A educação, o empreendedorismo e a inspiração dos sonhos transformados em realidade são temas que o escritor, educador e Cadeira 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Pedro Chaves dos Santos Filho, abordará nesta sexta-feira, 23, em sua palestra no Festival de Inverno de Bonito. O encontro com o escritor será às 16, no Lounge Literário na Praça da Liberdade, e Pedro Chaves também conversará sobre temas da ASL, que recentemente completou cinquentenário em sua atuação pela cultura no Estado.
O bate-papo/palestra com Pedro Chaves tem o título “Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal”. Falará sobre seu livro em coautoria com Therezinha Samways, que tem o título da palestra, sobre o nascimento e consolidação da Uniderp – Universidade do Pantanal, através de soluções inovadoras e práticas pedagógicas. Exemplo para inspirar as novas gerações de que o sonho pode se transformar em realidade.
No domingo, dia 25, haverá o fechamento da participação da ASL no Festival de Inverno 2024, com a presença do escritor, poeta, publicitário e jornalista Henrique Alberto de Medeiros Filho, atual presidente da Academia-Sul-Mato-Grossense de Letras, abordando o tema “Os nadas em busca dos tudos da poesia”. As mediação dos encontros são do escritor, jornalista e músico Rodrigo Teixeira
Trecho do Livro de Pedro Chaves
“Os desafios advindos de caracterização dos sonhos foram muitos e exigiram, além de estudo e planejamento detalhado, paciência e perseverança. A trajetória, iniciada na construção do Centro de Ensino Superior Plínio Mendes dos Santos (Cesup), foi longa e requereu rigor por parte dos “irmãos da matemática” até que materializassem aquela que seria uma das mais importantes universidades privadas do Brasil – a Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp). É essa a história que este livro conta.”
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Serviço
ASL no Festival de Bonito 2024
“Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal”, Pedro Chaves
Dia 23 de agosto de 2024, às 16h, Lounge da Literatura, Praça da Liberdade
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2024/08/ASL-Festival-de-Inverno-Bonito-2024-Pedro-Chaves.jpg14731080Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2024-08-22 10:00:002024-08-22 12:47:14Pedro Chaves participa dia 23 pela ASL no Festival de Inverno de Bonito
Sob o título “Poesia e caminhos da palavra” e com base no seu livro atual: “Caminhos – 100 poemas escolhidos…”, o escritor e poeta Rubenio Marcelo abrirá hoje, no Festival de Inverno de Bonito 2024, a série de participações da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras no evento. Rubenio abordará caminhos da arte da palavra e especialmente aspectos literários desta sua antologia poética recentemente lançada com aprovação do FIC-MS/FCMS.
O poeta Rubenio Marcelo
Entre os bate-papos/palestras que terão mediação do escritor, jornalista e músico Rodrigo Teixeira, também serão abordados temas sobre a ASL, instituição que reúne os mais ilustres escritores do nosso estado e que recentemente completou cinquentenário.
O início será às 16h, nesta quinta-feira, dia 22, no Lounge da Literatura montado na Praça da Liberdade. Rubenio Marcelo é Cadeira 35 e Secretário-Geral da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.
No dia 23, haverá ainda a participação do escritor, educador e Cadeira 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Pedro Chaves dos Santos Filho, sob o título “Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal”. E, no fechamento do Festival de Inverno, no dia 25, a participação da ASL terá a presença do escritor, poeta, publicitário e jornalista Henrique Alberto de Medeiros Filho, atual presidente da Academia-Sul-Mato-Grossense de Letras, com o tema “Os nadas em busca dos tudos da poesia”.
Poema de Rubenio Marcelo de seu livro “Caminhos”
Introspecções
(ou: Compromisso)
Eu tenho andado a mil, tenho mirado
milhares de misteres e migalhas…
Já perdi guerras e venci batalhas,
fui inocente e me senti culpado…
Por mil e uma sendas tenho andado
tentando contornar tantas muralhas
que, pálidas, conhecem minhas falhas
e buscam desarmar o meu cuidado.
Em campos de trigais, fui avelós
sem sombra, em solidez, sondando, a sós,
os solitários sóis das solitudes…
Entanto, eu decidi: daqui pra frente,
Vou ser presente enfim no meu presente,
Não mais contemplarei os gestos rudes!
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Serviço
ASL no Festival de Bonito 2024
“Poesia e caminhos da palavra”
Rubenio Marcelo
Dia 22 de agosto de 2024, às 16h
Lounge da Literatura, Praça da Liberdade
(Assessoria ASL, 21/08/2024)
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2024/08/ASL-Festival-de-Inverno-Bonito-2024-Rubenio-Marcelo.jpg14731080Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2024-08-21 10:23:002024-08-20 17:32:09Rubenio Marcelo abre palestras da ASL no Festival de Inverno de Bonito
A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras participará do Festival de Inverno de Bonito 2024 em bate-papos e palestras com a presença dos imortais Henrique de Medeiros, Pedro Chaves e Rubenio Marcelo, que estarão – nos dias 22, 23 e 25 – conversando sobre a ASL, literocultura, o lançamento de seus novos livros, a educação e a cultura. Os encontros com os autores serão todos no Lounge da Literatura montado na Praça da Liberdade, e terão mediação do escritor Rodrigo Teixeira.
“Os nadas em busca dos tudos da poesia”, “Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal” e “Poesia e caminhos da palavra” serão os títulos dos bate-papos/palestras com os escritores da ASL. A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras tem constantemente ressaltado a importância de nossos autores e de sua produção literária para a educação no Estado, que frequentemente vem sendo valorizada pela ASL em nossa Literatura.
AS PALESTRAS E OS IMORTAIS
Os bate-papos/palestras terão início na quinta-feira, dia 22, às 16h, com o poeta, escritor e compositor Rubenio Marcelo, Cadeira 35 e Secretário-Geral da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Sob o título “Poesia e caminhos da palavra” e com base no seu livro atual: “Caminhos – 100 poemas escolhidos…”, Rubenio Marcelo abordará caminhos da arte da palavra e especialmente aspectos literários desta sua antologia poética recentemente lançada com aprovação do FIC-MS/FCMS.
Na sexta-feira, dia 23, também às 16h, será o encontro com o escritor, educador e Cadeira 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Pedro Chaves dos Santos Filho, sob o título “Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal”. Conversará sobre seu livro e de Therezinha Samways, que tem o título da palestra, sobre o nascimento e consolidação da Uniderp – Universidade do Pantanal, através de soluções inovadoras e práticas pedagógicas que criaram uma Escola, a Mace; um Centro Universitário, o Cesup e uma Universidade, a Uniderp, sexta melhor Universidade privada do país. Exemplo para inspirar as novas gerações de que o sonho pode se transformar em realidade.
A participação da ASL terá encerramento com a presença do escritor e poeta Henrique Alberto de Medeiros Filho, presidente da Academia-Sul-Mato-Grossense de Letras, com o tema “Os nadas em busca dos tudos da poesia”. Com base no lançamento de seu recente livro, a antologia poética “nadas em busca de tudos”, Henrique de Medeiros abordará os fragmentos da vida, atravessando fragilidades no pensar do homem e seus fazeres, entre o viver e a palavra, conversando sobre a poesia e suas reflexões.
VALORIZAÇÃO DA LITERATURA
Os escritores e acadêmicos irão retratar também a ASL, instituição que reúne os mais ilustres escritores do nosso estado e que recentemente completou cinquentenário, destacando sua história e seus imortais, responsáveis por obras literárias de diversos gêneros e estilos que enriquecem o patrimônio cultural do nosso estado em sua cultura, literatura e leitura. A ASL
A diretoria da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras enfatizou reconhecimento pelo contínuo esforço da Setesc – Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) em valorizar a Literatura dentro da programação de seus Festivais e Eventos que têm sido realizados, difundindo a importância do pensamento e do consequente incentivo à leitura, que se reflete no desenvolvimento sócio-cultural.
Serviço
ASL no Festival de Bonito 2024
“Poesia e caminhos da palavra”, Rubenio Marcelo, Dia 22 de agosto de 2024, às 16h, Lounge da Literatura, Praça da Liberdade
“Uniderp: Sonhos e desafios na construção de um legado educacional na região do Pantanal”, Pedro Chaves, Dia 23 de agosto de 2024, às 16h, Lounge da Literatura, Praça da Liberdade
“Os nadas em busca dos tudos da poesia”, Henrique de Medeiros, Dia 25 de agosto de 2024, às 16h Lounge da Literatura, Praça da Liberdade
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2024/08/24ASL-RLS-Mes-08-Festival-de-Inverno-2024-ASL-no-Festival.jpg523583Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2024-08-19 19:41:362024-08-19 19:41:36Festival de Inverno leva ASL e a literatura para palestras em Bonito
Evento presencial será com entrada franca e traje esporte
“Literatura tem modo de usar?” é o tema da palestra que a imortal da Academia Brasileira de Letras – ABL -, Ana Maria Machado, irá proferir na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras nesta quinta-feira, dia 25, em evento faz parte do projeto “ABL na ASL: Palestras Imortais”, realizado em parceria com a Setesc – Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura através da Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul. As palestras têm reunido público da educação e cultura na difusão, estimulação e valorização educativa e da leitura no Estado.
Imortal Ana Maria Machado, cadeira 01 da Academia Brasileira de Letras – ABL
A partir de sua experiência pessoal como ficcionista, crítica e professora universitária, além de sua experiência em organizações culturais internacionais, Ana Maria Machado (presidente da ABL no biênio 2012-2013) desenvolverá considerações sobre o papel da literatura, sua função social, sua linguagem específica. Pretende também levantar reflexões sobre direitos e deveres do leitor e sobre as relações entre leitura e educação.
A palestra é presencial, com entrada franca e o traje é esporte, no auditório da ASL, na rua 14 de Julho, 4653, em Campo Grande, às 19h30min. O evento tem ainda a parceria da ASL com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS e a Confraria Sociartista, através respectivamente dos projetos “Música Erudita e suas Fronteiras”, dentro do projeto “Movimento Concerto” (este mês com a Orquestra De Violões de Campo Grande) e “Arte na Academia” (este mês com os artistas visuais Don Dolores e Fernando Anghinoni). Ao final, haverá na confraternização apresentação instrumental do músico e trompetista Alvani Calheiros Silva.
ANA MARIA MACHADO
Sexta ocupante da Cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras, Ana Maria Machado estudou no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no MoMa de Nova York, tendo participado de salões e exposições individuais e coletivas no país e no exterior. Formou-se em Letras Neolatinas, em 1964, na então Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, e fez estudos de pós-graduação na UFRJ.
Deu aulas na Faculdade de Letras na UFRJ (Literatura Brasileira e Teoria Literária) e na Escola de Comunicação da UFRJ, bem como na PUC-Rio (Literatura Brasileira). Além de ensinar nos colégios Santo Inácio e Princesa Isabel, no Rio, e no Curso Alfa de preparação para o Instituto Rio Branco, também lecionou em Paris, na Sorbonne (Língua Portuguesa) e na Universidade de Berkeley, Califórnia – onde já havia sido escritora residente.
Tem longa e vitoriosa carreira jornalística no Brasil e no exterior, com participação em diversos veículos de mídia. Como escritora, logo que estreou ganhou o prêmio João de Barro pelo livro História Meio ao Contrário, em 1977. Abandonou o jornalismo diário em 1980, para a partir de então se dedicar aos livros. Em 1993 a acadêmica se tornou hors-concours dos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).
Recebeu 3 Prêmios Jabuti e incontáveis outros no país e no exterior. Publicou mais de cem livros no Brasil, muitos deles traduzidos em cerca de vinte países, entre ensaios, romances, literatura infanto-juvenil, organização de antologias, poesia e participação em obras coletivas, além de traduções.
DON DOLORES E FERNANDO ANGHINONI
O projeto “Arte na Academia” que realiza exposições de artes visuais pela Confraria Sociartista e a ASL tem como título da exposição de julho “Do Pop ao Abstrato, com os artistas visuais Don Dolores e Fernando Anghinoni.
Artista visual Don Dolores, da Confraria SociartistaUma das artes de Don Dolores
Don Dolores é artista visual que pinta obras regionais abstratas e figurativas. Fez várias exposições individuais e coletivas, já expôs em coletiva no Carrousel du Louvre – Paris e tem vários produtos com suas artes como gravuras digitais, canecas, imãs, porta copos, porta pratos entre outros.
Artista visual Fernando Anghinoni, da Confraria SociartistaUma das artes de Fernando Anghinoni
Fernando Anghinoni vive e trabalha em Campo Grande – MS. Possui mestrado nas áreas das artes e design e seu trabalho explora várias vertentes artísticas, sempre contemplando um panorama contemporâneo das artes visuais de forma global e regional. Também produz e executa projetos culturais e trabalha como produtor cultural. Foi consultor e instrutor no Sebrae e no Senac, participou de curadorias pelo Sebrae Nacional e de diversas exposições coletivas.
ORQUESTRA DE VIOLÕES DE CAMPO GRANDE
O projeto Movimento Concerto, da UFMS, com sua vertente “Música Erudita e suas Fronteiras” – que é realizado mensalmente em parceria pelas ASL e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – terá apresentação da Orquestra de Violões de Campo Grande. A OVCG foi criada em 1997 pelo professor José Maciel com o apoio da prefeitura municipal como projeto de educação musical para o violão com o intuito de formar um grupo que pudesse representar a capital nesse segmento de música de câmara.
Orquestra de Violões de Campo Grande – OVCG
No mesmo ano, a direção e regência do grupo e do trabalho de educação musical passou para as mãos de Anderson Francellino, com o projeto funcionando ininterruptamente por 16 anos. De 2013 até 2023 o projeto seguiu com alternâncias entre pausas e atividades e em 2024 voltou a ser dirigida por Anderson Francellino.
A OVCG formou dezenas de músicos, vários deles com ingresso de música da UFMS e se tornando profissionais do violão, e teve ativa participação na vida cultural da capital e no interior do estado, além de registro fonográfico em CDs, em programas de TV; entre outros.
O repertório a ser interpretado pela Orquestra de Violões de Campo Grande terá Comitiva Esperança (Almir Sater/Paulo Simões), com introdução de Joel Mendes com execução de Luzeiro (Almir Sater); Milonga ((Jorge Cardoso) e La Vida Breve (Manuel de Falla).
INSTRUMENTAL COM ALVANI CALHEIROS SILVA
Músico Alvani Calheiros Silva
Após a palestra, na confraternização, haverá ainda participação instrumental de Alvani Calheiros Silva, trompetista, graduado em Licenciatura Musical pela UFMS, que participou de Oficinas com grandes trompetistas brasileiros como Daniel Dálcântara, Daniel Dias, Nailson Simões, Tonico Cardoso, Denilson Siqueira. Participou de shows e gravações de DVD de compositores locais como Marcos Assunção, Gilson Espindola, Erika Espindola, Urbem Jazz Group. Participou como trompetista de diversos grupos e coordena o Shekinah Grupo Musical. Fundou o grupo de estudos da música instrumental chamado JazzLab, em Campo Grande (2018).
SERVIÇO
Chá Acadêmico / ABL na ASL, Palestras Imortais
Ana Maria Machado / “Literatura tem modo de usar?”
Dia 25 de julho de 2024, às 19h30min
com o projeto “Música Erudita e suas Fronteiras”, com a UFMS
com o projeto “Arte da Academia”, com a Confraria Sociartista
Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco)
Entrada franca, evento presencial, traje esporte
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2024/07/Cha-Academico-Ana-Maria-Machado-Convite.jpg1014794Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2024-07-23 10:30:002024-07-22 21:33:39Ana Maria Machado é a imortal da Academia Brasileira de Letras no Chá Acadêmico de julho da ASL
O acadêmico criou para o Estado um grande marco cultural: a ASL
Escritor, tabelião e político, sempre ligado ao mundo das letras, Ulysses Serra – fundador da ASL – é o homenageado da Roda de conversas e leituras da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras desta quinta-feira, dia 27, às 19h30min, em atividade presencial no auditório da sede da instituição, na avenida 14 de julho, 4653, nos Altos do São Francisco – com entrada franca e roupa esporte.
Acadêmicos Reginaldo Araújo, Raquel Naveira e Rubenio Marcelo
Personagem que deixou para Mato Grosso do Sul um de seus maiores marcos culturais: a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Ulysses recebe justa celebração da ASL, com apresentação dos acadêmicos Raquel Naveira, Reginaldo Araújo e Rubenio Marcelo. Os Chás e Rodas Acadêmicas de 2024 são uma parceria entre a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e a Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura de Mato Grosso do Sul, pela Fundação de Cultura do Estado.
Haverá também exposição de artes visuais da Confraria Sociartista e apresentação do projeto Movimento Concerto, da UFMS, com sua vertente “Música Erudita e suas Fronteiras” – realizado em parceria pela ASL e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Após a palestra, na confraternização, haverá ainda participação instrumental do Maestro Eduardo Martinelli Trio, com violão, violino e baixo acústico.
ULYSSES SERRA
Fundador da ASL, escritor Ulysses Serra
Filho de Arnaldo Olavo de Almeida Serra e Júlia Barbato de Almeida Serra, o fundador da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras – o escritor Ulysses Serra – nasceu em Corumbá/MS, em 1º de setembro de 1906, e passou grande parte de sua vida em Campo Grande. Formou-se como perito contador em São Paulo e iniciou a Faculdade de Direito no Rio de Janeiro. Retornando a Campo Grande no período do governo de Getúlio Vargas, foi membro do Conselho Administrativo do Mato Grosso (antes, foi deputado estadual classista). Depois, Ulysses tornou-se tabelião e escrivão do 5º Ofício (da comarca de Campo Grande) e presidiu o Partido Social Democrático (PSD). Foi eleito vereador. Pertenceu, ainda, ao Rotary Clube de Campo Grande, à Academia Mato-Grossense de Letras e à Associação Comercial de Campo Grande. Sempre se dedicou ao mundo das letras. Lançou, em 13 de outubro de 1971, o seu antológico livro Camalotes e Guavirais, que é obra referencial da literatura sul-mato-grossense. Fundou – em 30 de outubro de 1971, na chácara de sua propriedade, de nome Gisele – a Academia de Letras e História de Campo Grande (posteriormente, com a criação do novo estado do MS – em 1978 – Academia Sul-Mato-Grossense de Letras). Esta fundação da Academia teve participação também de José Couto Vieira Pontes e Germano Barros de Sousa. Ulysses Serra faleceu no Rio de Janeiro, no dia 30 de julho de 1972, fato que o impediu de participar da instalação oficial da Academia (que aconteceu no dia 13 de outubro de 1972, em grande festa cultural em Campo Grande).
OS ACADÊMICOS
Participantes desta Roda, os imortais Raquel Naveira, Reginaldo Araújo e Rubenio Marcelo estudaram e pesquisaram por semanas a vida e obra Ulysses Serra para apresentação de sua trajetória de vida e sua importância na ASL.
Raquel Naveira, cadeira número 8 da ASL, é natural de Campo Grande, formada em Direito e em Letras pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB/MS), onde lecionou. Doutora em língua e literatura francesas pela Universidade de Nancy, França. Mestre em Comunicação e Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/SP. Lecionou por anos no ensino superior na área de Letras. Escritora, poeta, é autora com mais de 20 livros publicados, com vasta obra e participação em inúmeras coletâneas. Autora extremamente premiada, já teve indicações ao prêmio Jabuti. Participa constantemente de inúmeros projetos literários pelo país.
Reginaldo Araújo, cadeira número 21 da ASL, é natural de Salgueiro – PE, e reside em MS desde o final década de 70. Bacharel em Teologia , licenciou-se em Educação Escolar. Formado também em Pedagogia (pela UCDB), exerceu o ofício de professor durante vários anos, em diversas escolas; foi responsável, no período de 1990/95, pelos cursos oferecidos pela Patrulha Mirim de Campo Grande; fundou, em 1989, a Associação de Novos Escritores de MS (ANE); e, posteriormente, criou o jornal cultural “Arauto”. Autor de inúmeros livros, é ex-presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.
Rubenio Marcelo, cadeira número 35 da ASL, é natural de Aracati-CE, e reside em MS desde os meados da década de 80. É poeta, escritor, ensaísta e compositor, membro e atual secretário-geral da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Foi Conselheiro Estadual de Cultura/MS. Autor de 14 livros publicados e 3 CDs, destacam-se nas suas obras mais recentes os livros “Vias do Infinito Ser” (poemas, livro este que foi indicado pela UFMS como leitura obrigatória para o Vestibular e triênio do PASSE 2021/22/23) e Caminhos, antologia de poemas lançada recentemente.
SOCIARTISTA, AGNES RODRIGUES
Artista visual Agnes Rodrigues
Expondo este mês na ASL pela Confraria Sociartista, Agnes Rodrigues completa 80 anos neste mês de junho. Artista Naif nascida em Campo Grande, MS, continua a se expressar por meio da pintura com a mesma paixão e entusiasmo. Realizou inúmeras exposições individuais e coletivas desde a década de 90 até os dias de hoje e suas obras continuam a encantar a todos com sua liberdade de expressão. Mesmo com conhecimento acadêmico, ela produz Arte Naif num processo pictórico da realidade individual, com uma visão livre de influência acadêmica. Através da intuição e emoção, ela constrói formas, espaços e cores que expressam suas vivências e seu imaginário. As imagens surgem de intenções, inquietações, dores e desafios, principalmente de lembranças vividas da construção e transformação da sua cidade.
UFMS CONCERTO: GABRIEL DOS SANTOS
Violonista Gabriel dos Santos
Realizado em parceria pelas ASL e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, o projeto Movimento Concerto, da Universidade Federal de Mato Grosso Sul – UFMS, com sua vertente “Música Erudita e suas Fronteiras” (projeto em parceria com a ASL) terá a participação de Gabriel dos Santos. Músico, professor de música e acadêmico no curso de Música da UFMS, durante vários anos atuou como músico acompanhante nas noites de Campo Grande. Atualmente, dedica-se integralmente ao ensino de violão e música instrumental. Gabriel interpretará as músicas Minueto in A (F. Sor), Estudo in Em (Gabriel dos Santos) e Como eu quero – Kid Abelha (arr. Gabriel dos Santos).
MAESTRO EDUARDO MARTINELLI TRIO
Maestro Eduardo Martinelli Trio.
Além de seu trio e outras formações de grupos instrumentais, Eduardo Martinelli atualmente é maestro da Orquestra Sinfônica de Campo Grande, com a qual tem se apresentado ao lado de solistas brasileiros e de países como EUA, Itália, Coreia do Sul, Argentina, Suíça, Canadá, Trinidad y Tobago, Paraguai, Portugal, Bolívia e Uruguai. Em seu repertório constam obras sinfônicas tradicionais e importantes estreias de destacados compositores. Já se apresentou como solista, camerista e maestro convidado em diversos países da América e Europa.
SERVIÇO
Roda Acadêmica da ASL “Ulysses Serra”
Dia 27 de junho de 2024, às 19h30min (Com os projetos “Música Erudita e suas Fronteiras”, com a UFMS; e “Arte na Academia”, com a Confraria Sociartista)
Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco)
Entrada franca, evento presencial, traje esporte
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2024/06/24ASL-RLS-Mes-06-Roda-Ulysses-Serra-Convite.jpg1014794Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2024-06-25 17:51:192024-07-22 20:54:39Ulysses Serra, fundador da ASL, é homenageado na Roda Acadêmica de junho
Um dos mais laureados escritores do Brasil e titular da cadeira 23 na Academia Brasileira de Letras (ABL), o baiano Antônio Torres afirmou ter ficado muito feliz com a acolhida que teve em Mato Grosso do Sul. Ele foi o convidado especial do Chá Acadêmico de Maio, realizado quarta-feira, 29, na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL). “Eu só posso louvar qualquer iniciativa que venha criar espaços não convencionais, aparentemente num universo não convencional, mas com ideias não convencionais, que fogem um pouco da regra. E que exige um capital de experiências, de esforços”, disse. E acrescentou, referindo-se ao alcance do evento: “A ideia está encontrando eco, encontrando seu espaço. Isto é muito importante. Estou aqui para colaborar com este processo”.
Na ocasião, Torres, 83, concedeu na ASL entrevista ao jornalista e escritor Edson Moraes.
Escritor Antônio Torres, imortal da ABL, palestrou na ASL
ANTÔNIO TORRES
(Imortal da Academia Brasileira de Letras)
por Edson Moraes, em 29/05/2024
PERGUNTA – Existe um processo de construção de mentalidade que impõe a cada um a responsabilidade de preservar suas origens e somar suas experiências com outras pessoas e outros lugares. Há processos específicos nas urbes e nas regiões mais afastadas. Quando você escreve suas obras – e eu tomo como ponto de partida a sua obra “Querida Cidade” – há uma transposição entre lugares e realidades que, em vez de se confrontarem, eles se somam nas suas diferenças. Como é possível na literatura transmitir isto numa linguagem acessível do jeito que você faz?
RESPOSTA – São 52 anos de literatura, sem contar os anos de jornalismo, de publicidade, de estrada, de botequim, de cidade em cidade, inclusive em outros países. Aos 24 anos fui de São Paulo para Portugal, morar e trabalhar com publicidade. Foi importantíssimo na minha formação. Os escritores que conheci lá eram publicitários, poetas. Enfim, é uma busca também; um andar pra frente sem perder a visão do que ficou pra trás. E de um confronto entre presente e passado, com a busca de uma pista para o futuro. Mas, olhe ─ meu camarada, meu caro colega, jornalista, escritor: primeiro, vi que você me leu direito. Isto me deixa muito feliz. Numa frase você me entendeu por inteiro. Vou sair daqui com a convicção de que basta esta entrevista para eu achar que ganhei esta viagem a Campo Grande.
P – Você fez “Querida Cidade” em quase 15 anos, verdade?
R – Em 12 anos.
P – Em 12 anos, são muitas as transformações. Como condensá-las e ampliá-las?
R – Foi assim: primeiro, tive um sonho. Sonhei que acordava no último andar de um edifício, o maior de uma cidade, que eu não sabia qual era, e cercada de água por todos os lados. Ao acordar, eu disse: “Opa! Enquanto dormia, escrevi um romance. Opa”! “Enquanto dormia, meu inconsciente me deu um romance!”. Pensei, pensei, até começar a engrenar… você sabe que tudo depende da primeira frase, palavra vai puxando palavra… e eu via e me via, via um homem e me via nele, com o seu reflexo…
P – …tinha um espelho, então…
R – …é, no espelho das águas. E que águas eram essas…?
P – A capa do livro?
R – É, a capa fui eu quem dei. Quando a editora me perguntou se eu tinha alguma ideia para a capa, eu disse: o reflexo de um homem no espelho das águas. E o capista fez isto primorosamente. E que águas são estas? São as águas do tempo, esse tempo que vai passando. Como o personagem se sente um náufrago, ele se agarra a esse tempo para sobreviver dentro dessas águas, para não naufragar. Então, o romance foi se fazendo assim. Agora, o processo foi tão longo porque eu passava dias e dias com um parágrafo. Eu nunca me senti um escritor tão lento. No começo, esta lentidão me desesperava. Até eu passar a gostar. Aí, comecei a lembrar: quando era menino, vendo a minha mãe passar o pente fino nos cabelos das minhas irmãs para tirar as lêndeas, os piolhos. E aí eu disse: é isso que estou fazendo, é isso que quero fazer: tirar as lêndeas do texto.
P – Era uma lapidação.
R – Nessa lapidação, cabe perguntar: mas, quem se importa com isso? Com essa obstinação, essa procura tão alucinada?
P – Uma inquietude?
R – A inquietude, a busca da limpeza de um texto. E eu me respondia: “Certamente ninguém. Mas você, Antônio, tem que se importar. Porque isto é o que importa”.
P – Você se provocava.
R – É. Isto é o que importa. E aí eu fui muito lentamente, daí esta memória, história puxando história, história puxando história, até que no final do livro eu concluo – o que é o romance? Uma história cheia de histórias. É no que virou o “Querida Cidade”, uma história cheia de histórias. E eu tenho hoje uma súmula desse livro, e você agora acaba de trazer mais uma contribuição enorme, que me deixa encantado. Todo mundo vê uma coisa muito profunda nesse processo, uma coisa muito provocadora, enfim, todo mundo está lendo direito esse livro. Todo mundo, a que me refiro, são os poucos que já leram. Mas nesses poucos há um muito que me diz muitíssimo, que me agrada muitíssimo, me compensa enormemente por esses 12 anos de trabalho. É esta a compreensão que as pessoas estão tendo do processo de criação. Aquilo que eu dizia, que ninguém vai se importar com isto, com toda minha lentidão, ao final acabo descobrindo que eu estava enganado. Está havendo gente que está se importando com isso.
P – Você respondeu que, no momento que se dispôs, corajosamente, a passar tanto tempo buscando aprimorar um parágrafo, não era um aprimoramento técnico, de sintaxe, léxico, de concordância. Era de linguagem intimista, você estava procurando uma intimidade com quem fosse ler, lhe entender. A exegese do escritor é esta? Procurar se fazer entender por todos os leitores?
R – Não sei. Nunca acho que devo ter ou indicar modelos, pontificar sobre o processo da escrita. Fui escritor visitante da Universidade do Estado do Rio por seis anos, trabalhando com os alunos no processo criativo, fazendo oficinas literárias…
P – …e ganhou prêmios no Rio de Janeiro, num momento em que era difícil aceitar que um cara que veio lá do Nordeste, ganhar um prêmio aqui, na área cosmopolita, vindo lá do sertão…houve isso…
R – …é, eu ganhei vários prêmios no Rio, pelo conjunto de obras…
P – …logo que você chegou já ganhou prêmios, não foi?
R – Não, não. Meu primeiro prêmio foi no Rio, mas pelo romance “Balada da Infância Perdida”, que não foi o primeiro, já estava dado, que foi do Pen Club do Brasil, para o “Romance do Ano”. Depois, no Rio, eu ganhei o maior prêmio, o “Machado de Assis”, da Academia Brasileira de Letras. Nem sonhava ir para a Academia, não tinha pretensão. Não estava nos meus planos.
P – Chegamos num divisor, não de águas, mas numa pororoca, no encontro do mar com o rio. Você ganhou o Prêmio Machado de Assis, um escritor que se preocupava com a acessibilidade do leitor. Não só ao real, mas ao fictício também…
R – …dirigindo-se ao leitor …
P – …é, mas que tipo de contribuição isto dá para que a literatura, uma parte da cultura, esteja ao alcance de toda a sociedade, para que todas as pessoas sintam a necessidade e principalmente o direito e as condições que elas têm de acessar, de buscar, esclarecimento? No romance, na poesia, na prosa…
R – Você levanta questões realmente, digamos, transcendentais. Questões para as quais, sinceramente, eu não teria as respostas. Acho que é uma questão de sorte escrever um livro, uma página, um parágrafo, um conto, um romance, que este livro venha a bater com a sensibilidade do leitor. Não adianta até dizer para mim mesmo: “Eu vou fazer isto para ser entendido por todo mundo”. Não é por aí. Não posso fazer isso, tocar no coração de todo mundo. Acho que é o momento que você teve a sorte de achar a palavra, o personagem, o cenário, o instante, o tempo, a história …o leitor pega e se gruda nisso. Quando o escritor chega aí, ele está em estado de graça.
P – Concordo em parte, mas permita-me discordar. Quando você – tem 20 livros, mais ou menos…
R – …dezenove…
P – ..então, você vem para uma Academia de Letras, em 2024, o ambiente de acesso literário no País é diferente de 30 anos atrás. Hoje na ABL temos o Gilberto Gil, indígenas, negros…a ABL hoje é uma instituição que está mais perto da sociedade, se desentronizou, deixa de ser vista como aquele órgão majestoso, um panteon inacessível aos pobres mortais, e só dos intelectuais. A literatura tem compromisso aí, não sei se é sorte. Você trouxe seus 12 anos na elaboração de um parágrafo, valeu a pena por toda obra, independentemente de quantas pessoas conheçam. Quem leu vai falar às outras, efeito multiplicador. Desculpe por falar tudo isso.
R – Não, estou encantado com suas observações. Uma leitura de uma profundidade, que faz a glória de qualquer escritor. Você tocou num ponto que leva a outra vertente. O quadro da literatura hoje está complicado, com dificuldades. O espaço da literatura está ficando muito reduzido.
P – Da boa literatura.
R – Da boa literatura. Primeiro, a desestabilização da imprensa escrita, a imprensa do papel, que nos dava uma grande sustentabilidade. Todos os jornais. Sou um escritor inventado pela crítica. Quando estreei, ninguém me conhecia – e chegaram a escrever isso no Globo. Ninguém sabia quem era esse cara, “embora seja meu amigo…” E isso de “embora seja”…
P – …o Otto Lara Rezende se não me engano, também dizia isso…
R – …é, foi uma coisa fantástica, toda imprensa nacional puxava por uma resenha do Agnaldo Silva. Na época ele era uma jornalista meio marginal, não era famoso como veio a se tornar, mas já tinha um nome na literatura, porque estreou como escritor (com o livro “Redenção Para Job”, da Editora do Autor) no Rio de Janeiro, publicado por uma editora do Fernando Sabino e Rubem Braga, que eram sócios. O livro foi lançado numa sexta-feira, na segunda-feira saiu o jornal “Opinião”, em São Paulo, com a resenha dele. E o título que ele deu foi: “Uivai com os cães”. E dizia, com todas as letras, que ali estava uma feliz estreia e que o autor era uma das maiores revelações e tal…E o Aguinaldo, com essa crítica, puxou todo os críticos do Brasil. Vieram todos atrás.
P – Ele foi a locomotiva?
R – Foi. Ao escrever isto. Eu era um dos desconhecidos. É como se fosse o livro certo na hora certa. É outra coisa que o escritor tem que dar sorte. É como o “Torto Arado”, (livro), do Itamar Vieira. Enfim, esta é uma luta. Carlos Drummond de Andrade já dizia: “Lutar com as palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã”.
P – Em Corumbá, tinha um fazendeiro, extraordinária figura, foi jornalista,
cronista, escritor. Foi do Partido Comunista. Era amigo de todo aquele pessoal da Semana da Arte Moderna de 2022. Participava de reunião na casa do Plinio Doyle, o Sabadoyle…
R – …eu fui lá uma vez…
P – Você foi?
R – Fui, o Drummond (Carlos Drummond de Andrade) ia…
P – …o Drummond, sim. Eu tenho um livro daquela reunião, “Encontros do Sabadoyle”. Mas eu lhe pergunto: como você avalia esta iniciativa da ASL, ao promover este recorte – não só literário, mas cultural -, de trazer a Academia Brasileira para uma Academia Estadual, e deixar que a sociedade se imponha pelo conhecimento da importância das obras?
R – Eu só posso louvar qualquer iniciativa que venha criar espaços não convencionais, aparentemente num universo não convencional, mas com ideias não convencionais, que fogem um pouco da regra. E que exige um capital de experiências, de esforços. Noto que o poeta que conheci ontem, Henrique de Medeiros, está trabalhando muito neste projeto, vestindo a camisa. E o resultado de público (que possa estar presente à palestra) não sei, mas de divulgação é fantástico. Já tem visibilidade. É impossível que as pessoas não estejam tomando conhecimento de alguma maneira. Está divulgado. Está aí na capa de jornais, nas mídias sociais. Ele me mandou uma quantidade enorme de matérias. Só por isso já é indício que a ideia está encontrando eco, encontrando seu espaço. Isto é muito importante. Estou aqui para colaborar com este processo.
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2024/06/24ASL-RLS-Mes-05-Cha-Academico-Antonio-Torres-foto-Guilherme-Goncalves.jpg552830Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2024-06-03 17:16:002024-06-25 17:19:18Antônio Torres discorre sobre literatura durante evento na ASL
Antônio Torres – imortal escritor da Academia Brasileira de Letras premiado, entre outros, com o Prêmio Machado de Assis, concedido pela ABL; ganhador do Prêmio Jabuti; e condecorado pelo governo francês por seus livros traduzidos na França com o Chevalier des Arts et des Lettres -, é o palestrante do Chá Acadêmico do mês de maio na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, excepcionalmente nesta quarta-feira, dia 29, em função dos feriados. O evento faz parte do projeto “ABL na ASL: Palestras Imortais”, realizado pela Academia em parceria com a Setesc – Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura através da Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul para difundir, estimular e valorizar a leitura e a educação no Estado.
Acadêmico Antônio Torres (foto Daniel Mordzinski)
A palestra é presencial, com entrada franca e o traje é esporte, no auditório da ASL, na rua 14 de Julho, 4653, em Campo Grande, às 19h30min. O tema da palestra será “Eu venho lá do sertão… E posso lhe agradar”, e segundo Antônio Torres “trata-se de um passeio por um velho cenário, há muito tempo considerado um terreno exaurido para a criação literária, e que volta a ter uma forte presença no imaginário nacional, com resultados surpreendentes. Como é o caso de Torto Arado, romance de Itamar Vieira Júnior que tem ao fundo o sertão baiano da Chapada Diamantina”. Para o imortal, “este é só um exemplo do quanto a literatura brasileira vem se revigorando pelas veredas da temática sertaneja”.
O presidente da ASL, Henrique de Medeiros, reafirmou a importância do projeto ABL na ASL para a Cultura no Estado, abrindo mais caminhos ainda para a discussão literocultural. Após Antônio Torres, haverá palestras até novembro em Mato Grosso do Sul dos imortais da ABL Ana Maria Machado, Godofredo de Oliveira Neto e Ricardo Cavaliere. Pela ASL, os imortais que ainda participarão das Rodas Acadêmicas até novembro serão Ana Maria Bernardelli, Elizabeth Fonseca, Henrique de Medeiros, Lenilde Ramos, Raquel Naveira, Rubenio Marcelo, Sérgio Cruz e Sylvia Cesco.
UFMS E CONFRARIA SOCIARTISTA
O Chá Acadêmico de março terá ainda a continuidade dos projetos com a UFMS e a Confraria Sociartista. O projeto “Arte na Academia” realiza exposições de artes visuais nas Rodas e Chás Acadêmicos, bem como o projeto “Música Erudita e suas Fronteiras”, realizado em parceria pela ASL e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul dentro do projeto “Movimento Concerto” aborda apresentações musicais eruditas. Haverá ainda participação, com interpretações instrumentais na confraternização do evento, do músico Otávio Neto.
ANTÔNIO TORRES
Nascido no sertão nordestino (Sátiro Dias, Bahia, 1940), Antônio Torres descobriu a vocação literária na escola rural da sua infância, na qual se lia poesia e textos em prosa em voz alta todo dia. Logo, passou a escrever as cartas das pessoas do lugar e a recitar poemas em praça pública no Dia da Bandeira e no Sete de Setembro, e a ajudar o padre a celebrar a missa – em latim! Esse tempo ficou gravado em sua memória, e marcaria o seu destino de escritor.
Sua estreia literária se deu em 1972, com o romance Um cão uivando para a Lua, que causou um grande impacto na crítica e no público. De lá para cá, publicou 19 livros, entre os quais se destacam a Trilogia Brasil (Essa Terra, O cachorro e o lobo, Pelo fundo da agulha), Meu Querido Canibal, e Querida Cidade -seu 12º. romance, de 2021 -, assim como o livro de contos Meninos, eu conto, já na 15ª. edição. Sua premiada obra, que passeia por cenários urbanos, rurais e históricos, tem várias edições no Brasil e traduções em muitos países, da Argentina ao Vietnã. Torres é membro da Academia Brasileira de Letras, na qual ocupa a cadeira 23, fundada por Machado de Assis; da Academia de Letras da Bahia, onde sucedeu a João Ubaldo Ribeiro; da Academia Petropolitana de Letras; da Academia Contemporânea de Letras (São Paulo) – e é sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa.
Confraria Sociartista, com as artistas visuais Lúcia Monte Serrat, Adriana Teixeira e Luciana Rondon
ADRIANA TEIXEIRA, LUCIANA RONDON E LÚCIA MONTE SERRAT
Três integrantes da Confraria Sociartista participarão da exposição de artes visuais do mês de maio, dentro de suas linguagens visuais distintas, sob o tema “Paisagens e Colagens que vibram e iluminam”. Adriana Teixeira, artista visual e grande admiradora dos pintores expressionistas e modernistas traz em suas obras temáticas relacionadas ao afeto, à família, à amizade, à maternidade. A figura feminina é recorrente em suas telas e é comum aparecerem circundadas por flores e folhagens na composição de seus trabalhos. Luciana Rondon, artista visual, psicóloga e escritora, tem pinturas presentes no livro “No Mundo Encantado de Luciana”, e já expôs em diversas instituições e mostras de artes. Lúcia Monte Serrat é formada pela Escola de Belas Artes de Curitiba, mestre em Educação e professora. Seus trabalhos de pintura percorrem diversos caminhos, desde figuras femininas a pinturas carregadas de densidade e cores vibrantes. Além de exposições, participou da publicação de livros sobre as artes visuais em Mato Grosso do Sul.
Violonista Joel Mendes, pelo projeto ASL-UFMS
JOEL MENDES
Realizado em parceria pelas ASL e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, o projeto Movimento Concerto – da UFMS -, com sua vertente “Música Erudita e suas Fronteiras” terá apresentação abordando Marco Pereira, Fernando Deghi e João Pernambuco.
As interpretações serão pelo violonista Joel Mendes, com Licenciatura em Música da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e que atualmente leciona o instrumento violão pelo DEAC (Divisão de Esporte, Arte e Cultura) da REME (Rede Municipal de Ensino de Campo Grande). Joel iniciou seus estudos de violão aos 11 anos de idade e foi integrante da Orquestra de Violões de Campo Grande – OVCG. Estudou com Marcelo Fernandes e Anderson Francellino e participou de vários cursos e masterclasses com renomados violonistas, entre eles: Paulo Porto Alegre, André Simão, Luciano Moraes, Edelton Gloeden, Ana Cristina Tourinho, Edmauro de Oliveira, Gilson Antunes, Fabio Zanon, Turíbio Santos, Pedro Jesus, Henrique Annes.
Serviço
Chá Acadêmico
ABL na ASL, Palestras Imortais / Antônio Torres
“Eu venho lá do sertão… E posso lhe agradar”
Dia 29 de maio de 2024, às 19h30min
(Com os projetos “Música Erudita e suas Fronteiras”, com a
UFMS; e “Arte da Academia”, com a Confraria Sociartista)
Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653 (Altos do São Francisco)
Entrada franca, evento presencial, traje esporte
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2024/05/24ASL-RLS-Mes-05-Convite-Cha-Academico-Antonio-Torres.jpg1014794Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2024-05-27 11:49:002024-05-28 11:50:18ABL na ASL tem Antônio Torres na palestra do Chá Acadêmico de maio
Acadêmicos presentes à posse do novo imortal Sérgio Manoel da Cruz
O escritor, jornalista, radialista e pesquisador Sérgio Manoel da Cruz foi empossado como novo integrante entre os imortais sul-mato-grossenses, em solenidade realizada na sede da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras na sexta-feira, dia 03, assumindo a Cadeira nº 22, que anteriormente pertenceu a Oliva Enciso e Rêmolo Letteriello. O acadêmico empossado evidenciou em seu discurso que “sempre quis estar aqui (na ASL) e sinto que chego a tempo; espero estar preparado para corresponder às minhas próprias expectativas”.
Sérgio Cruz presta juramento frente ao secretário-geral Rubenio Marcelo e ao presidente Henrique de Medeiros. Também na foto a presidente do IHGMS – Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Madalena Greco.
Abordando em seu discurso seus antecessores, compromissos com a cultura, a ética e o jornalismo, Sérgio Cruz passa a participar como imortal da pluraridade literocultural da ASL no Estado. Segundo Sérgio Cruz, “meus sonhos, como ontem, continuam ilimitados”. Salientou ainda que “A Academia sempre trabalhou pela inclusão cultural através da vários projetos permanentes, que tem desenvolvido com o êxito esperado. Vou participar desta força-tarefa”, destacou..”
Sérgio Cruz foi recebido na ASL com saudação oficial do acadêmico Américo Calheiros, que valorizou a presença do novo acadêmico entre os imortais afirmando que “teve uma marcante atuação como radialista, jornalista, político e escritor; tudo que fez, foi de seu jeito, emprestando a cada uma dessas áreas, sua inteligência, sua força criativa e sua personalidade”. Américo ainda ressaltou que Sérgio Cruz “escreveu uma história rica e interessante de vida, e representa todos aqueles a quem a capacidade de resiliência permite a vitória sobre todas as adversidades.”
O acadêmico Américo Calheiros fez pela ASL o discurso de recepção ao novo imortal
A solenidade de posse foi conduzida pelo secretário-geral da ASL, Rubenio Marcelo. O presidente da Academia, Henrique de Medeiros, destacou a participação do novo acadêmico em relação à cultura estadual e o reconhecimento de sua obra, e que pela sua trajetória “pode ser considerada como a resistência e a vitória de um verdadeiro brasileiro, pela sua história de vida”. Ao entrar para a solenidade, Sérgio Cruz foi acompanhado pelos acadêmicos Pedro Chaves e Humberto Espíndola.
Familiares de Sérgio Cruz entregaram o diploma de posseO colar acadêmico foi entregue pela confreira Lucilene Machado e pelo confrade José Pedro Frazão
O novo acadêmico
Bacharel em Ciências Econômicas e em Ciências Políticas, autor de nove livros, escritor, jornalista, radialista e pesquisador, Sérgio Manoel da Cruz é natural de Salgueiro, Pernambuco, e radicou-se em Campo Grande há sessenta anos, em 1963.
Sérgio Cruz tem vasta produção autoral, com os livros Guerra ao Contrabando (1984), Pantanal – O Estado das Águas (1999), Por que mataram o doutor Ari (2001), Sangue de Herói (2002), Datas e fatos históricos do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal (2004), Sangue no Oeste (2021), Campo Grande, 150 anos de história (2022), História da Fundação de Mato Grosso do Sul (2022) e Campo Grande, força e luz (2023).
Na política, foi deputado federal por Mato Grosso durante uma legislatura, e ainda deputado estadual (uma legislatura) e deputado federal (uma legislatura) por Mato Grosso do Sul.
Foi reconhecido pelos seus trabalhos no Estado com os títulos de cidadão sul-mato-grossense, cidadão campo-grandense, além de cidadão douradense – por sua atuação político-educativa apresentando o primeiro projeto para a criação da Universidade Federal da Grande Dourados, na Câmara dos Deputados – e cidadão Novo Horizontino do Sul pela sua luta em defesa dos brasiguaios.
É enorme sua participação profissional jornalística: como radialista, foi apresentador de programas, comentarista político e locutor com grande audiência em dez rádios nas cidades de São Paulo e Santo André – SP, Cuiabá – MT, Dourados e Campo Grande – MS e em duas emissoras de televisão em Campo Grande – MS. Como redator, trabalhou em nove jornais de São Paulo e Mato Grosso do Sul, entre eles o Progresso, Diário da Serra, Tribuna, Jornal do Povo, Primeira Hora e Boca do Povo. Já ganhou o Prêmio MS de Jornalismo conferido pela FIEMS.
Também na área artística-cultural, é compositor com músicas gravadas por Aurélio Miranda, Tostão e Guarani, Simona, Pininha e Verinha, Duo Glacial e José Bétio.
Os imortais Pedro Chaves dos Santos e Humberto Espíndola fizeram o tradicional acompanhamento a Sérgio Cruz em sua entrada na solenidadeSérgio Manoel da Cruz fez um emocionado pronunciamento
Pauta Cultural
Extremamente prestigiada, a solenidade de posse teve em sua pauta cultural apresentação artística dos músicos/compositores Moacir Lacerda, Gilson Espíndola e Luiz Sayd, que interpretaram canções sobre a jornada épica de Aleixo Garcia, registrando em poesias sonoras a sua chegada em terras de Mato Grosso do Sul em 1524, quando a partir de MS foram descobertos os territórios do Paraguai, Bolívia e Império Inca.
Apresentação cultural abordou a jornada épica de Aleixo Garcia
A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras
Com 52 anos, a Academia Sul-Mato-Grossense e Letras foi fundada no dia 30 de outubro de 1971 e tem marcante atuação no cultivo da arte literária e todas as expressões artísticas, sendo a casa cultural de maior representação no Estado. Com 40 Cadeiras vitalícias, mais informações sobre a ASL e seus acadêmicos encontram-se no site www.acletrasms.org.br .
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2024/05/Posse-Sergio-Cruz-01.jpg7201080Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2024-05-03 11:25:002024-05-12 11:52:41Sérgio Cruz foi empossado como novo imortal em solenidade na ASL
Saudosa cadeira número 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Maria da Glória Sá Rosa, a “Professora Glorinha” ─ que tanto contribuiu para a construção da Cultura e Educação no Estado ─ é a homenageada da Roda Acadêmica da ASL, que trará lembranças e a história da imortal nesta quinta-feira, 25 de abril, no auditório da sede da Academia, na rua 14 de julho, 4653, às 19h30min.
Profª Maria da Glória Sá Rosa
Personagem que deixou para Mato Grosso do Sul um imenso legado cultural, a Professora Glorinha será lembrada com leituras e conversas sobre sua vida, através da apresentação dos acadêmicos Marisa Serrano, Américo Calheiros e Henrique de Medeiros. Estão convidados também, para intervenções, Albana Xavier, Lenilde Ramos e Paulo Simões. A atividade é presencial, a entrada é franca e o traje, esporte.
Acadêmicos Américo Calheiros, Marisa Serrano e Henrique de Medeiros
Os Chás e Rodas Acadêmicas de 2024 são uma parceria entre a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e a Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura de Mato Grosso do Sul, pela Fundação de Cultura do Estado. A quinta-feira terá também a participação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com o Música Erudita e suas Fronteiras”, realizado em parceria pelas ASL e a UFMS dentro do projeto “Movimento Concerto”.
A apresentação musical da UFMS, que abordará obras de Geraldo Ribeiro, Aníbal Augusto Sardinha (Garoto) e Levino Albano da Conceição, terá a presença de Evandro Dotto, violonista, professor, produtor e pesquisador, bacharel em violão pelo Conservatório Brasileiro de Música – RJ – 2012. Participou de diversos festivais nacionais e internacionais, e entre seus principais projetos destacam-se “Panorama Violonístico – 2018” com concertos na capital e no interior; em 2023, executou o projeto “Musica Erudita nas Escolas e Universidades”, através do fundo de investimento cultural do Estado/MS.
Músico Evandro Dotto
Realizados no auditório da ASL, na rua 14 de julho, 4653, os Chás Acadêmicos e as Rodas Acadêmicas de 2024 têm suas apresentações de março a novembro, sempre nas últimas quintas-feiras de cada mês.
Roda Acadêmica da ASL
“ Maria da Glória Sá rosa
(Profª Glorinha) ”
Dia 25 de abril de 2024, às 19h30min
(Com o projeto “Música Erudita e
suas Fronteiras”, com a UFMS)
Auditório da ASL, Rua 14 de Julho, nº 4653
(Altos do São Francisco)
Entrada franca, evento presencial, traje esporte.
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2024/04/24ASL-RLS-Mes-04-Roda-Academica-Profa-Glorinha-Convite.jpg1014794Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2024-04-23 16:58:002024-04-25 17:08:21ASL homenageia Maria da Glória Sá Rosa em sua Roda Acadêmica
A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL) ofereceu na noite de quinta-feira passada (28/03) mais um chá acadêmico sobre episódios e abordagens histórico-culturais do País. Na sede da entidade, o professor Arno Wehling, titular da cadeira Nº 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL), discorreu sobre o instigante tema “Um idealismo constitucional?”, dentro da série “ABL-ASL Palestras Imortais”, com o apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).
O imortal Arno Wehling, da Academia Brasileira de Letras
No Bicentenário da Constituição de 1824, o apelo temático remete a uma das quadras históricas mais importantes do Brasil, cujos impactos se espraiaram pelas instituições, costumes e diferentes regiões, salientou o presidente da ASL, Henrique de Medeiros. “É uma iniciativa que une a ABL, a ASL e o governo na perspectiva de difundir, valorizar e estimular a leitura e os conhecimentos”, afirmou.
Eleito imortal pela ABL em 2017, o professor, historiador e ensaísta Arno Wehling é graduado pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil e em Direito pela Universidade Santa Úrsula, tendo doutorado em História e Livre Docência em História Ibérica, ambos pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado pela Universidade do Porto. Ocupa na ABL e cadeira que foi do poeta Ferreira Gullar. É autor de diversos trabalhos sobre as relações entre a filosofia da ciência e o conhecimento histórico.
Imortais da ASL que estiveram presentes à palestra de Arno Wehling
FLUÊNCIA – Com participação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e da Confraria Sociartista, as introduções da cerimônia foram feitas pelo secretário-geral da ASL, Rubenio Marcelo, e os acadêmicos sul-mato-grossenses aplaudiram o passeio fluente e objetivo da palestra, destacando o olhar aguçado e crítico de Wehling para as raízes e as consequências dos processos políticos, culturais, econômicos e sociais que estão alojados no ventre da história constitucional. O palestrante, por sua vez, enalteceu a iniciativa:
“Trata-se de um evento muito positivo. As Academias Estaduais de Letras são importantes para aprimorar o conhecimento, incentivar o acesso da sociedade e realizar, de maneira articulada, o contato cujo significado é relevante no plano cultural, tanto nacional como local”, disse. Para ele, além das características tradicionais, as Academias avivam o apelo por maior interação com a comunidade.
“É indispensável. Primeiro, pelo estágio de desenvolvimento histórico do País. Não se deve perder a oportunidade de uma maior e mais ampla integração do processo cultural dentro da sociedade, seus segmentos e suas regiões”, analisou. “O Brasil tem uma grande continentalidade geográfica e cultural, são amplas diversidades regionais. E as Academias Estaduais podem colaborar, pela experiência dos acadêmicos, pelas histórias de vida, no enriquecimento e na disseminação destes conhecimentos”, pontuou.
ACESSIBILIDADE – Wehling reiterou a expectativa de ver, em uma escala crescente, as Academias de Letras cada vez mais acessíveis ao povo, garantindo a presença de cultura e informação nos vários ambientes. Ele observou que este objetivo vem sendo construído pontualmente, como demonstram as escolas e universidades. “É algo que varia de estado para estado, de escola para escola. Mas temos um trabalho feito pelo MEC – Ministério da Educação, há bastante tempo, procurando a disponibilizar, a preço baixo, obras e livros de diferentes áreas”.
O acadêmico enfatizou um aspecto específico que chama sua atenção: a falta de antologias literárias. “A minha geração talvez tenha sido a última a estudar no atual secundário, curso clássico, pela Antologia Nacional, de Fausto Barreto e Carlos de Laet, nos anos 1960”, exemplificou. A seu ver, estes recortes com explicações correlatas, literatura gramatical e abordagens históricas, entre outros itens, são muito importantes para dar ao estudante a panorâmica geral, e a partir daí ele desenvolve o tipo de leitura que prefere. “O ideal é ter uma panorâmica que lhe permita fazer uma aferição do gosto literário”, define.
Sobre causas e consequências da crise que afeta a produção literária impressa e a atividade comercial das publicações, Wehling foi incisivo: “O fechamento de grandes livrarias e a redução da produção impressa de livros passam pelo lado econômico. O livro ainda é produto caro para a capacidade aquisitiva de boa parte da população”, acentuou.
Wehling supõe que livrarias menores, às vezes especializadas, talvez pudessem atender melhor determinados públicos. “Com as possibilidades da informática talvez isto seja superado. Hoje um e-book é mais barato que um livro físico. Temos a dificuldade econômica, temos o analfabetismo funcional – como os pesquisadores educacionais chamam – e problemas estruturais”, concluiu.
https://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2024/04/Arno-Wehling-na-ASL-3.jpg7201080Academia de Letrashttps://acletrasms.org.br/wp-content/uploads/2019/07/logo-menu-300x107.jpgAcademia de Letras2024-03-30 18:51:002024-04-13 18:52:25EM NOITE DE GALA, MS FEZ AS HONRAS NA ASL AO IMORTAL ARNO WEHLING