): livro este que foi indicado pela UFMS como leitura obrigatória para o Vestibular e triênio do PASSE (2021/22/23).  

O violonista e doutor em música, virtuose Marcelo Fernandes

UFMS CONCERTO

A vertente “Música Erudita e suas Fronteiras” ─ projeto em parceria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul / UFMS com a ASL, dentro do Movimento Concerto ─ terá este mês a presença de seu organizador, Marcelo Fernandes Pereira, violonista e professor, e doutor em música pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, atual pró-reitor deExtensão, Cultura e Esporte da UFMS.Realizou inúmeros concertos no Brasil, com destaque para o projeto Sonora Brasil ─ SESC, dentro do qual empreendeu uma turnê de 86 recitais de violão em 20 estados brasileiros, ao lado do veterano violonista do Choro, Henrique Annes. Já se apresentou em concertos em teatros, conservatórios, universidades e festivais na Bélgica, Chile, França, Espanha, Colômbia, Alemanha, Paraguai, Suíça, Itália, Bolívia e Estados Unidos, além de ter vencido concursos nacionais e internacionais de interpretação instrumental. Mantém intensa atividade como compositor e pesquisador de canções. Marcelo Fernandes vai executar obras originais do século XIX em um instrumento réplica de um  violão francês de 1834 (René Lacote), oferecendo ao ouvinte uma experiência ímpar em termos de timbre e fidelidade estilística.  Esse mesmo programa será executado pelo violonista, na próxima semana, no festival Internacional de Violão de Porto Alegre. No final do mês, Marcelo Fernandes embarcará em turnê pela República Checa e Portugal.

As artistas visuais Tanara Renck e Gisele Mendonça

CONFRARIA SOCIARTISTA

Sob o título “Encontros do cotidiano / Encantos da natureza”, Gisele Mendonça e Tanara Renck representam a Confraria Sociartista em sua exposição do mês de outubro na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Gisele Mendonça atua como artista profissional desde 1997 e participou de diversas exposições coletivas e individuais no Estado do Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná. Sua pintura retrata motivos coloridos e pop, com traços e texturas expressivas, sempre utilizando uma técnica que nos remete a uma arte mais ilustrativa. Seus temas variam entre florais, pássaros, motivos sacros e figurativos. Tanara Renck é artista visual graduada em Licenciatura em Artes e com especialização em Arte e Cultura, trabalhando com diversas técnicas de desenho como grafite, lápis de cor, giz pastel, aquarela, nanquim, e pintura em acrílica sobre tela, além de experimentações em escultura e outras linguagens. É também professora e musicista. Sua arte tem um estilo acadêmico e seus temas preferidos são os animais e a figura humana.

O músico Giovani de Oliveira

INSTRUMENTAL NO FOYEUR

Após a Roda de leituras e conversas, na confraternização no foyeur da Academia haverá apresentação instumental do músico, arranjador e compositor Giovani de Oliveira. Teve seu início como músico profissional no ano de 1997 na Orquestra Rio Jazz, onde participou de vários festivais de Jazz no Rio de Janeiro, Búzios e Rio das Ostras. Participou de vários Musicais, entre eles “Ao som da Motown”. Gravou dois CDs com a Rio Jazz e com diversos artistas. Integrou a Amazonas Band e a Orquestra de Beiradão do Amazonas.

SERVIÇO

● Roda Acadêmica da ASL “Manoel de Barros”

● Dia 31 de outubro de 2024, às 19h30min

(Com os projetos “Música Erudita e suas Fronteiras”, com a

UFMS; e “Arte na Academia”, com a Confraria Sociartista)

● Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco)

● Entrada franca, evento presencial, traje esporte

“As línguas do Brasil”: tema da palestra que o imortal da Academia Brasileira de Letras – ABL -, Ricardo Cavaliere, apresentará na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras nesta quinta-feira, dia 26. Segundo Cavaliere, “será abordado o conceito de língua nacional e língua oficial, traçando paralelos sobre o cenário linguístico brasileiro da atualidade em que coexistem o português, as línguas indígenas e as línguas de imigrantes”.  O evento faz parte do projeto “ABL na ASL: Palestras Imortais”, realizado pela Academia em parceria com a Setesc – Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura pela Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul.

O imortal da ABL, Ricardo Cavaliere – Cadeira 8

As palestras dos Chás e Rodas da ASL têm reunido público da educação e cultura na difusão, estimulação e valorização educativa e da leitura no Estado, são presenciais com entrada franca e o traje é esporte, no auditório da ASL, na rua 14 de Julho, 4653, em Campo Grande, sempre às 19h30min. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS e a Confraria Sociartista, através respectivamente dos projetos “Música Erudita e suas Fronteiras” – dentro do projeto “Movimento Concerto” – e “Arte na Academia” fazem parte do evento com atividades musicais e de artes visuais. Ao final, sempre há, na confraternização no foyeur da ASL, apresentação musical instrumental.

RICARDO CAVALIERE

Ocupa a cadeira número 8 da Academia Brasileira de Letras (ABL). É graduado e licenciado no curso de Letras (português/inglês) e graduado em Direito, ambos os cursos realizados na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Obteve o título de mestre em Língua Portuguesa e de doutor em Língua Portuguesa-Letras Vernáculas pela mesma universidade. Na área de Letras e Linguística sua ênfase é na descrição do português e na historiografia dos estudos linguísticos. Na Universidade Federal Fluminense, atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem. Também é membro da Academia Brasileira de Filologia e possui experiência como conselheiro no Real Gabinete Português de Leitura, onde possui o título de Grande Benemérito. É, ainda, conselheiro do Liceu Literário Português.

Dentre suas obras, destacam-se: “Fonologia e morfologia na gramática científica brasileira” e “Pontos essenciais em fonética e fonologia”. É autor de mais de uma centena de trabalhos acadêmicos em sua especialidade, entre eles “Palavras denotativas e termos afins: uma visão argumentativa” e “A gramática no Brasil: ideias, percursos e parâmetros”. Entre os seus prêmios obtidos, destacam-se a medalha do Mérito Filológico da Academia Brasileira de Filologia e o Prêmio Celso Cunha da União Brasileira de Escritores. É membro de diversas associações nacionais e internacionais, entre elas a Société de Linguistique Romane, a Henry Sweet Society for the History of Linguistic Ideas e a Associação Brasileira de Linguística.

As artistas visuais Lizete Medeiros de Souza e Sônia Maria de Medeiros Possi

SOCIARTISTA: “DO RETRATO AO ABSTRATO”

Em suas exposições de artes visuais pela Confraria Sociartista e a ASL, o projeto “Arte na Academia” traz este mês o tema “Do retrato ao abstrato”, com as artistas visuais Sônia Maria de Medeiros Possi e Lizete Medeiros de Souza.

Sônia Maria de Medeiros Possi é graduada em Nutrição e sempre teve inclinação para as artes visuais. Seu processo artístico começou em 2016, desenhando mandalas intuitivas e, a partir dessas criações, logo começou a estudar e a praticar outras técnicas como o desenho utilizando grafite, lápis de cor e tinta a óleo sobre papel. Hoje, Sonia se dedica aos retratos, criando e desenhando rostos de pessoas e motivos sacros.

Lizete Medeiros de Souza está radicada em Campo Grande desde 1985. Natural do nordeste, a artista também se dedica ao modelismo de roupas e desde a infância desenha e pinta. Na fase adulta, passou a se dedicar às artes visuais. A artista dedica-se a desenvolver sua criatividade na técnica de pintura abstrata sobre tela.

A violonista Vitória Macedo Ribeiro da Silva

UFMS, MÚSICA ERUDITA E FRONTEIRAS

Realizado mensalmente em parceria pelas ASL e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a vertente “Música Erudita e suas Fronteiras”, dentro do projeto Movimento Concerto, da UFMS, terá este mês apresentação da violonista Vitória Macedo Ribeiro da Silva. Campo-grandense e professora de violão, Vitória cursa Música/ Licenciatura na Universidade Federal de Mato grosso do Sul (UFMS). Tem projeto de extensão Madrigal pela UFMS, e suas habilidades envolvem o violão popular e clássico.  As três peças a serem interpretadas são do violonista clássico e compositor argentino Máximo Diego Pujol: Milonga, Murga e Tango.

Os músicos Julio Borba e Rena Nonnato

INSTRUMENTAL: JULIO BORBA E RENAN NONNATO

Dupla sul-mato-grossense de música instrumental com acordeão e violão de sete cordas que desenvolve projeto musical difundindo e ampliando as expressões musicais de fronteira entre Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia, com ênfase no chamamé e a polca paraguaia – gêneros musicais que conformam a identidade cultural de Mato Grosso do Sul.

Tem como principal característica uma fusão musical entre a cultura caipira com sonoridades sul-americanas, por estarem situados em região de fronteira

Julio Borba é violonista sul-mato-grossense, doutor e mestre em etnomusicologia pela Universidade Federal do Paraná e graduado em música pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Renan Nonnato é natural de Dourados e atua no cenário musical em gravações e shows ao vivo; trabalhou com artistas como Almir Sater, Gabriel Sater, Geraldo Roca, Paulo Simões, Tetê Espíndola, Alzira Espíndola, Renato Teixeira, Jerry Espíndola, Luan Santana, Munhoz e Mariano, Jads e Jadson, Maiara e Maraisa, Zezé de Camargo e Luciano, Marília Mendonça e Dino Rocha, entre outros.

SERVIÇO

Chá Acadêmico ABL na ASL, Palestras Imortais

Ricardo Cavaliere: “As línguas do Brasil”

Dia 26 de setembro de 2024, às 19h30min, (Com os projetos “Música Erudita e suas Fronteiras”, com a UFMS; e “Arte da Academia”, com a Confraria Sociartista)

Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco)

Entrada franca, evento presencial, traje esporte

Hildebrando Campestrini, escritor, professor e historiador que teve intensa participação na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e no Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, será homenageado pela ASL nesta quinta-feira, 29 de agosto, no auditório da sede da Academia, na rua 14 de julho, 4653, às 19h30min. A atividade é presencial, a entrada é franca e o traje, esporte. Os acadêmicos Lenilde Ramos, Samuel Xavier Medeiros e Sergio Cruz serão os apresentadores das leituras e conversas sobre a vida e obra de Campestrini, cujas atividades tiveram enorme importância na vida cultural sul-mato-grossense.

Acadêmicos Samuel Medeiros, Lenilde Ramos e Sergio Cruz

Os Chás e Rodas Acadêmicas neste ano de 2024 envolvem parceria entre a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e a Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura de Mato Grosso do Sul pela Fundação de Cultura do Estado, tendo a participação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – com o “Música Erudita e suas Fronteiras”, realizado em parceria pelas ASL e a UFMS dentro do projeto “Movimento Concerto” – e da Confraria Sociartista – com o projeto conjunto “Arte na Academia”, apresentando exposições de artes visuais -. Após a palestra, na confraternização, haverá ainda participação instrumental de Guto Colato, em violão-guitarra-bandolim.

HILDEBRANDO CAMPESTRINI

Natural de Rio dos Cedros (SC), Hildebrando Campestrini era formado em Filosofia, Pedagogia, Letras e Filosofia Pura, e viveu por quase sessenta anos em MS. Em Campo Grande, lecionou no Colégio Dom Bosco e na Escola Joaquim Murtinho, bem como nas Universidades Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Católica Dom Bosco (UCDB). Hildebrando dedicou-se profundamente à pesquisa da história de Mato Grosso do Sul, ocupou a Cadeira 31 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, presidiu o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, do qual era associado, e também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Foi Professor titular de Linguagem Jurídica na Escola Superior de Magistratura de Mato Grosso do Sul e ministrou cursos especialmente na área jurídica. Historiador nato, escreveu diversos livros, contos e artigos, e publicou dezenas de opúsculos e edições várias, destacando-se os livros: Português para o Segundo Grau (I e II, 1980); Literatura Brasileira para o Segundo Grau (1976); História de Mato Grosso do Sul (co-autoria de Acyr Vaz Guimarães, 2002); Santana do Paranaíba (2002); Breve Memória da Justiça Sul-Mato-Grossense (1987); Cartas a Sara (1990); Como Redigir Ementas (1994); Cantares de Menestrel (1995); Questões Gramaticais Sul-Mato-Grossenses (1997); e Como Redigir Petição Inicial (co-autoria de Ruy Celso Barbosa Florence, 2001). É também, coautor da Enciclopédia das Águas de Mato Grosso do Sul, obra ímpar na cultura regional.

Trabalhou no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, onde implantou o Serviço de Historiografia, que recolheu para o Tribunal de Justiça inúmeros documentos de cartórios, catalogados e disponibilizados; a Série Historiográfica, com 14 títulos publicados, principalmente sobre cultura regional. No Judiciário Sul-mato-grossense deu sua última contribuição, como parceiro, no conteúdo do Livro das Comarcas. Hildebrando reeditou autores sul-mato-grossenses ou ligados à nossa história, como ‘Obras Completas de Hélio Serejo’, ‘Obras Completas de Raul Silveira de Mello’, além de organizar a Série Memória Sul-Mato-Grossense.

OS ACADÊMICOS

Participantes desta Roda, os imortais Lenilde Ramos, Samuel Medeiros e Sergio Cruz estudaram e pesquisaram por semanas a vida e obra Hildebrando Campestrini para apresentação de sua trajetória de vida e sua importância na ASL e no Mato Grosso do Sul.

Lenilde Ramos é natural de Campo Grande. Escritora, musicista/cantora/compositora e ativista cultural, Lenilde Ramos é artista eclética e uma das mais legítimas representantes da cultura de Mato Grosso do Sul. Autora de diversas obras literárias, integra capítulo do livro “Vozes da Literatura” e também é referência musical sul-mato-grossense, sendo consagrada intérprete e instrumentista com habilidade em piano, acordeon e violão. Cadeira 31 da ASL, já representou Mato Grosso do Sul internacionalmente, inclusive na sede da ONU – Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque.

Samuel Xavier Medeiros ocupa a cadeira 26 da ASL. É escritor e advogado, e também membro do Instituto Histórico e Geográfico de MS. Ex-presidente do Conselho Municipal de Cultura de Campo Grande, possui várias premiações literárias, tendo sido inclusive vencedor do Concurso de Contos Ulysses Serra, da ASL. Escritor de tendência memorialista, tem vários livros publicados e lançou recentemente dentro do gênero minicontos sua sétima obra, O Certo e o Incerto.

Sérgio Cruz é Bacharel em Ciências Econômicas e em Ciências Políticas, autor de nove livros, escritor, jornalista, radialista e pesquisador. Natural de Salgueiro, Pernambuco, radicou-se em Campo Grande há sessenta anos, em 1963. Tem vasta produção autoral, com quase dezena de livros lançados, e ampla participação como político em Mato Grosso do Sul. É enorme sua participação profissional jornalística, sendo reconhecido pelos seus trabalhos no Estado com os títulos de cidadão sul-mato-grossense, cidadão campo-grandense, além de cidadão douradense. Também na área artística-cultural, é compositor com diversas músicas gravadas. É Cadeira 22 da ASL.

PROJETO ARTE NA ACADEMIA

Rosane Bonamigo e Hemerson J. Silva são os artistas visuais participantes em agosto do projeto Arte na Academia – entre a Confraria Sociartista e a ASL -, sob o tema A sutileza do floral e a força do regional.

Artista visual Rosane Bonamigo

Rosane Bonamigo é artista plástica e arte-educadora, com longa trajetória na história das artes do MS. Faz parte de um grupo seleto das artes, tendo filme já produzido pelo cineasta Cândido da Fonseca, com a presença da sua arte em livros como “Vozes das Artes Plástica do MS”. Possui centenas de exposições inclusive no exterior. Esta traz suas últimas produções com técnica aquarelada.

Artista visual Hemerson J. Silva

Hemerson J. Silva é um artista recente, começou a arriscar os primeiros traços em 2014, se apaixonou pelo movimento impressionista, tendo como inspiração o artista Monet e escolheu as espátulas para manifestar sua arte. Autodidata, Hemerson J. Silva aprendeu com livros e vídeos como dominar a técnica e buscou artistas contemporâneos que pudessem auxiliar no seu trabalho.

Músico Artur Rzigoski Manhães

UFMS CONCERTO

A vertente “Música Erudita e suas Fronteiras”, projeto em parceria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS com a ASL, dentro do Movimento Concerto, terá este mês a participação de Artur Rzigoski Manhães. Natural de Campo Grande, iniciou seus estudos de violão com o pai, professor Davi Manhães Borges, e em seguida passou a ter aulas com o professor-doutor Marcelo Fernandes, da UFMS. Participou do Festival Internacional de Violão na UFMS em 2023 e 2024, onde se apresentou para importantes violonistas como Daniel Morgade (Peru), Gilson Antunes (UNICAMP), Everton Gloeden (Emusp), Pedro Rodrigues (Portugal), Maurício Orosco, Favio Rodriguez (Universidade Nacional do Paraguai). Recentemente, realizou dois recitais de peças solo e duo, com o irmão. Irá interpretar de Abel Carlevaro, três microestudios: “Nos 03, 06 e 11”; de Roland Fyens, “Tango en Skai”; e de Dilermando Reis, “Xodó da baiana”.

INSTRUMENTAL NO FOYEUR

Músico Guto Colato

Após a Roda de leituras e conversas, na confraternização no foyeur da Academia haverá apresentação instumental do músico, compositor, intérprete, escritor, harmonizador, arranjador e professor de música Guto Colato. Através de violão 6 e/ou 7 cordas, guitarra elétrica e/ou bandolim, conecta o espectador às melodias pelas diferentes sonoridades em sessões/compassos musicais também através da criação/improvisação espontânea.

Realizados no auditório da ASL, na rua 14 de julho, 4653, os Chás Acadêmicos e as Rodas Acadêmicas de 2024 têm suas apresentações de março a novembro, sempre nas últimas quintas-feiras de cada mês.

SERVIÇO

Roda Acadêmica da ASL / “Hildebrando Campestrini”

Dia 29 de agosto de 2024, às 19h30min

(Com os projetos “Música Erudita e suas Fronteiras”, com a UFMS; e “Arte na Academia”, com a Confraria Sociartista)

Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco)

Entrada franca, evento presencial, traje esporte

Com o título “Os nadas em busca dos tudos da poesia”, o escritor, publicitário e jornalista Henrique Alberto de Medeiros Filho participará no domingo, dia 25, do bate-papo/palestra no Lounge Literário montado na Praça da Liberdade, fechando a participação da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras – ASL no Festival de Inverno de Bonito 2024. O poeta abordará os fragmentos da vida, atravessando fragilidades no pensar do homem e seus fazeres, entre o viver e a palavra, conversando sobre a poesia e suas reflexões com o público presente.

A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras participa do Festival de Inverno de Bonito 2024 em bate-papos e palestras com a presença dos imortais Henrique de Medeiros, Pedro Chaves e Rubenio Marcelo conversando sobre a ASL, literocultura, o lançamento de seus novos livros, a educação e a cultura. O encontro com Medeiros aborda – principalmente – seu recém-lançado livro, a antologia “Nadas em busca dos tudos”. A mediação do encontro com Henrique de Medeiros será feita pelo escritor, jornalista e músico Rodrigo Teixeira.

O poeta irá retratar também a ASL, instituição que reúne os mais ilustres escritores do nosso estado e que recentemente completou cinquentenário, destacando sua história e seus imortais, responsáveis por obras literárias de diversos gêneros e estilos que enriquecem o patrimônio cultural do nosso estado em sua cultura, literatura e leitura. Henrique de Medeiros é o atual presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, e recentemente foi eleito presidente do Fórum Brasileiro das Academias Estaduais de Letras.

A diretoria da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras enfatizou reconhecimento pelo contínuo esforço da Setesc – Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) em valorizar a Literatura dentro da programação de seus Festivais e Eventos que têm sido realizados.

Poema de Henrique de Medeiros do seu livro “Nadas em busca dos tudos”

o azul invisível do mês que vem

mantendo a persiana fechada

para não deixar a luz do sol entrar

sentindo os objetos numa cinza cor

junto ambiente ao pensamento em nó

na parede de gelo, lisa, sem mensagens

cenas se passam em sequência turva

preto & branco em colorido

então me sacodem a cabeça

palavras soltas da noite de terça

fotografia do almoço de sexta

a porta aberta de uma semana atrás

trancada na tarde de um dia bruto

com as mensagens do cotidiano

a violência dos dias escuros e longos

me impedindo de pegar e ver

o azul invisível do mês que vem

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Serviço

ASL no Festival de Bonito 2024

“Os nadas em busca dos tudos da poesia”, Henrique de Medeiros

Dia 25 de agosto de 2024, às 16h, Lounge da Literatura, Praça da Liberdade

A educação, o empreendedorismo e a inspiração dos sonhos transformados em realidade são temas que o escritor, educador e Cadeira 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Pedro Chaves dos Santos Filho, abordará nesta sexta-feira, 23, em sua palestra no Festival de Inverno de Bonito. O encontro com o escritor será às 16, no Lounge Literário na Praça da Liberdade, e Pedro Chaves também conversará sobre temas da ASL, que recentemente completou cinquentenário em sua atuação pela cultura no Estado.

O bate-papo/palestra com Pedro Chaves tem o título “Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal”. Falará sobre seu livro em coautoria com Therezinha  Samways, que tem o título da palestra, sobre o nascimento e consolidação da Uniderp – Universidade do Pantanal, através de soluções inovadoras e práticas pedagógicas. Exemplo para inspirar as novas gerações de que o sonho pode se transformar em realidade.

No domingo, dia 25, haverá o fechamento da participação da ASL no Festival de Inverno 2024, com a presença do escritor, poeta, publicitário e jornalista Henrique Alberto de Medeiros Filho, atual presidente da Academia-Sul-Mato-Grossense de Letras, abordando o tema “Os nadas em busca dos tudos da poesia”. As mediação dos encontros são do escritor, jornalista e músico Rodrigo Teixeira

Trecho do Livro de Pedro Chaves

“Os desafios advindos de caracterização dos sonhos foram muitos e exigiram, além de estudo e planejamento detalhado, paciência e perseverança. A trajetória, iniciada na construção do Centro de Ensino Superior Plínio Mendes dos Santos (Cesup), foi longa e requereu rigor por parte dos “irmãos da matemática” até que materializassem aquela que seria uma das mais importantes universidades privadas do Brasil – a Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp). É essa a história que este livro conta.”

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Serviço

ASL no Festival de Bonito 2024

“Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal”, Pedro Chaves

Dia 23 de agosto de 2024, às 16h, Lounge da Literatura, Praça da Liberdade

Sob o título “Poesia e caminhos da palavra” e com base no seu livro atual: “Caminhos – 100 poemas escolhidos…”, o escritor e poeta Rubenio Marcelo abrirá hoje, no Festival de Inverno de Bonito 2024, a série de participações da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras no evento. Rubenio abordará caminhos da arte da palavra e especialmente aspectos literários desta sua antologia poética recentemente lançada com aprovação do FIC-MS/FCMS.

Entre os bate-papos/palestras que terão mediação do escritor, jornalista e músico Rodrigo Teixeira, também serão abordados temas sobre a ASL, instituição que reúne os mais ilustres escritores do nosso estado e que recentemente completou cinquentenário.

O início será às 16h, nesta quinta-feira, dia 22, no Lounge da Literatura montado na Praça da Liberdade. Rubenio Marcelo é Cadeira 35 e Secretário-Geral da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.

No dia 23, haverá ainda a participação do escritor, educador e Cadeira 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Pedro Chaves dos Santos Filho, sob o título “Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal”. E, no fechamento do Festival de Inverno, no dia 25, a participação da ASL terá a presença do escritor, poeta, publicitário e jornalista Henrique Alberto de Medeiros Filho, atual presidente da Academia-Sul-Mato-Grossense de Letras, com o tema “Os nadas em busca dos tudos da poesia”.

Poema de Rubenio Marcelo de seu livro “Caminhos”

Introspecções

(ou: Compromisso)

Eu tenho andado a mil, tenho mirado

milhares de misteres e migalhas…

Já perdi guerras e venci batalhas,

fui inocente e me senti culpado…

Por mil e uma sendas tenho andado

tentando contornar tantas muralhas

que, pálidas, conhecem minhas falhas

e buscam desarmar o meu cuidado.

Em campos de trigais, fui avelós

sem sombra, em solidez, sondando, a sós,

os solitários sóis das solitudes…

Entanto, eu decidi: daqui pra frente,

Vou ser presente enfim no meu presente,

Não mais contemplarei os gestos rudes!

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Serviço

ASL no Festival de Bonito 2024

“Poesia e caminhos da palavra”

Rubenio Marcelo

Dia 22 de agosto de 2024, às 16h

Lounge da Literatura, Praça da Liberdade

(Assessoria ASL, 21/08/2024)

A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras participará do Festival de Inverno de Bonito 2024 em bate-papos e palestras com a presença dos imortais Henrique de Medeiros, Pedro Chaves e Rubenio Marcelo, que estarão – nos dias 22, 23 e 25 – conversando sobre a ASL, literocultura, o lançamento de seus novos livros, a educação e a cultura. Os encontros com os autores serão todos no Lounge da Literatura montado na Praça da Liberdade, e terão mediação do escritor Rodrigo Teixeira.

“Os nadas em busca dos tudos da poesia”, “Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal” e “Poesia e caminhos da palavra” serão os títulos dos bate-papos/palestras com os escritores da ASL. A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras tem constantemente ressaltado a importância de nossos autores e de sua produção literária para a educação no Estado, que frequentemente vem sendo valorizada pela ASL em nossa Literatura.

AS PALESTRAS E OS IMORTAIS

Os bate-papos/palestras terão início na quinta-feira, dia 22, às 16h, com o poeta, escritor e compositor Rubenio Marcelo, Cadeira 35 e Secretário-Geral da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Sob o título “Poesia e caminhos da palavra” e com base no seu livro atual: “Caminhos – 100 poemas escolhidos…”, Rubenio Marcelo abordará caminhos da arte da palavra e especialmente aspectos literários desta sua antologia poética recentemente lançada com aprovação do FIC-MS/FCMS.

Na sexta-feira, dia 23, também às 16h, será o encontro com o escritor, educador e Cadeira 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Pedro Chaves dos Santos Filho, sob o título “Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal”. Conversará sobre seu livro e de Therezinha  Samways, que tem o título da palestra, sobre o nascimento e consolidação da Uniderp – Universidade do Pantanal, através de soluções inovadoras e práticas pedagógicas que criaram uma Escola, a Mace; um Centro Universitário, o Cesup e uma Universidade, a Uniderp, sexta melhor Universidade privada do país. Exemplo para inspirar as novas gerações de que o sonho pode se transformar em realidade.

A participação da ASL terá encerramento com a presença do escritor e poeta Henrique Alberto de Medeiros Filho, presidente da Academia-Sul-Mato-Grossense de Letras, com o tema “Os nadas em busca dos tudos da poesia”. Com base no lançamento de seu recente livro, a antologia poética “nadas em busca de tudos”, Henrique de Medeiros abordará os fragmentos da vida, atravessando fragilidades no pensar do homem e seus fazeres, entre o viver e a palavra, conversando sobre a poesia e suas reflexões.

VALORIZAÇÃO DA LITERATURA

Os escritores e acadêmicos irão retratar também a ASL, instituição que reúne os mais ilustres escritores do nosso estado e que recentemente completou cinquentenário, destacando sua história e seus imortais, responsáveis por obras literárias de diversos gêneros e estilos que enriquecem o patrimônio cultural do nosso estado em sua cultura, literatura e leitura. A ASL

A diretoria da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras enfatizou reconhecimento pelo contínuo esforço da Setesc – Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) em valorizar a Literatura dentro da programação de seus Festivais e Eventos que têm sido realizados, difundindo a importância do pensamento e do consequente incentivo à leitura, que se reflete no desenvolvimento sócio-cultural.

Serviço

ASL no Festival de Bonito 2024

“Poesia e caminhos da palavra”, Rubenio Marcelo, Dia 22 de agosto de 2024, às 16h, Lounge da Literatura, Praça da Liberdade

“Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal”, Pedro Chaves, Dia 23 de agosto de 2024, às 16h, Lounge da Literatura, Praça da Liberdade

“Os nadas em busca dos tudos da poesia”, Henrique de Medeiros, Dia 25 de agosto de 2024, às 16h Lounge da Literatura, Praça da Liberdade

Evento presencial será com entrada franca e traje esporte

“Literatura tem modo de usar?” é o tema da palestra que a imortal da Academia Brasileira de Letras – ABL -, Ana Maria Machado, irá proferir na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras nesta quinta-feira, dia 25, em evento faz parte do projeto “ABL na ASL: Palestras Imortais”, realizado em parceria com a Setesc – Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura através da Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul. As palestras têm reunido público da educação e cultura na difusão, estimulação e valorização educativa e da leitura no Estado.

Imortal Ana Maria Machado, cadeira 01 da Academia Brasileira de Letras – ABL

A partir de sua experiência pessoal como ficcionista, crítica e professora universitária, além de sua experiência em organizações culturais internacionais, Ana Maria Machado (presidente da ABL no biênio 2012-2013) desenvolverá  considerações sobre o papel da literatura, sua função social, sua linguagem específica. Pretende também levantar reflexões sobre direitos e deveres do leitor e sobre as relações entre leitura e educação.

A palestra é presencial, com entrada franca e o traje é esporte, no auditório da ASL, na rua 14 de Julho, 4653, em Campo Grande, às 19h30min. O evento tem ainda a parceria da ASL com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS e a Confraria Sociartista, através respectivamente dos projetos “Música Erudita e suas Fronteiras”, dentro do projeto “Movimento Concerto” (este mês com a Orquestra De Violões de Campo Grande) e “Arte na Academia” (este mês com os artistas visuais Don Dolores e Fernando Anghinoni). Ao final, haverá na confraternização apresentação instrumental do músico e trompetista Alvani Calheiros Silva.

ANA MARIA MACHADO

Sexta ocupante da Cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras, Ana Maria Machado estudou no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no MoMa de Nova York, tendo participado de salões e exposições individuais e coletivas no país e no exterior. Formou-se em Letras Neolatinas, em 1964, na então Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, e fez estudos de pós-graduação na UFRJ.

Deu aulas na Faculdade de Letras na UFRJ (Literatura Brasileira e Teoria Literária) e na Escola de Comunicação da UFRJ, bem como na PUC-Rio (Literatura Brasileira). Além de ensinar nos colégios Santo Inácio e Princesa Isabel, no Rio, e no Curso Alfa de preparação para o Instituto Rio Branco, também lecionou em Paris, na Sorbonne (Língua Portuguesa) e na Universidade de Berkeley, Califórnia – onde já havia sido escritora residente.

Tem longa e vitoriosa carreira jornalística no Brasil e no exterior, com participação em diversos veículos de mídia. Como escritora, logo que estreou ganhou o prêmio João de Barro pelo livro História Meio ao Contrário, em 1977. Abandonou o jornalismo diário em 1980, para a partir de então se dedicar aos livros. Em 1993 a acadêmica se tornou hors-concours dos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).

Recebeu 3 Prêmios Jabuti e incontáveis outros no país e no exterior. Publicou mais de cem livros no Brasil, muitos deles traduzidos em cerca de vinte países, entre ensaios, romances, literatura infanto-juvenil, organização de antologias, poesia e participação em obras coletivas, além de traduções.

DON DOLORES E FERNANDO ANGHINONI

O projeto “Arte na Academia” que realiza exposições de artes visuais pela Confraria Sociartista e a ASL tem como título da exposição de julho “Do Pop ao Abstrato, com os artistas visuais Don Dolores e Fernando Anghinoni.

Artista visual Don Dolores, da Confraria Sociartista
Uma das artes de Don Dolores

Don Dolores é artista visual que pinta obras regionais abstratas e figurativas. Fez várias exposições individuais e coletivas, já expôs em coletiva no Carrousel du Louvre – Paris e tem vários produtos com suas artes como gravuras digitais, canecas, imãs, porta copos, porta pratos entre outros.

Artista visual Fernando Anghinoni, da Confraria Sociartista
Uma das artes de Fernando Anghinoni

Fernando Anghinoni vive e trabalha em Campo Grande – MS. Possui mestrado nas áreas das artes e design e seu trabalho explora várias vertentes artísticas, sempre contemplando um panorama contemporâneo das artes visuais de forma global e regional. Também produz e executa projetos culturais e trabalha como produtor cultural. Foi consultor e instrutor no Sebrae e no Senac, participou de curadorias pelo Sebrae Nacional e de diversas exposições coletivas.

ORQUESTRA DE VIOLÕES DE CAMPO GRANDE

O projeto Movimento Concerto, da UFMS, com sua vertente “Música Erudita e suas Fronteiras” – que é realizado mensalmente em parceria pelas ASL e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – terá apresentação da Orquestra de Violões de Campo Grande. A OVCG foi criada em 1997 pelo professor José Maciel com o apoio da prefeitura municipal como projeto de educação musical para o violão com o intuito de formar um grupo que pudesse representar a capital nesse segmento de música de câmara.

Orquestra de Violões de Campo Grande – OVCG

No mesmo ano, a direção e regência do grupo e do trabalho de educação musical passou para as mãos de Anderson Francellino, com o projeto funcionando ininterruptamente por 16 anos. De 2013 até 2023 o projeto seguiu com alternâncias entre pausas e atividades e em 2024 voltou a ser dirigida por Anderson Francellino.

A OVCG formou dezenas de músicos, vários deles com ingresso de música da UFMS e se tornando profissionais do violão, e teve ativa participação na vida cultural da capital e no interior do estado, além de registro fonográfico em CDs, em programas de TV; entre outros.

O repertório a ser interpretado pela Orquestra de Violões de Campo Grande terá Comitiva Esperança (Almir Sater/Paulo Simões), com introdução de Joel Mendes com execução de Luzeiro (Almir Sater); Milonga ((Jorge Cardoso) e La Vida Breve (Manuel de Falla).

INSTRUMENTAL COM ALVANI CALHEIROS SILVA

Músico Alvani Calheiros Silva

Após a palestra, na confraternização, haverá ainda participação instrumental de Alvani Calheiros Silva, trompetista, graduado em Licenciatura Musical pela UFMS, que participou de Oficinas com grandes trompetistas brasileiros como Daniel Dálcântara, Daniel Dias, Nailson Simões, Tonico Cardoso, Denilson Siqueira. Participou de shows e gravações de DVD de compositores locais como Marcos Assunção, Gilson Espindola, Erika Espindola, Urbem Jazz Group. Participou como trompetista de diversos grupos e coordena o Shekinah Grupo Musical. Fundou o grupo de estudos da música instrumental chamado JazzLab, em Campo Grande (2018).

SERVIÇO

Chá Acadêmico / ABL na ASL, Palestras Imortais

Ana Maria Machado / “Literatura tem modo de usar?”

Dia 25 de julho de 2024, às 19h30min

  • com o projeto “Música Erudita e suas Fronteiras”, com a UFMS
  • com o projeto “Arte da Academia”, com a Confraria Sociartista

Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco)

Entrada franca, evento presencial, traje esporte

O acadêmico criou para o Estado um grande marco cultural: a ASL

Escritor, tabelião e político, sempre ligado ao mundo das letras, Ulysses Serra – fundador da ASL – é o homenageado da Roda de conversas e leituras da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras desta quinta-feira, dia 27, às 19h30min, em atividade presencial no auditório da sede da instituição, na avenida 14 de julho, 4653, nos Altos do São Francisco – com entrada franca e roupa esporte.

Acadêmicos Reginaldo Araújo, Raquel Naveira e Rubenio Marcelo

Personagem que deixou para Mato Grosso do Sul um de seus maiores marcos culturais: a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Ulysses recebe justa celebração da ASL, com   apresentação dos acadêmicos Raquel Naveira, Reginaldo Araújo e Rubenio Marcelo. Os Chás e Rodas Acadêmicas de 2024 são uma parceria entre a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e a Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura de Mato Grosso do Sul, pela Fundação de Cultura do Estado.

Haverá também exposição de artes visuais da Confraria Sociartista e apresentação do projeto Movimento Concerto, da UFMS, com sua vertente “Música Erudita e suas Fronteiras” – realizado em parceria pela ASL e a  Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Após a palestra, na confraternização, haverá ainda participação instrumental do Maestro Eduardo Martinelli Trio, com violão, violino e baixo acústico.

ULYSSES SERRA

Fundador da ASL, escritor Ulysses Serra

Filho de Arnaldo Olavo de Almeida Serra e Júlia Barbato de Almeida Serra, o fundador da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras – o escritor Ulysses Serra – nasceu em Corumbá/MS, em 1º de setembro de 1906, e passou grande parte de sua vida em Campo Grande. Formou-se como perito contador em São Paulo e iniciou a Faculdade de Direito no Rio de Janeiro. Retornando a Campo Grande no período do governo de Getúlio Vargas, foi membro do Conselho Administrativo do Mato Grosso (antes, foi deputado estadual classista). Depois, Ulysses tornou-se tabelião e escrivão do 5º Ofício (da comarca de Campo Grande) e presidiu o Partido Social Democrático (PSD). Foi eleito vereador. Pertenceu, ainda, ao Rotary Clube de Campo Grande, à Academia Mato-Grossense de Letras e à Associação Comercial de Campo Grande. Sempre se dedicou ao mundo das letras. Lançou, em 13 de outubro de 1971, o seu antológico livro Camalotes e Guavirais, que é obra referencial da literatura sul-mato-grossense. Fundou – em 30 de outubro de 1971, na chácara de sua propriedade, de nome Gisele – a Academia de Letras e História de Campo Grande (posteriormente, com a criação do novo estado do MS – em 1978 – Academia Sul-Mato-Grossense de Letras). Esta fundação da Academia teve participação também de José Couto Vieira Pontes e Germano Barros de Sousa. Ulysses Serra faleceu no Rio de Janeiro, no dia 30 de julho de 1972, fato que o impediu de participar da instalação oficial da Academia (que aconteceu no dia 13 de outubro de 1972, em grande festa cultural em Campo Grande).

OS ACADÊMICOS

Participantes desta Roda, os imortais Raquel Naveira, Reginaldo Araújo e Rubenio Marcelo estudaram e pesquisaram por semanas a vida e obra Ulysses Serra  para apresentação de sua trajetória de vida e sua importância na ASL.

Raquel Naveira, cadeira número 8 da ASL, é natural de Campo Grande, formada em Direito e em Letras pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB/MS), onde lecionou. Doutora em língua e literatura francesas pela Universidade de Nancy, França. Mestre em Comunicação e Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/SP. Lecionou por anos no ensino superior na área de Letras. Escritora, poeta, é autora com mais de 20 livros publicados, com vasta obra e participação em inúmeras coletâneas. Autora extremamente premiada, já teve indicações ao prêmio Jabuti. Participa constantemente de inúmeros projetos literários pelo país.

Reginaldo Araújo, cadeira número 21 da ASL, é natural de Salgueiro – PE, e reside em MS desde o final década de 70. Bacharel em Teologia , licenciou-se em Educação Escolar. Formado também em Pedagogia (pela UCDB), exerceu o ofício de professor durante vários anos, em diversas escolas; foi responsável, no período de 1990/95, pelos cursos oferecidos pela Patrulha Mirim de Campo Grande; fundou, em 1989, a Associação de Novos Escritores de MS (ANE); e, posteriormente, criou o jornal cultural “Arauto”. Autor de inúmeros livros, é ex-presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.

Rubenio Marcelo, cadeira número 35 da ASL, é natural de Aracati-CE, e reside em MS desde os meados da década de 80. É poeta, escritor, ensaísta e compositor, membro e atual secretário-geral da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Foi Conselheiro Estadual de Cultura/MS. Autor de 14 livros publicados e 3 CDs, destacam-se nas suas obras mais recentes os livros “Vias do Infinito Ser” (poemas, livro este que foi indicado pela UFMS como leitura obrigatória para o Vestibular e triênio do PASSE 2021/22/23) e Caminhos, antologia de poemas lançada recentemente.

SOCIARTISTA, AGNES RODRIGUES

Artista visual Agnes Rodrigues

Expondo este mês na ASL pela Confraria Sociartista, Agnes Rodrigues completa 80 anos neste mês de junho. Artista Naif nascida em Campo Grande, MS, continua a se expressar por meio da pintura com a mesma paixão e entusiasmo. Realizou inúmeras exposições individuais e coletivas desde a década de 90 até os dias de hoje e suas obras continuam a encantar a todos com sua liberdade de expressão. Mesmo com conhecimento acadêmico, ela produz Arte Naif num processo pictórico da realidade individual, com uma visão livre de influência acadêmica. Através da intuição e emoção, ela constrói formas, espaços e cores que expressam suas vivências e seu imaginário. As imagens surgem de intenções, inquietações, dores e desafios, principalmente de lembranças vividas da construção e transformação da sua cidade.

UFMS CONCERTO: GABRIEL DOS SANTOS

Violonista Gabriel dos Santos

Realizado em parceria pelas ASL e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, o projeto Movimento Concerto, da Universidade Federal de Mato Grosso Sul – UFMS, com sua vertente “Música Erudita e suas Fronteiras” (projeto em parceria com a ASL) terá a participação de Gabriel dos Santos. Músico, professor de música e acadêmico no curso de Música da UFMS, durante vários anos atuou como músico acompanhante nas noites de Campo Grande. Atualmente, dedica-se integralmente ao ensino de violão e música instrumental. Gabriel interpretará as músicas Minueto in A (F. Sor), Estudo in Em (Gabriel dos Santos) e Como eu quero – Kid Abelha (arr. Gabriel dos Santos).

MAESTRO EDUARDO MARTINELLI TRIO

Maestro Eduardo Martinelli Trio.

Além de seu trio e outras formações de grupos instrumentais, Eduardo Martinelli atualmente é maestro da Orquestra Sinfônica de Campo Grande, com a qual tem se apresentado ao lado de solistas brasileiros e de países como EUA, Itália, Coreia do Sul, Argentina, Suíça, Canadá, Trinidad y Tobago, Paraguai, Portugal, Bolívia e Uruguai. Em seu repertório constam obras sinfônicas tradicionais e importantes estreias de destacados compositores. Já se apresentou como solista, camerista e maestro convidado em diversos países da América e Europa.

SERVIÇO

Roda Acadêmica da ASL
“Ulysses Serra”

Dia 27 de junho de 2024, às 19h30min
(Com os projetos “Música Erudita e suas Fronteiras”, com a
UFMS; e “Arte na Academia”, com a Confraria Sociartista)

Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653
(Altos do São Francisco)

Entrada franca, evento presencial, traje esporte

Um dos mais laureados escritores do Brasil e titular da cadeira 23 na Academia Brasileira de Letras (ABL), o baiano Antônio Torres afirmou ter ficado muito feliz com a acolhida que teve em Mato Grosso do Sul. Ele foi o convidado especial do Chá Acadêmico de Maio, realizado quarta-feira, 29, na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL). “Eu só posso louvar qualquer iniciativa que venha criar espaços não convencionais, aparentemente num universo não convencional, mas com ideias não convencionais, que fogem um pouco da regra. E que exige um capital de experiências, de esforços”, disse. E acrescentou, referindo-se ao alcance do evento: “A ideia está encontrando eco, encontrando seu espaço. Isto é muito importante. Estou aqui para colaborar com este processo”.

Na ocasião, Torres, 83, concedeu na ASL entrevista ao jornalista e escritor Edson Moraes.

Escritor Antônio Torres, imortal da ABL, palestrou na ASL

ANTÔNIO TORRES

(Imortal da Academia Brasileira de Letras)

por Edson Moraes, em 29/05/2024

PERGUNTA – Existe um processo de construção de mentalidade que impõe a cada um a responsabilidade de preservar suas origens e somar suas experiências com outras pessoas e outros lugares. Há processos específicos nas urbes e nas regiões mais afastadas. Quando você escreve suas obras – e eu tomo como ponto de partida a sua obra “Querida Cidade” – há uma transposição entre lugares e realidades que, em vez de se confrontarem, eles se somam nas suas diferenças. Como é possível na literatura transmitir isto numa linguagem acessível do jeito que você faz?

RESPOSTA – São 52 anos de literatura, sem contar os anos de jornalismo, de publicidade, de estrada, de botequim, de cidade em cidade, inclusive em outros países. Aos 24 anos fui de São Paulo para Portugal, morar e trabalhar com publicidade. Foi importantíssimo na minha formação. Os escritores que conheci lá eram publicitários, poetas. Enfim, é uma busca também; um andar pra frente sem perder a visão do que ficou pra trás. E de um confronto entre presente e passado, com a busca de uma pista para o futuro. Mas, olhe ─ meu camarada, meu caro colega, jornalista, escritor: primeiro, vi que você me leu direito. Isto me deixa muito feliz. Numa frase você me entendeu por inteiro. Vou sair daqui com a convicção de que basta esta entrevista para eu achar que ganhei esta viagem a Campo Grande.

P – Você fez “Querida Cidade” em quase 15 anos, verdade?

R – Em 12 anos.

P – Em 12 anos, são muitas as transformações. Como condensá-las e ampliá-las?

R – Foi assim: primeiro, tive um sonho. Sonhei que acordava no último andar de um edifício, o maior de uma cidade, que eu não sabia qual era, e cercada de água por todos os lados. Ao acordar, eu disse: “Opa! Enquanto dormia, escrevi um romance. Opa”! “Enquanto dormia, meu inconsciente me deu um romance!”. Pensei, pensei, até começar a engrenar… você sabe que tudo depende da primeira frase, palavra vai puxando palavra… e eu via e me via, via um homem e me via nele, com o seu reflexo…

P – …tinha um espelho, então…

R – …é, no espelho das águas. E que águas eram essas…?

P – A capa do livro?

R – É, a capa fui eu quem dei. Quando a editora me perguntou se eu tinha alguma ideia para a capa, eu disse: o reflexo de um homem no espelho das águas. E o capista fez isto primorosamente. E que águas são estas?  São as águas do tempo, esse tempo que vai passando. Como o personagem se sente um náufrago, ele se agarra a esse tempo para sobreviver dentro dessas águas, para não naufragar. Então, o romance foi se fazendo assim. Agora, o processo foi tão longo porque eu passava dias e dias com um parágrafo. Eu nunca me senti um escritor tão lento. No começo, esta lentidão me desesperava. Até eu passar a gostar. Aí, comecei a lembrar: quando era menino, vendo a minha mãe passar o pente fino nos cabelos das minhas irmãs para tirar as lêndeas, os piolhos. E aí eu disse: é isso que estou fazendo, é isso que quero fazer: tirar as lêndeas do texto.

P – Era uma lapidação.

R – Nessa lapidação, cabe perguntar: mas, quem se importa com isso? Com essa obstinação, essa procura tão alucinada?

P – Uma inquietude?

R – A inquietude, a busca da limpeza de um texto. E eu me respondia: “Certamente ninguém. Mas você, Antônio, tem que se importar. Porque isto é o que importa”.

P – Você se provocava.

R – É. Isto é o que importa. E aí eu fui muito lentamente, daí esta memória, história puxando história, história puxando história, até que no final do livro eu concluo – o que é o romance? Uma história cheia de histórias. É no que virou o “Querida Cidade”, uma história cheia de histórias. E eu tenho hoje uma súmula desse livro, e você agora acaba de trazer mais uma contribuição enorme, que me deixa encantado. Todo mundo vê uma coisa muito profunda nesse processo, uma coisa muito provocadora, enfim, todo mundo está lendo direito esse livro. Todo mundo, a que me refiro, são os poucos que já leram. Mas nesses poucos há um muito que me diz muitíssimo, que me agrada muitíssimo, me compensa enormemente por esses 12 anos de trabalho. É esta a compreensão que as pessoas estão tendo do processo de criação. Aquilo que eu dizia, que ninguém vai se importar com isto, com toda minha lentidão, ao final acabo descobrindo que eu estava enganado. Está havendo gente que está se importando com isso.

P – Você respondeu que, no momento que se dispôs, corajosamente, a passar tanto tempo buscando aprimorar um parágrafo, não era um aprimoramento técnico, de sintaxe, léxico, de concordância. Era de linguagem intimista, você estava procurando uma intimidade com quem fosse ler, lhe entender. A exegese do escritor é esta? Procurar se fazer entender por todos os leitores?

R – Não sei. Nunca acho que devo ter ou indicar modelos, pontificar sobre o processo da escrita. Fui escritor visitante da Universidade do Estado do Rio por seis anos, trabalhando com os alunos no processo criativo, fazendo oficinas literárias…

P – …e ganhou prêmios no Rio de Janeiro, num momento em que era difícil aceitar que um cara que veio lá do Nordeste, ganhar um prêmio aqui, na área cosmopolita, vindo lá do sertão…houve isso…

R – …é, eu ganhei vários prêmios no Rio, pelo conjunto de obras…

P – …logo que você chegou já ganhou prêmios, não foi?

R – Não, não. Meu primeiro prêmio foi no Rio, mas pelo romance “Balada da Infância Perdida”, que não foi o primeiro, já estava dado, que foi do Pen Club do Brasil, para o “Romance do Ano”. Depois, no Rio, eu ganhei o maior prêmio, o “Machado de Assis”, da Academia Brasileira de Letras. Nem sonhava ir para a Academia, não tinha pretensão. Não estava nos meus planos.

P – Chegamos num divisor, não de águas, mas numa pororoca, no encontro do mar com o rio. Você ganhou o Prêmio Machado de Assis, um escritor que se preocupava com a acessibilidade do leitor. Não só ao real, mas ao fictício também…

R – …dirigindo-se ao leitor …

P – …é, mas que tipo de contribuição isto dá para que a literatura, uma parte da cultura, esteja ao alcance de toda a sociedade, para que todas as pessoas sintam a necessidade e principalmente o direito e as condições que elas têm de acessar, de buscar, esclarecimento? No romance, na poesia, na prosa…

R – Você levanta questões realmente, digamos, transcendentais. Questões para as quais, sinceramente, eu não teria as respostas. Acho que é uma questão de sorte escrever um livro, uma página, um parágrafo, um conto, um romance, que este livro venha a bater com a sensibilidade do leitor. Não adianta até dizer para mim mesmo: “Eu vou fazer isto para ser entendido por todo mundo”. Não é por aí. Não posso fazer isso, tocar no coração de todo mundo. Acho que é o momento que você teve a sorte de achar a palavra, o personagem, o cenário, o instante, o tempo, a história …o leitor pega e se gruda nisso. Quando o escritor chega aí, ele está em estado de graça.

P – Concordo em parte, mas permita-me discordar. Quando você – tem 20 livros, mais ou menos…

R – …dezenove…

P – ..então, você vem para uma Academia de Letras, em 2024, o ambiente de acesso literário no País é diferente de 30 anos atrás. Hoje na ABL temos o Gilberto Gil, indígenas, negros…a ABL hoje é uma instituição que está mais perto da sociedade, se desentronizou, deixa de ser vista como aquele órgão majestoso, um panteon inacessível aos pobres mortais, e só dos intelectuais. A literatura tem compromisso aí, não sei se é sorte. Você trouxe seus 12 anos na elaboração de um parágrafo, valeu a pena por toda obra, independentemente de quantas pessoas conheçam. Quem leu vai falar às outras, efeito multiplicador. Desculpe por falar tudo isso.

  R – Não, estou encantado com suas observações. Uma leitura de uma profundidade, que faz a glória de qualquer escritor. Você tocou num ponto que leva a outra vertente. O quadro da literatura hoje está complicado, com dificuldades. O espaço da literatura está ficando muito reduzido.

P – Da boa literatura.

R – Da boa literatura. Primeiro, a desestabilização da imprensa escrita, a imprensa do papel, que nos dava uma grande sustentabilidade. Todos os jornais. Sou um escritor inventado pela crítica. Quando estreei, ninguém me conhecia – e chegaram a escrever isso no Globo. Ninguém sabia quem era esse cara, “embora seja meu amigo…” E isso de “embora seja”…

P – …o Otto Lara Rezende se não me engano, também dizia isso…

R – …é, foi uma coisa fantástica, toda imprensa nacional puxava por uma resenha do Agnaldo Silva. Na época ele era uma jornalista meio marginal, não era famoso como veio a se tornar, mas já tinha um nome na literatura, porque estreou como escritor (com o livro “Redenção Para Job”, da Editora do Autor) no Rio de Janeiro, publicado por uma editora do Fernando Sabino e Rubem Braga, que eram sócios. O livro foi lançado numa sexta-feira, na segunda-feira saiu o jornal “Opinião”, em São Paulo, com a resenha dele. E o título que ele deu foi: “Uivai com os cães”. E dizia, com todas as letras, que ali estava uma feliz estreia e que o autor era uma das maiores revelações e tal…E o Aguinaldo, com essa crítica, puxou todo os críticos do Brasil. Vieram todos atrás.

P – Ele foi a locomotiva?

R – Foi. Ao escrever isto. Eu era um dos desconhecidos. É como se fosse o livro certo na hora certa. É outra coisa que o escritor tem que dar sorte. É como o “Torto Arado”, (livro), do Itamar Vieira. Enfim, esta é uma luta. Carlos Drummond de Andrade já dizia: “Lutar com as palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã”.

P – Em Corumbá, tinha um fazendeiro, extraordinária figura, foi jornalista,

cronista, escritor. Foi do Partido Comunista. Era amigo de todo aquele pessoal da Semana da Arte Moderna de 2022. Participava de reunião na casa do Plinio Doyle, o Sabadoyle…

R – …eu fui lá uma vez…

P – Você foi?

R – Fui, o Drummond (Carlos Drummond de Andrade) ia…

P – …o Drummond, sim. Eu tenho um livro daquela reunião, “Encontros do Sabadoyle”. Mas eu lhe pergunto: como você avalia esta iniciativa da ASL, ao promover este recorte – não só literário, mas cultural -, de trazer a Academia Brasileira para uma Academia Estadual, e deixar que a sociedade se imponha pelo conhecimento da importância das obras?

R –  Eu só posso louvar qualquer iniciativa que venha criar espaços não convencionais, aparentemente num universo não convencional, mas com ideias não convencionais, que fogem um pouco da regra. E que exige um capital de experiências, de esforços. Noto que o poeta que conheci ontem, Henrique de Medeiros, está trabalhando muito neste projeto, vestindo a camisa. E o resultado de público (que possa estar presente à palestra) não sei, mas de divulgação é fantástico. Já tem visibilidade. É impossível que as pessoas não estejam tomando conhecimento de alguma maneira. Está divulgado. Está aí na capa de jornais, nas mídias sociais. Ele me mandou uma quantidade enorme de matérias. Só por isso já é indício que a ideia está encontrando eco, encontrando seu espaço. Isto é muito importante. Estou aqui para colaborar com este processo.